Nova Iorque, 30 set (Lusa) - O Presidência da República disse hoje que deverá ser possível retomar "não daqui a muito tempo" a cooperação na área da Justiça com Timor-Leste, agora através de consultoria.
"É possível que não daqui a muito tempo a cooperação na Justiça possa avançar através de consultoria e não através de magistrados que realizem julgamentos de timorenses", adiantou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas no final de uma visita a Nova Iorque, onde se deslocou no âmbito da abertura da 70.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Referindo-se ao encontro que manteve na terça-feira com o primeiro-ministro de Timor-Leste, Rui Maria de Araújo, o Presidente da República revelou que o retomar da cooperação na área da Justiça foi um dos principais assuntos em debate, "depois dos problemas conhecidos que ocorreram no passado".
O Governo de Timor-Leste ordenou em novembro do ano passado aos serviços de migração a expulsão dos funcionários judiciais internacionais em 48 horas, incluindo cinco juízes, um procurador e um oficial da PSP de nacionalidade portuguesa.
No início de julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, tinha revelado que Portugal e Timor-Leste estavam a negociar um novo protocolo para a cooperação judicial, que incluiria "renovados pressupostos" para garantir que a expulsão de magistrados portugueses "não volte a repetir-se".
No encontro com Rui Maria de Araújo, continuou o chefe de Estado, foi igualmente falada a questão da expansão das "escolas de referência" e a difusão da língua portuguesa.
"O primeiro-ministro está muito empenhado no reforço das escolas de referência", disse Cavaco Silva, considerando que esse é um passo muito importante para a consolidação da língua portuguesa em Timor-Leste.
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