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China não quer tensões no Mar do Sul da China na agenda da ASEAN

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Pequim, 17 nov (Lusa) - A China declarou hoje que não quer que as tensões no Mar do Sul se tornem no foco da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que começa na quarta-feira em Kuala Lumpur.

"Como temos razão, não há nada a debater", assinalou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Liu Zhenmin, acrescentando: "Não sabemos se este assunto estará em cima da mesa, se assim for, estamos preparados", durante uma conferência de imprensa hoje em Pequim.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, irá participar das reuniões ministeriais na Malásia, que terminam no próximo fim de semana, com uma cimeira entre os líderes da região, e que contará com a presença do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Liu Zhemin sublinhou que o fórum "não é o melhor lugar para discutir" as tensões naquela área do Pacifico, mas reconheceu que "não poderá evitar" que outros países coloquem o tema na agenda.

O vice-ministro referiu-se em concreto às disputas em torno das Spratly, um arquipélago rico em recursos marinhos e energéticos, reclamado total ou parcialmente, pela China, Filipinas, Brunei, Malásia, Vietname e Taiwan.

Em 2014, o país asiático iniciou um projeto de construção de ilhas artificiais naquele território com capacidade para funcionar como pista de aterragem.

"As construções são totalmente legais, legítimas e justificadas", disse Liu, que acrescentou que a China se limitou a operar em sete ilhas e recifes integradas no seu território.

Estas instalações, defendeu, não podem ser consideras atos de "militarização". Esse é um argumento "falso criado por outros países", disse.

"A expansão das instalações visam sobretudo oferecer melhores serviços de caráter civil e marítimo aos países da região e assistir em caso de desastres naturais ou acidentes", explicou.

E referiu a título de exemplo o desaparecimento do voo MH370 da companhia aérea Malaysian Airlines, em março de 2014, quando voava desde Kuala Lumpur com destino a Pequim, aludindo que os trabalhos de resgate poderiam ter sido facilitados se houvessem bases operacionais em ilhas como as Spratly.

A China defende a "paz, estabilidade e liberdade de navegação na região", realçou, acrescentando que espera que durante a cimeira se discuta o fortalecimento da cooperação marítima.

A ASEAN, que conta com dez Estados-membros desde que foi criada a 08 de agosto de 1967, tem como principais objectivos fomentar o crescimento económico e a estabilidade na região.
JOYP // ARA

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