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BASÍLIO FALA PARA DESPROVIDOS DE CÉREBRO ?
O representante da igreja católica de Baucau, bispo Basílio do Nascimento, pronunciou-se em declarações ao jornal Timor Post sobre o “perdão” do presidente Ramos Horta ao grupo Reinado-Salsinha. Das suas palavras sobre o assunto foram revelados sintomas de estar com graves falhas de memória, trocando, pela gravidade de todo o processo de 11 de Fevereiro de 2006, o mais grave pelo menos grave, se atendermos às proporções e efeitos de terem estado presos desde 2008 homens inocentes para servir uma farsa que o bispo saberá, como a maioria, que teve de tomar aquelas dimensões para que os verdadeiros responsáveis pelos acontecimentos não fossem responsabilizados, julgados, condenados e reclusos – porque outra sentença não seria de esperar se existisse realmente justiça em Timor-Leste.
Será estulto considerar que o bispo de Baucau já não diz coisa com coisa e que por doença grave a sua memória já não pertence ao reino dos homens. Por tal, por ser óbvia a memória de Basílio do Nascimento, temos de concluir que nas suas palavras impera a hipocrisia que concorre para consolidar a versão oficial sobre o 11 de Fevereiro de 2008, uma farsa. É notório que as palavras do bispo revelam má fé quando pretende mostrar-se preocupado, discordante, até indignado, pelo “perdão” do PR ao grupo de Reinado-Salsinha, querendo minimizar o facto de inocentes terem estado tanto tempo na prisão devido a uma sentença descabida que fez parte de uma enorme farsa em julgamento presidido pelo juiz Basmeri, homem sem coragem para aprofundar e desmascarar as irregularidades e ilegalidades que recheiam o processo que ele conduziu ao sabor dos que têm responsabilidades nas execuções de Reinado e Exposto e nas presenças dos “rebeldes” em casa do PR Horta, assim como em toda a trama que envolveu o “atentado” em Balibar ao PM Xanana Gusmão.
Xanana Gusmão e Ramos Horta mentiram para se salvaguardar e arrastaram consigo muitos outros. Isso mesmo transparece em todo o processo. Isso mesmo foi entendido durante as audiências do caso 11 de Fevereiro. À impunidade dos responsáveis pela trama e pela farsa valeu o então PGR Longuinhos Monteiro, valeram as contaminações e desaparecimento das provas – factos revelados e demonstrado em tribunal – valeu um subserviente magistrado do ministério público, Felismino Cardoso, que comprovadamente mentiu e que se debateu para encarcerar inocentes, oferecendo a impunidade a Xanana Gusmão e a todos os que deveriam ser condenados.
Assim não fosse e deverá o bispo Basílio procurar justificação para o facto de Xanana Gusmão e os que o rodeavam em Balibar terem inventado o atentado. Também deverá encontrar justificação para Ramos Horta ter acusado Marcelo Caetano de ter disparado contra ele mas depois não ter comparecido ao reconhecimento porque sabia ser impossível reconhecer o atirador devido àquele estar encapuçado. Isso mesmo foi concluído pelos juízes na sessão de reconhecimento ocorrida na prisão de Becora. Portanto, Horta também mentiu. Procuraram bodes expiatórios como Angelita Pires, etc. Ademais, ao tempo que Ramos Horta chegou ao local em que foi atingido e quase morto, naquela manhã, já nenhum dos homens do grupo Reinado-Salsinha estava presente. Isso também ficou demonstrado.
Basílio do Nascimento deveria ter já feito duas perguntas básicas. Porque mentiu Xanana Gusmão e inventou o atentado em Balibar? Porque mentiu Ramos Horta ao querer inculpar um “rebelde” de ter disparado contra ele? Nunca o tribunal, o servil juiz Basmeri, procurou saber sobre as razões daquelas mentiras. Decerto por saber que se a verdade fosse exposta Xanana e Horta ficariam igualmente expostos e podiam passar de alegadas vítimas a eventuais arguidos.
Condene-se a infelicidade de Ramos Horta ter visto a sua vida em sério perigo, fruto do seu avanço a peito descoberto para o local onde a armadilha a Alfredo Reinado foi montada, e perguntemos porque razão o PR demonstrou grande à vontade a encaminhar-se para o local da contenda. Não seria por saber o que estava a acontecer e que após os tiros que ele próprio disse ter escutado a execução de Reinado já tinha sido consumada e deduzir que já não haveria mais tiros? Muito menos pensaria que na “confusão” estava um atirador hostil que lhe ia causando a morte?
Se o atirador que pretendeu assassinar Ramos Horta não era do grupo Reinado-Salsinha, quem era? Quem lhe ordenou que disparasse contra o PR? Porque razão em Balibar foi inventado um atentado mal amanhado depois de saberem que Ramos Horta tinha sido gravemente atingido? São tudo perguntas para que há respostas e essas não foram procuradas pelo Tribunal Distrital de Díli, antes pelo contrário.
Todos estes factos são de domínio público, em Timor-Leste e globalmente. De nada serve o bispo Basílio ou outros estarem a fazer uma abordagem hipócrita sobre o caso. Ramos Horta limitou-se a libertar homens que foram indevidamente condenados pelo colectivo presidido por Basmeri e depois pelo Tribunal de Recurso – se bem que este tenha reconhecido a invenção do atentado em Balibar e “alivido” a sentença do Tribunal Distrital de Díli. Mesmo assim, o Tribunal de Recurso demonstrou a quem serve. Viu-se que à justiça não é. Também ele ofereceu a impunidade aos responsáveis do 11 de Fevereiro de 2008.
O bispo Basílio disse ao Tempo Semanal que o "poder Judiciário não tem nenhum valor, o Estado de Direito foi roubado à nação com o perdão do Presidente a Gastão Salsinha”. Esta afirmação é, no mínimo, uma ofensa à inteligência dos cidadãos do mundo que acompanharam o caso, que acompanharam o respectivo julgamento e que tiveram oportunidade de consultar a documentação do processo. O estado de direito não foi roubado com este “perdão” presidencial mas sim quando o poder político – Horta incluído – dominou o poder judicial, são esses os ladrões do estado de direito que o bispo diz ter sido roubado. E foi, faz já algum tempo.
Se Basílio anda nas nuvens e só de vez em quando regressa à terra então compreende-se que tenha pronunciado tamanho disparate. Mas, assim sendo, porque o fez? O responsável por um bispado católico não deve saber minimamente o que se passa no país onde vive e exerce a profissão? Então por quê encarniçar-se contra inocentes que estiveram presos desde 2008? Não devia de ser ao contrário? E o descrédito da justiça em Timor-Leste não se deve ao facto de o judiciário ter optado por colaborar numa farsa só porque o PR e o PM estavam envolvidos? Ou o bispo considera que os da elite são cidadãos acima de suspeitas, que não devem ser investigados, constituídos arguidos e julgados? Talvez. Esse é o sintoma que nele se percebe quando pretende silenciar a pedofilia na igreja católica timorense. Casos do passado estão a vir à tona e à letra de forma e os do presente, se houver, também virão. Afinal, que tipo de justiça preconiza Basílio Nascimento para Timor-Leste e para um estado democrático e de direito? Aceita ou não aceita a separação de poderes como consta na Constituição de Timor? Essa separação de poderes é um dos mais importantes alicerces do estado de direito e da democracia. E se aceita, porque não aceita a separação entre estado e igreja, como sistematicamente vem sendo demonstrado pelos responsáveis da igreja em Timor? Dois pesos e duas medidas? Afinal, de que estado de direito fala o bispo nas palavras apreendidas e publicadas pelo Timor Post?
Horta “perdoou” inocentes e libertou-os por saber que eles é que foram e são as vítimas. Que no lugar deles outros deveriam estar se Basmeri e o ministério público pugnassem por exercerem justiça. Porque se insurge o bispo especificamente neste caso? E o Caso Bere, entre outros? E a corrupção e o faz-de-conta-da-luta-contra com que os governantes julgam enganar? E a impunidade dos da elite, incluindo a eclesiástica?
SANTA HIPOCRISIA
Basmeri ao Timor Post: "Para mim a coisa mais grave dessa decisão é que ela pode prejudicar a justiça de ser efetiva neste país. Em primeiro lugar, significa que há uma falta de confiança nos agentes de justiça, por outro lado, pode desmotivar este país porque ele vai dizer que não há justiça, que alguém pode cometer qualquer crime e depois de o tribunal ter condenado alguém à prisão, o senhor Presidente pode perdoar essa pessoa", lamentou o Bispo Dom Basílio Nascimento aos jornalistas nos aposentos da Diocese Eclesiástica de Baucau na passada sexta-feira, dia 27 de agosto.”
Está demonstrado que Ramos Horta, PR, tomou as medidas mais justas depois de ter sido cúmplice na montagem da farsa do 11 de Fevereiro. Sabíamos que teria de ser assim ou então muitos dos homens inocentes mas reclusos começariam a falar e a dizer o que não convinha. Também podia acontecer que se falassem e ficassem presos em Becora a cumprir uma pena injusta se começassem a “suicidar” ou a morrer de “crises hepáticas”. Nunca se sabe. Por estar demonstrado, será bem que o bispo comece a compreender que não anda a falar para desprovidos de cérebro e que nestes casos será melhor conter-se, aproveitando a contenção para evitar de solicitar-aceitar doações de milhões dos cofres do estado para a igreja, quando a população tem entre ela imensos casos de subnutrição, de falta de saúde, e imensos fãs de falcatruas para sustentar no aparelho de estado e familiares desses.
Quando Basílio diz que com estes perdões há falta de confiança nos agentes da justiça e que os timorenses podem ficar desmotivados porque não há justiça, que os que cometem crimes que o tribunal condena são de seguida perdoados pelo PR e isso é caminho para a descredibilização, está parcialmente certo. Mas a descredibilização da justiça timorense é mais porque tem juízes sem conhecimentos e sem coragem, menos pela razão dos perdões presidenciais. É também porque o ministério público tem sido servo do poder político. É principalmente porque as populações vêem o ministério público e os tribunais exercerem medidas punitivas aos de menores recursos mas oferece de bandeja a impunidade aos poderes, político, eclesiástico e outros, que constituem a elite timorense. Só pelos perdões presidenciais não tem cabimento a retórica bispal, teria por tudo. Muito menos cabimento tem atirar pedras quando a igreja tem telhados de vidro. Perdoe-nos o bispo e deixe-nos ir para o céu, mas o que falou, como falou, resume-se em desconhecimento ou santa hipocrisia. É de esperar que um bispo não enferme de desconhecimento em casos destes porque o sector da justiça de que fala já é um dos principais pólos da gangrena do país.
O representante da igreja católica de Baucau, bispo Basílio do Nascimento, pronunciou-se em declarações ao jornal Timor Post sobre o “perdão” do presidente Ramos Horta ao grupo Reinado-Salsinha. Das suas palavras sobre o assunto foram revelados sintomas de estar com graves falhas de memória, trocando, pela gravidade de todo o processo de 11 de Fevereiro de 2006, o mais grave pelo menos grave, se atendermos às proporções e efeitos de terem estado presos desde 2008 homens inocentes para servir uma farsa que o bispo saberá, como a maioria, que teve de tomar aquelas dimensões para que os verdadeiros responsáveis pelos acontecimentos não fossem responsabilizados, julgados, condenados e reclusos – porque outra sentença não seria de esperar se existisse realmente justiça em Timor-Leste.
Será estulto considerar que o bispo de Baucau já não diz coisa com coisa e que por doença grave a sua memória já não pertence ao reino dos homens. Por tal, por ser óbvia a memória de Basílio do Nascimento, temos de concluir que nas suas palavras impera a hipocrisia que concorre para consolidar a versão oficial sobre o 11 de Fevereiro de 2008, uma farsa. É notório que as palavras do bispo revelam má fé quando pretende mostrar-se preocupado, discordante, até indignado, pelo “perdão” do PR ao grupo de Reinado-Salsinha, querendo minimizar o facto de inocentes terem estado tanto tempo na prisão devido a uma sentença descabida que fez parte de uma enorme farsa em julgamento presidido pelo juiz Basmeri, homem sem coragem para aprofundar e desmascarar as irregularidades e ilegalidades que recheiam o processo que ele conduziu ao sabor dos que têm responsabilidades nas execuções de Reinado e Exposto e nas presenças dos “rebeldes” em casa do PR Horta, assim como em toda a trama que envolveu o “atentado” em Balibar ao PM Xanana Gusmão.
Xanana Gusmão e Ramos Horta mentiram para se salvaguardar e arrastaram consigo muitos outros. Isso mesmo transparece em todo o processo. Isso mesmo foi entendido durante as audiências do caso 11 de Fevereiro. À impunidade dos responsáveis pela trama e pela farsa valeu o então PGR Longuinhos Monteiro, valeram as contaminações e desaparecimento das provas – factos revelados e demonstrado em tribunal – valeu um subserviente magistrado do ministério público, Felismino Cardoso, que comprovadamente mentiu e que se debateu para encarcerar inocentes, oferecendo a impunidade a Xanana Gusmão e a todos os que deveriam ser condenados.
Assim não fosse e deverá o bispo Basílio procurar justificação para o facto de Xanana Gusmão e os que o rodeavam em Balibar terem inventado o atentado. Também deverá encontrar justificação para Ramos Horta ter acusado Marcelo Caetano de ter disparado contra ele mas depois não ter comparecido ao reconhecimento porque sabia ser impossível reconhecer o atirador devido àquele estar encapuçado. Isso mesmo foi concluído pelos juízes na sessão de reconhecimento ocorrida na prisão de Becora. Portanto, Horta também mentiu. Procuraram bodes expiatórios como Angelita Pires, etc. Ademais, ao tempo que Ramos Horta chegou ao local em que foi atingido e quase morto, naquela manhã, já nenhum dos homens do grupo Reinado-Salsinha estava presente. Isso também ficou demonstrado.
Basílio do Nascimento deveria ter já feito duas perguntas básicas. Porque mentiu Xanana Gusmão e inventou o atentado em Balibar? Porque mentiu Ramos Horta ao querer inculpar um “rebelde” de ter disparado contra ele? Nunca o tribunal, o servil juiz Basmeri, procurou saber sobre as razões daquelas mentiras. Decerto por saber que se a verdade fosse exposta Xanana e Horta ficariam igualmente expostos e podiam passar de alegadas vítimas a eventuais arguidos.
Condene-se a infelicidade de Ramos Horta ter visto a sua vida em sério perigo, fruto do seu avanço a peito descoberto para o local onde a armadilha a Alfredo Reinado foi montada, e perguntemos porque razão o PR demonstrou grande à vontade a encaminhar-se para o local da contenda. Não seria por saber o que estava a acontecer e que após os tiros que ele próprio disse ter escutado a execução de Reinado já tinha sido consumada e deduzir que já não haveria mais tiros? Muito menos pensaria que na “confusão” estava um atirador hostil que lhe ia causando a morte?
Se o atirador que pretendeu assassinar Ramos Horta não era do grupo Reinado-Salsinha, quem era? Quem lhe ordenou que disparasse contra o PR? Porque razão em Balibar foi inventado um atentado mal amanhado depois de saberem que Ramos Horta tinha sido gravemente atingido? São tudo perguntas para que há respostas e essas não foram procuradas pelo Tribunal Distrital de Díli, antes pelo contrário.
Todos estes factos são de domínio público, em Timor-Leste e globalmente. De nada serve o bispo Basílio ou outros estarem a fazer uma abordagem hipócrita sobre o caso. Ramos Horta limitou-se a libertar homens que foram indevidamente condenados pelo colectivo presidido por Basmeri e depois pelo Tribunal de Recurso – se bem que este tenha reconhecido a invenção do atentado em Balibar e “alivido” a sentença do Tribunal Distrital de Díli. Mesmo assim, o Tribunal de Recurso demonstrou a quem serve. Viu-se que à justiça não é. Também ele ofereceu a impunidade aos responsáveis do 11 de Fevereiro de 2008.
O bispo Basílio disse ao Tempo Semanal que o "poder Judiciário não tem nenhum valor, o Estado de Direito foi roubado à nação com o perdão do Presidente a Gastão Salsinha”. Esta afirmação é, no mínimo, uma ofensa à inteligência dos cidadãos do mundo que acompanharam o caso, que acompanharam o respectivo julgamento e que tiveram oportunidade de consultar a documentação do processo. O estado de direito não foi roubado com este “perdão” presidencial mas sim quando o poder político – Horta incluído – dominou o poder judicial, são esses os ladrões do estado de direito que o bispo diz ter sido roubado. E foi, faz já algum tempo.
Se Basílio anda nas nuvens e só de vez em quando regressa à terra então compreende-se que tenha pronunciado tamanho disparate. Mas, assim sendo, porque o fez? O responsável por um bispado católico não deve saber minimamente o que se passa no país onde vive e exerce a profissão? Então por quê encarniçar-se contra inocentes que estiveram presos desde 2008? Não devia de ser ao contrário? E o descrédito da justiça em Timor-Leste não se deve ao facto de o judiciário ter optado por colaborar numa farsa só porque o PR e o PM estavam envolvidos? Ou o bispo considera que os da elite são cidadãos acima de suspeitas, que não devem ser investigados, constituídos arguidos e julgados? Talvez. Esse é o sintoma que nele se percebe quando pretende silenciar a pedofilia na igreja católica timorense. Casos do passado estão a vir à tona e à letra de forma e os do presente, se houver, também virão. Afinal, que tipo de justiça preconiza Basílio Nascimento para Timor-Leste e para um estado democrático e de direito? Aceita ou não aceita a separação de poderes como consta na Constituição de Timor? Essa separação de poderes é um dos mais importantes alicerces do estado de direito e da democracia. E se aceita, porque não aceita a separação entre estado e igreja, como sistematicamente vem sendo demonstrado pelos responsáveis da igreja em Timor? Dois pesos e duas medidas? Afinal, de que estado de direito fala o bispo nas palavras apreendidas e publicadas pelo Timor Post?
Horta “perdoou” inocentes e libertou-os por saber que eles é que foram e são as vítimas. Que no lugar deles outros deveriam estar se Basmeri e o ministério público pugnassem por exercerem justiça. Porque se insurge o bispo especificamente neste caso? E o Caso Bere, entre outros? E a corrupção e o faz-de-conta-da-luta-contra com que os governantes julgam enganar? E a impunidade dos da elite, incluindo a eclesiástica?
SANTA HIPOCRISIA
Basmeri ao Timor Post: "Para mim a coisa mais grave dessa decisão é que ela pode prejudicar a justiça de ser efetiva neste país. Em primeiro lugar, significa que há uma falta de confiança nos agentes de justiça, por outro lado, pode desmotivar este país porque ele vai dizer que não há justiça, que alguém pode cometer qualquer crime e depois de o tribunal ter condenado alguém à prisão, o senhor Presidente pode perdoar essa pessoa", lamentou o Bispo Dom Basílio Nascimento aos jornalistas nos aposentos da Diocese Eclesiástica de Baucau na passada sexta-feira, dia 27 de agosto.”
Está demonstrado que Ramos Horta, PR, tomou as medidas mais justas depois de ter sido cúmplice na montagem da farsa do 11 de Fevereiro. Sabíamos que teria de ser assim ou então muitos dos homens inocentes mas reclusos começariam a falar e a dizer o que não convinha. Também podia acontecer que se falassem e ficassem presos em Becora a cumprir uma pena injusta se começassem a “suicidar” ou a morrer de “crises hepáticas”. Nunca se sabe. Por estar demonstrado, será bem que o bispo comece a compreender que não anda a falar para desprovidos de cérebro e que nestes casos será melhor conter-se, aproveitando a contenção para evitar de solicitar-aceitar doações de milhões dos cofres do estado para a igreja, quando a população tem entre ela imensos casos de subnutrição, de falta de saúde, e imensos fãs de falcatruas para sustentar no aparelho de estado e familiares desses.
Quando Basílio diz que com estes perdões há falta de confiança nos agentes da justiça e que os timorenses podem ficar desmotivados porque não há justiça, que os que cometem crimes que o tribunal condena são de seguida perdoados pelo PR e isso é caminho para a descredibilização, está parcialmente certo. Mas a descredibilização da justiça timorense é mais porque tem juízes sem conhecimentos e sem coragem, menos pela razão dos perdões presidenciais. É também porque o ministério público tem sido servo do poder político. É principalmente porque as populações vêem o ministério público e os tribunais exercerem medidas punitivas aos de menores recursos mas oferece de bandeja a impunidade aos poderes, político, eclesiástico e outros, que constituem a elite timorense. Só pelos perdões presidenciais não tem cabimento a retórica bispal, teria por tudo. Muito menos cabimento tem atirar pedras quando a igreja tem telhados de vidro. Perdoe-nos o bispo e deixe-nos ir para o céu, mas o que falou, como falou, resume-se em desconhecimento ou santa hipocrisia. É de esperar que um bispo não enferme de desconhecimento em casos destes porque o sector da justiça de que fala já é um dos principais pólos da gangrena do país.
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