Lisboa, 16 mar (Lusa) - O vice-presidente da consultora CESO disse hoje em Lisboa que a aposta em financiamento por parte de instituições financeiras multilaterais não é a melhor maneira de as empresas se lançarem em processos de internacionalização.
"O mercado das multilaterais não é o ideal para começar a internacionalização de uma empresa porque exige experiência de negócios internacionais e é um mercado para quem já tem experiência fora do país e quer diversificar a carteira de clientes", disse o vice-presidente da consultora CESO Development Consultants.
Na intervenção durante a conferência sobre O Mercado das Multilaterais nos PALOP, organizada pela Fundação AIP, em Lisboa, Rui Miguel Santos salientou que "o caminho é duro e é difícil, e carece de investimento, portanto é preciso uma estrutura sólida e saúde técnica, financeira e comercial para adotar este desafio".
Em causa está a possibilidade oferecida por instituições como a União Europeia ou o Banco Mundial, entre outros, de financiarem projetos de desenvolvimento nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e em Timor-Leste, a que as empresas podem ir a concurso para a sua execução.
"Chegar ao primeiro contrato é um caminho duro e requer investimento", salientou o consultor, notando que existe, ainda assim, "um novo paradigma de ligação entre o setor privado e não privado, e entre o lucrativo e o não lucrativo".
Numa das intervenções, a construtora Coba deu conta das vantagens deste tipo de financiamento, lembrando que dos cerca de 600 milhões de euros em contratos ganhos desde o lançamento da empresa, cerca de 100 são oriundos destas instituições que financiam o desenvolvimento nos países mais atrasados.
"Contratos com financiamento garantido, pagamentos em Portugal e em divisas fortes, regras consolidadas e transparentes e valorização das capacidades e currículo da empresa" foram algumas das vantagens enunciadas pelo diretor da Coba, Carlos Lopes Gonçalves.
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