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TIMOR-LESTE NÃO É UM ESTADO FALHADO

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Regressado a Portugal comecei a ter tempo para me inteirar da actualidade nacional e também da actualidade timorense. Tive conhecimento de uma entrevista que o Presidente Ramos Horta concedeu à rádio portuguesa TSF, fui ouvi-lo.

Bastante sereno e sem titubear, o Presidente Ramos Horta respondeu às perguntas de Manuel Acácio quase sem ter se corrigir. Foram declarações fluentes que a quem as ouviu deram a sensação de estar seguro daquilo que estava a dizer. Essa foi a sensação que nos deixou.

Evidentemente que o Presidente timorense falou sobre o país segundo a sua perspectiva e também com uma grande dose de usar o que fosse politicamente correcto. Assegurou inclusive que Timor não é um estado falhado, como alguns querem fazer querer, e citou os jornalistas – possivelmente a pensar em artigos de jornalistas como Matt Crok, australiano, ou então de Pedro Rosa Mendes, português quase permanente em Timor-Leste, outros há.

O Presidente “esqueceu-se” de dizer que aqueles que querem fazer crer que Timor-Leste é um estado falhado não são jornalistas mas sim algumas personalidades que até o cumprimentam com “amizade efusiva” nas suas visitas oficiais, assim como certos embaixadores, empresários e “benfeitores” que ele recebe em Díli.

Esqueceu-se ainda o Presidente Ramos Horta de dizer o que pensa relativamente ao tão pouco que o governo está a fazer pelos “seus pobres”, conforme já o referiu intimamente e em reservado a pessoas de suas relações e confiança, assim como ao próprio primeiro-ministro Gusmão.

Compreende-se que não conviesse ao Presidente Horta entrar por estas vias de conversação, seria o politicamente errado. Mas é bom que se saiba aquilo que ele de facto pensa sobre o seu país, pelo menos em Portugal se em Timor-Leste não pode ser para não perturbar a “estabilidade”.

O Presidente Ramos Horta anunciou o seu projecto de nomear Díli Cidade da Paz e de fazer acompanhar esta nomeação com trabalho que promova a Paz na capital e no país. Ramos Horta certamente que se esqueceu de informar como é que a juventude e todos os envolvidos neste programa vão ocupar o resto do tempo diário para além das duas ou três horas semanais das “actividades pacíficas”. Sabendo certamente que a ociosidade é parceira do disparate, do crime, das alterações de humor e deformações de personalidades devido a ser acompanhada da ausência de um ordenado que assegure a subsistência.

Não se sabe exactamente aquilo que pensa o Presidente. Seria útil e interessante que tomasse em linha de conta todos estes factores e também os que estudiosos e técnicos devidamente sábios sobre estas disciplinas lhe pudessem avançar e até serem os mentores e dirigentes de tal programa.

Na generalidade, a entrevista que Ramos Horta deu à TSF, foi estimulante e mostrou a vontade de podermos voltar a acreditar em Timor-Leste, contudo devemos considerar o défice democrático instaurado por este governo, a corrupção avultada e de colarinhos bastante alvos, a tomada dos tribunais e da polícia, assim como a já visível tomada do exército que o primeiro-ministro Gusmão tem posto em prática, assegurando-se que põe nos comandos não só pessoas de sua confiança mas principalmente pessoas sobre as quais tem ascendência e controlo.

Por enquanto, mesmo assim, vale a pena ainda acreditar em Timor. Queremos ainda mais.

GUSMÃO FOI BUSCAR TRUNFOS A ANGOLA

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A visita de Gusmão a Angola terminou hoje, aparentemente repleta de sucesso, demonstrando aos países lusófonos que Timor-Leste tem por objectivo alargar as relações com as suas raízes históricas, assentes no universo construído pelos colonizadores portugueses.

A visita foi muito oportuna nesta data porque será a partir de agora que Timor-Leste e os seus governantes terão de dar provas substantivas à Austrália de que não a vão pôr à margem da obtenção de lucros que pretende para os seus investidores, em fila para apostarem no filão que aquele pequeno país para eles representa quase a todos os níveis. Nada melhor para Timor do que argumentar com as vantagens oferecidas pelos países da CPLP.

Timor sobe a parada relativamente à Austrália e envia um recado inequívoco à CPLP sobre o seu apego à comunidade lusófona. Por assim dizer, mata dois coelhos de uma cajadada.

Para os investidores australianos, Timor-Leste não representa um maná somente em petróleo e gás natural mas também a nível das telecomunicações, das rodovias, das infraestruras citadinas, da indústria hoteleira e do turismo, para além de outros sectores praticamente inexplorados ou minimamente explorados devido aos tempos de ínfima capacidade de poder de compra dos timorenses, situação que prevêem estar a inverter-se. Isso, aliado à estabilidade que consideram oferecer fiabilidade está a fazê-los correr para o país do sol nascente.

Sabendo isso, o governo timorense foi a Angola mostrar que pode recorrer aos países lusófonos em condições satisfatórias e vantajosas em vez de se entregar na dependência do gigante do cruzeiro do sul. Desse modo terá muito maior capacidade negocial e poderá exigir aos investidores australianos o que eles considerarão o couro e o cabelo se quiserem entrar nos projectos a desenvolver e no mercado timorense dos sectores que lhes possam estar a suscitar, ou vir a suscitar interesses.

Para além de Timor-Leste demonstrar desde a primeira hora que pode contar com Portugal já é sabido desde há algum tempo que igualmente um gigante da lusofonia é seu parceiro, o Brasil. Gusmão veio agora juntar ao grupo um outro gigante da África lusófona, Angola.

Nos encontros que agora ocorrerão entre investidores australianos e timorenses, na cidade de Díli, esses trunfos serão lançados por Timor para a mesa de negociações. Resta-nos esperar pelos resultados e saber se os negociadores timorenses têm sabedoria para fazer o que agora está mais fácil mas que pode gorar-se se forem demasiado hostis e pretensiosos.

Deslocados - RAMOS HORTA FAZ CONTAS DE SUMIR

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O Presidente José Ramos Horta declarou há dias à Lusa a sua indignação contra a Amnistia Internacional por ter referido numa sua avaliação que existem em Timor-Leste cerca de 40 mil desalojados, vitimas dos incidentes de 2006.

Na época, quase duas centenas de milhares de vítimas viram as suas parcas habitações serem destruídas e incendiadas por grupos de jovens conotados com grupos de artes marciais ao serviço dos autores do golpe de Estado que entretanto se consumou e aterrorizou os timorenses da parte leste do país.

Indignado ou não, esquece-se o Presidente Ramos Horta que a Amnistia Internacional faz constar nos seus números os efectivamente deslocados e desalojados, os que tinham e agora ainda não têm casas próprias, mesmo que pobres e simples como as que já tinham em 2006 e foram destruídas pelos referidos incidentes.

Na realidade ainda existem algumas largas dezenas de milhares de desalojados deslocados e isso poderá ser constatado pelo senhor Presidente da República se, como deve, considerar que imensos dos que perderam as suas casas ainda não têm casa própria e vivem por favor em casas de familiares e amigos, não tendo como regressar às suas anteriores casas e localidades devido às faltas de apoio adequadas por parte do governo, que afinal é quem demonstrou ter o poder nas acções dos grupos de artes marciais.

Há coisas tão evidentes, parecendo que o senhor José Ramos Horta as está a querer escamotear, que depois dão origem ao seu crescente descrédito, nacional e internacionalmente, sobre o que diz e realmente faz. Não parece que seja da competência de um Presidente da República que se preze e seja honesto tentar encobrir a ineficiência dos organismos do Estado timorense relativamente ao problema dos deslocados. Muito menos que queira encobrir que nem todos os muitos milhares de deslocados e desalojados estão em campos como o de Metinaro, que tem cerca de 6 mil refugiados da sanha terrorista de 2006.

A este número muitos mais devem ser acrescentados, incluindo os que estão em terrenos de organismos estatais e, principalmente, os que continuam sem casas e sem regressar às suas localidades de origem. Enfim, muitos milhares que estão à espera que seja o governo a apoiá-los, conforme promete e diz que faz. Faz, mas ainda não fez a todos, se não falta o devido apoio a 40 mil, como a Amnistia dizia anteriormente, podemos ter a certeza absoluta que desalojados e deslocados ainda existirão em Timor-Leste uns 30 mil, aproximadamente, e isso o Presidente da República não tem o direito de escamotear.

Ao pretender fazer crer que Timor-Leste só tem 4 mil deslocados desalojados, o senhor José Ramos Horta mente. Falta saber se o faz somente porque está mal informado. Será muito bom que se documente devidamente, à margem dos serviços e informadores afectos ao governo. Melhor ainda se tivesse oportunidade de compreender sobre as verbas que são efectivamente entregues a título de subsídio às vítimas e aquilo que é lançado nas despesas do orçamento. Poderá não competir ao PR tal acção, mas já fez tantas que não lhe competiam. Inconfundivelmente, ao menos esta seria uma boa acção.

MULHERES TIMORENSES ESBARRAM NO ABERRANTE PODER DOS BISPOS

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Bispo Ricardo

Em Timor-Leste estão a ocorrer “fenómenos” cujos resultados estão a deixar os conservadores da Igreja Timorense inquietos e, quem sabe, capazes de voltar a querer derrubar o Estado, o Governo, os que forem contra as suas “sabedorias” ancilosadas. Os senhores Bispos que se cuidem.

A mulher de Xanana Gusmão, Kirsty Sword Gumão, chegou a Portugal para representar a sua Fundação Alola e falar da mulher timorense, da situação das mulheres timorenses, do desempenho das mulheres timorenses durante a luta de libertação e nos tempos da construção do país, agora e futuramente.

Em entrevista à Lusa a senhora Kirsty defendeu que é importante que a mulher timorense se liberte de certas imposições da Igreja Timorense. Não referindo a Igreja foi como se o fizesse.

Mas o que a senhora foi fazer! As reacções não se fizeram esperar. Desde “porta-vozes” da Igreja a indignarem-se até uma ministra da Justiça que fala de leis a cumprir, apesar de estar considerada mais que suspeita de ser corrupta – como afirma a oposição e a comunicação social. A Lei Contra o Aborto é para cumprir, morram ou não mulheres por não serem observadas as mais elementares regras e direitos que lhes assistem. A implementação de um planeamento familiar… Qual o quê? Inexistente. Distribuição de pílulas… Arrenegam, os sacerdotes e as “irmãs”.

Afirmou há dias um sacerdote, que se insurgia contra maior abertura na Lei da Interrupção da Gravidez, dizendo que 95 por cento dos timorenses são católicos e são contra. Nada mais falso. Esta é a eterna mania das Igrejas, principalmente da católica, em inflacionar os que os seguem na realidade. A maioria dos timorenses são católicos não praticantes, uma larga percentagem age contra as exigências da Igreja e submete-se a práticas abortivas sem as mínimas condições. Porque não criar as condições legais que permitam que as mulheres possam ser assistidas convenientemente? Mas que Igreja é aquela? Que Bispos desumanos são aqueles? Desejarão os sofrimentos das mulheres e até a morte como um “castigo”?

Importa que os timorenses e os políticos timorenses deixem de sustentar e tolerar as interferências da Igreja nas coisas do Estado e dos cidadãos. Importa, de uma vez por todas, saber dizer aos Bispos timorenses que não lhes pertence governar o país e muito menos interferir nas necessidades gritantes das mulheres timorenses só por serem extremamente intolerantes e retrógrados. Importa pôr a Igreja no devido lugar e lembrar-lhes que escusam de vir com representatividades que são manipuladas porque nem os Bispos nem os sacerdotes são completamente católicos e cumpridores das “leis bíblicas”, ainda menos das leis dos homens. Além disso, que se saiba, nunca foram expostos a eleições. Não tendo sido sufragados como podem estar tão convictos dos seus 95 por cento de católicos?

Razoabilidade é o que falta à Igreja em Timor Leste.

Banco Mundial: NEM SEMPRE O QUE PARECE É

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Consideráveis escândalos sobre pagamentos principescos a alguns assessores de ministros timorenses chegaram aos corredores do Banco Mundial. Razão suficiente para que a entidade deslocasse a Díli o seu número dois na hierarquia que conclui não existirem escândalos mas “sim pagamentos justos e devidos aos que têm por missão contribuir para o melhor e desejável desempenho dos governantes timorenses”.

Se aparentemente assim considerou o BM para público entender, já no seu interior as opiniões são parcialmente contrárias e está a ser preparado um relatório com as conclusões e propostas de correcções que devem ser produzidas. Algo que já não é novidade e que aconteceu em casos quase semelhantes. Devendo ser constante no referido relatório que apesar de tudo este caso é substancialmente fora do comum e exagerado na correlação das verbas e desempenhos, comparativamente a casos passados e confirmados.

É comum o BM guardar para si as conclusões a que chega quando em casos destes põe os seus mais creditados elementos em campo. Quase sempre assim foi a sua política, por razões obvias de não perturbação das estabilidades governamentais dos países das suas intervenções. Acresce que neste caso até ao BM foi difícil “engolir o sapo” que a ministra das Finanças timorense, Emília Pires, lhe serviu. Consta que as fugas de informação, relacionadas com o processo podem começar a acontecer para que assim o BM possa “lavar a sua imagem de entidade responsável e transparente, avaliadora consciente daquilo que financia” – palavras vindas do seu interior.

Significa tudo isto que a presença do alto quadro do BM em Timor Leste serviu para publicamente demonstrar o seu interesse sobre o assunto “escandaloso” do Ministério das Finanças e também para aparentar que nada de excepcional detectou mas que as correcções vão ter de ser feitas porque nem tudo vai bem no ministério de Emília Pires, nem no governo da AMP relativamente ao que implícita o BM.

Aguardemos novidades. Saibamos observar algumas mudanças e descontentamentos por certo detectáveis nos tempos mais próximos. Ao contrário daquilo que possa parecer há circunstâncias em que o Banco Mundial não pode fazer de conta que tudo está bem nos reinos que financia e deve influir.

A INSIGNIFICANTE PRESENÇA DE KIRSTY SWORD GUSMÃO EM PORTUGAL

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A presença da esposa de Xanana Gusmão em Portugal tem dado origem a acalorados debates e opiniões que na óptica de conhecedores da situação são injustificáveis, assim como injustificáveis são as reacções igualmente críticas sobre notícias das pretensões das autoridades timorenses desencadearem uma campanha para efeitos de melhorar a imagem do país. Nem Kirsty nem Timor-Leste justificam agastamentos como os que vimos, lêmos e ouvimos. Além de algumas operações estritamente cosméticas nada mudou em Timor que justifique desassombros. Os timorenses não sobrevivem este ano melhor que no ano transacto e Kirsty Sword Gusmão todos sabem quem é e porque integra o catálogo das figuras de destaque timorenses desde há alguns anos. O seu passado fala por ela e de forma alguma será agora que a vai credibilizar perante os timorenses ou o mundo.

Na realidade constata-se que individualidades portuguesas integradas num grupo de pressão têm-se movimentado em Portugal para promover uma imagem positiva do regime imposto por Xanana Gusmão com a sua AMP. Contudo, na maior parte das suas tentativas, para fazerem mover a máquina que querem criar, os resultados têm sido insignificantes. Isso mesmo se pode verificar nas reduzidas menções à presença da mulher do primeiro-ministro Xanana Gusmão na imprensa portuguesa com um parágrafo ou outro evidenciando ser forçado e por isso insignificante.

A imagem existente em Portugal e no mundo sobre Timor-Leste é a mesma de 2006, quando do golpe de Estado, e todos esperam para voltar a ler nos cabeçalhos dos jornais outro qualquer descalabro acontecido em Timor-Leste. É essa na generalidade a posição e as expectativas da população mundial relativamente a Timor-Leste e ao seu regime. Pouco importa que refiram sobre a estabilidade em que o país vive. O mundo sabe que aquela é uma estabilidade aparente, mantida através da repressão começada quando do golpe de Estado, atingindo o seu auge após o encenado 11 de Fevereiro de 2008 – onde infelizmente o Presidente Ramos Horta foi apanhado na confusão para que contribuiu - em que os timorenses, principalmente em Díli, se viram remetidos para um recolher obrigatório e estado de excepção que já julgavam que não terminava - tanto foi o tempo que durou sem que rigorosamente nada o justificasse. Nesse momento tudo e todos compreenderam que estavam perante um regime bem musculado. Um regime que desde então continua a equipar-se com máquinas repressivas, que nomeia para essa repressão um comissário político com a importância de comandante das polícias, Monteiro, que adquire armamento e canhões de água que atemorizam somente com a sua presença, que adquire viaturas civis para agentes de uma polícia (milícia?) que legalmente não existe mas que anda nas ruas a vigiar e a recolher informações de eventuais opositores e de todos que possam ser considerados “inimigos da estabilidade nacional”, etc.

Naquelas circunstâncias será impossível colher créditos para o regime timorense implantado pelos que actualmente querem mostrar uma face mais moderada, moderna e democrática. Os próprios estrangeiros que têm colaborado com as autoridades timorenses são os que quando regressam ao mundo realmente livre e democrático denunciam as situações de défice democrático, de corrupção, de injustiça, de ausência de governabilidade competente e honesta em favor das populações. O fosso entre uma classe de privilegiados, em número reduzido – políticos do status, empresários e famílias – e cerca de noventa por cento da população é enorme, apesar de inteligentemente estar a ser construído um "tampão" numa classe supostamente “média” entre funcionários públicos colaborantes, militantes dos partidos do regime e indivíduos subsidiados para todo o serviço, sujo, se necessário.

Sendo preocupante o que se está a passar em Timor-Leste, estando à vista e ao entendimento de quase todos nós a triste realidade, evidentemente que não colhe benefícios mais ou menos presenças de agentes a querer demonstrar o contrário, porque só será enganado quem desconhecer a realidade timorense. Sobre essa realidade podemos encontrar nos jornais e na internet, a espaços curtos e entendidos, para onde está a ir Timor e quem são os seus timoneiros na actualidade. Não será uma insignificante presença de Kirsty Sword em Portugal ou noutro país que poderá ter importância na dita campanha. Por isso, melhorar a imagem como? E a ONU, o que tem feito perante a realidade atrás referida e detectável aos que se interessarem?

SILÊNCIOS DE PR E PM SIGNIFICAM QUE PAÍS ESTÁ A SAQUE?

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A semana passada veio a público mais um escândalo de ilegalidades patrocinadas pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão, desde então o silêncio tem sido a resposta e explicações públicas ainda não existem (mesmo agora estive a falar com Timor-Leste por razões profissionais e foi o que informaram).

Na verdade é um escândalo e meio porque sobre o outro escândalo veiculado no Tempo Semanal. A refrega é antiga, agora com a novidade comprovada da assinatura de Xanana Gusmão. Um escândalo relacionado com o marido da polémica ministra Lúcia Lobato que envolve a sua empresa fornecedora de combustível da companhia de electricidade de Timor. As regras ditam que os familiares de governantes e responsáveis da administração não podem ser detentores de negócios com o Estado, muito menos sem concursos públicos de facto.

Acresce que Xanana Gusmão é alegado favorecedor de um contrato entre o seu governo e uma empresa em que a sua filha Zenilda Gusmão é accionista de destaque, o “negócio” foi realizado sem concurso público. Xanana Gusmão assinou, os valores são na ordem de muitos milhões de dólares… A imprensa australiana tomou conta do escândalo, secundada pelo Timor Lorosae Nação na blogosfera. Em Portugal apareceu um texto, aparentemente contrariado, da portuguesa Lusa, coisa que não se entende.

Que Xanana Gusmão e certos elementos do seu governo estão há algum tempo indiciados como eventuais corruptos e praticantes do nepotismo não será novidade para ninguém. Existem mesmo casos que de outro modo não podem ser vistos aos olhos de quem está minimamente atento e informado. Apesar disso nada acontece, nem investigações nem esclarecimentos, nem explicações plausíveis de que não corresponde à realidade a fama e o aparente proveito que este governo e certos funcionário têm de estarem aliados à corrupção do país. Certo é que as suas vidas melhoraram substancialmente sem que existam explicações para tal, como se sabe e como dizem os timorenses.

Não menos verdade é que o Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos Horta, ao ser confrontado pela comunicação social australiana sobre o escândalo trazido a público, de Xanana e Zenilda Gusmão, fugiu às questões respondendo avidamente que “são negócios do PM” que dos quais em nada lhe dizem respeito e ainda que não tem poderes executivos para interferir no assunto. Resposta hilariante. Ainda mais porque vimos que não tem Ramos Horta feito outra coisa senão interferir em tudo que lhe tem dado na real gana. Parece é que não quer interferir nos nebulosos negócios do primeiro-ministro, da filha, dos amigos, familiares e compadres… O país que se dane. O país e a República!

A promiscuidade, os escândalos, andam à solta em Timor-Leste e sobre isso o senhor Ramos Horta diz que na qualidade de Presidente da República não lhe compete intrometer-se?

Também o primeiro-ministro Xanana Gusmão não deu ainda uma palavra sobre o assunto. Como um e outro não consideram deverem explicar-se podemos depreender que são os proprietários de Timor-Leste? Então para que são as eleições? Os eleitores não merecem e devem ouvir as justificações e saber se os responsáveis pelas irregularidades vão ser investigados e responsabilizados se tiverem de ser? Ou será que este silêncio cobarde e desprezível significa que o país está a saque?

Estranhos conceitos de democracia têm estes dois poderosos de Timor-Leste. Assim, o patrocínio dos países democráticos não se justifica e a ONU deve ter uma séria palavra a dizer e atitudes sérias a tomar. A certeza está a desmascarar os que afinal estão em Timor a olhar simplesmente para os seus umbigos. Mais uma vez estão a patrocinar vários monstros e é destas espécies que surgem Mugabes e outros ainda piores.

TIMOR LOROSAE NAÇÃO FORA DE CENA

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Xanana Gusmão em pleno gozo da sua impunidade

Tomei ontem conhecimento de que o activo e prestigiado pólo de noticias e opiniões Timor Lorosae Nação deixou de ser publicado na web, assim como outros blogues suportados online pelos autores da Fábrica dos Blogs. Uma perda significante. Talvez irreparável no que aquele colectivo significava para a lusofonia e principalmente para Timor-Leste.

Salientando o desempenho do Timor Lorosae Nação, uma fonte constante de informação sobre Timor-Leste, só podemos ficar com a certeza de que estamos mais pobres no conhecimento sobre o que acontece em Timor. Interna e externamente é indiscutível que o trabalho desempenhado por aquele colectivo era sublime e por isso bastante incomodativo nas denúncias fundamentadas e documentadas que divulgava. Um trabalho jornalístico alternativo, independente e sério que gerava muita admiração, mas também amores e ódios. Estes últimos vindos dos apoiantes de personalidades autoras de acções de objecto de denúncia, como no caso do golpe de teatro do 11 de Fevereiro de 2008 e o falso atentado a Xanana Gusmão, primeiro-ministro timorense. Pelas denúncias e documentos apresentados pelo Timor Lorosae Nação concluiu-se facilmente sobre a falsidade das declarações de Xanana Gusmão em conferência de imprensa, onde descreveu o atentado. Mais tarde complementado em processo legal. Palavras de que a informação nacional e internacional fez eco sem pôr em questão contradições e incongruências, então logo surgidas na primeira hora. A alternativa informativa TLN, poucas horas depois do alegado atentado, foi a primeira publicação a questionar o atentado e apontar suspeições do comprometimento de Xanana Gusmão e cúmplices nas terríveis acções daquela manhã em Díli, em que o presidente da república, Ramos Horta, sofreu um atentado à sua vida minutos depois da execução do major rebelde Alfredo Reinado e seu homem de confiança de nome Exposto.

Foi na alternativa TLN que mais este golpe de teatro tétrico de Xanana de Gusmão foi apontado e documentado, desmascarado em muitos aspecto no todo e em partes. O deplorável estado da justiça timorense foi quase quotidianamente acompanhado no trabalho do Timor Lorosae Nação, durante o julgamento de Angelita Pires e cerca de duas dezenas de alegados inculpados. Por ali soube-se da verdadeira farsa que foi o processo em julgado durante alguns meses de 2009. O TLN publicou profusa documentação a mostrar os seus fundamentos sobre as razões por que considerava o julgamento uma enorme farsa, tendo demonstrado o preocupante comprometimento dos media ao não denunciar como deviam o que na realidade se estava a passar na sala de audiências do Tribunal de Díli, muito menos esforçarem-se por facultar ao conhecimento as contradições e incongruências constantes em documentos e falsas declarações que para o tribunal foram consideradas como válidas e prova aceite. Tudo isso a laboriosa equipa do Timor Lorosae Nação denunciou.

Ficou assim a saber quem visitava online a informação sobre Timor Leste, no Timor Lorosae Nação, de mais um eventual crime cometido por Xanana Gusmão, que apesar de não ter sido quem puxou os gatilhos, disso se soube, sempre se recusou a prestar mais declarações sobre o ocorrido naquela manhã. Mentiras que os juízes aceitaram, proporcionando-lhe a impunidade que naquele país é habitual proporcionar aos grandes criminosos. Aliás, o próprio Gusmão está envolvido em caso mais recente na libertação, à revelia da justiça e das leis, do criminoso Bere. Crime por que decerto também não será inculpado.

Tudo isso foi mostrado no TLN. Ficámos informativamente mais pobres mas certos dos maus desempenhos dos profissionais de informação em Portugal, em Timor Leste, em todo o mundo em que prevaleceu a farsa que permite obstaculizar a justiça. País algum sem justiça se pode considerar livre e democrático. Também por culpa dos media, de todos que consideram politicamente correcto silenciar a verdade dos factos ou sequer questionar os que se impõem detentores oficiais da verdade.

CAMPO DE REFUGIADOS, MAIS UMA CHANTAGEM AUSTRALIANA

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Gillard, chantagista de serviço

Sem compreender convenientemente o que se está a passar em Timor sobre a sugestão da primeira ministra australiana Júlia Gillard para instalar um campo de refugiados que se dirigem para a Austrália no país vizinho parece ser de todo o interesse abordar a questão e, antes de mais, responsabilizar os trabalhadores da Lusa e da RTP que se encontram em Timor Leste permanentemente pelo desconhecimento que em Portugal grassa sobre este assunto a par de outros. Caso a carapuça não caiba aos profissionais ali depositados em permanência decerto que caberá às chefias que em Portugal provavelmente os condicionam. É notório que RTP e Lusa são a voz do sistema imposto por Xanana Gusmão, como em Angola e noutros países lusófonos. Comodismos da media portuguesa alapada a interesses de regimes que de democráticos pouco têm.

Dispensada a estocada que deve ser justa aos profissionais de informação de Portugal, principalmente às direções dos órgãos de comunicação citados e por citar, nada se perde por ensaiar considerações sobre um campo de refugiados australiano instalado em Timor Leste em vez de ficar instalado no país que é mira dos que em pequenas e improvisadas embarcações arriscam a vida para chegarem à Austrália. No mínimo é caricata a solicitação-imposição do governo australiano que visa enxotar povos em fuga para um campo num pequeno país vizinho em vez de se assumir como deve e ser ele próprio a tratar de dispensar os tratos humanitários devidos em seu território, mais caricato será se Timor Leste aceitar. O que provavelmente deve acontecer por razões de comprometimentos de Ramos Horta e de Xanana Gusmão com a Austrália de Howard na divida das suas chegadas ao controle absoluto do país, diga-se dos milhões que pertencem aos timorenses mas de que aqueles pouco vêm traduzirem-se nos devidos benefícios coletivos.

Sob o ponto de vista de países vizinhos e das suas boas relações imaginemos que Espanha pressionava Portugal para autorizar que instalasse um campo de refugiados vindos do norte de África em território português. Imaginemos que Portugal acedia a tal proposta. Evidentemente que o raciocínio lógico seria de que Espanha nos via como um tapete para onde varria o lixo que se acumulava à sua porta. Acresce que nem Portugal é um tapete de Espanha nem os refugiados que vêm do norte de África são lixo – mas sim pessoas desesperadas que arriscam as suas vidas na esperança de se refugiarem onde lhes possibilitem viverem em paz. Evidentemente que os portugueses não aceitariam tal desiderato, um campo de refugiados dos vizinhos em território português, por não se justificar e por bulir com intenções xenófobas e racistas de um conservadorismo Chico Esperto que bem e tristemente conhecemos nos anglófonos.

Então e agora Timor Leste vai aceitar as imposições de Gillard, da Austrália? Vai aceitar porque será a moeda de troca para que o gasoduto se encaminha do Mar de Timor para Timor Leste em vez de tomar o caminho do norte da Austrália? Mas que sentido faz esta proposta-imposição de Gillard? O que tem a evidência de Timor ter todo o direito a receber o terminal do gasoduto com todo o dever de a Austrália aceitar os que dão à sua costa em busca de proteção e humanismo? Timor Leste não pode nem deve aceder a este tipo de chantagens. Deva-lhes Xanana, Horta e companhia, o facto de estarem agora nas cadeiras do poder ou não. Timor Leste é uma nação que deve ser respeitada e não o quintal ou o capacho da Austrália. A senhora Gillard, qual Tatcher dama de ferro, não tem o direito de chantagear o pequeno país seu vizinho a que já tanto roubou em hidrocarbonetos, antes, de braço dado com os assassinos generais indonésios, e ainda no presente. Chega.

Esperemos que Timor Leste não ceda a mais esta pouca vergonha australiana e que a sua recusa sobre o assunto seja inequívoca. Oleoduto para Timor Leste e campo de refugiados na Austrália, destino a que se propõem os que se põem em fuga enfrentando oceanos muitas vezes impiedosos, como a Austrália com os seus vizinhos e refugiados, claro.

TIMOR “PENDURA” SEM NECESSIDADE, ATÉ QUANDO?

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Com um intervalo de seis meses um grupo de cerca de centena e meia de GNRs viaja quase pontualmente rumo a Timor Leste para integrar as forças da UNPOL rendendo a outra centena e meia que já cumpriu seis meses de serviço. Esta operação já se efetua desde 2006, há mais de quatro anos.

A estabilidade anunciada em Timor Leste, pelo governo e pela ONU, até a estabilidade constatada no terreno, priva-nos de compreender as razões porque ainda continuam a permanecer naquele país centena e meia de militares da GNR. Porque razão é que Portugal tem de suportar encargos e a falta de efetivos no país se a presença dos GNRs em Timor Leste já não é necessária? O que estão por lá a fazer que não possa ser feito pelos efetivos policiais e militares timorenses? Porque razões não são substituídos por forças policiais ou paramilitares de outros países, se acaso considerem esse reforço mesmo necessário? Não se compreende.

Se ao menos os timorenses entendessem só português e tétum talvez se justificasse que ali estivesse durante tantos anos uma força portuguesa, mas não é o caso. Os timorenses que falam português são uma parcela ínfima, sendo mais fácil encontrar os que falam bahasa ou até inglês. Falar português no tempo dos ocupantes indonésios era punível, algumas vezes com a perda da própria vida, razão porque esqueçeram o idioma, pelo que nem por razões idiomáticas e comunicacionais se justifica que aquela força da UNPOL seja composta pela centena e meia de GNRs de Portugal, há mais quatro anos!

Já se diz que Timor-Leste tem mais no farelo do que Portugal na farinha, ou seja, Timor Leste dispõe de recursos financeiros para suportar as suas despesas sem precisar de ajudas que se reflitam em verbas dispendiosas por parte de outros países, muito menos de Portugal que está na bancarrota e a exigir aos seus cidadãos sacrifícios que rasam a miséria.

Sendo verdade que dos milhões e milhões dispostos ao livre arbítrio do governo de Gusmão muito pouco reverte a favor do desenvolvimento e bem estar dos timorenses, não cabe aos outros países continuarem a suportar despesas retiradas aos seus contribuintes com o propósito de encobrir os saques indevidos, as corrupções e as incompetências do governo timorense. Se o governo de Timor Leste tem milhões para “desaparecerem” e esbanjar também os deve ter para ser autosuficiente e deixar de continuar a sobreviver à custa da comunidade internacional.

Há fome em Timor Leste? Há miséria? Há injustiças? Há criminosos que gozam de absoluta impunidade? Pois que sejam os timorenses a resolverem o que devem. Ainda mais porque já ficou demonstrado que governo e partidos da oposição estão praticamente em uníssono a defender as mesmas causas nacionais e até o próprio sistema político e económico traçado pelo governo AMP de Xanana Gusmão.

Timor Leste quer falar português e ser membro da CPLP? Pois que o seja e que suporte as custas das suas opções. A Portugal, à CPLP, compete apoiar em tudo que possível sem esquecer as importantes potencialidades económico-financeiras de Timor provindas do petróleo. Timor-Leste deve passar a desfrutar do estatuto de utilizador pagador em vez de “pendura”. Não tem cabimento continuar mascarado de país miserável quando não o é. Miserável é o seu povo, é verdade, mas isso deve-se às más governações e aos roubos praticados por uma elite sem escrúpulos que vê no país a “árvore das patacas” que abana até à raiz e a retalha enquanto tiver seiva. Compete aos timorenses não consentir e resolver.

Não deixa de ser curioso que Portugal e os países da CPLP ainda agora tenham falhado a tentativa de admitir como membro a Guiné Equatorial, do execrável Obiang, apesar das fortes tentativas que iam contra a vontade dos cidadãos da lusofonia e dos próprios estatutos da organização, mas sobre a Guiné-Bissau ou Timor Leste nada têm a dizer ou a exigir. E sobre Angola? Que democracia existe de facto em Angola? E nos outros países lusófonos? E em Portugal? Se é verdade que em Portugal o primeiro ministro José Sócrates tem sido acusado de inúmeras irregularidades, não menos verdade é que o mesmo se tem passado em relação a personalidades e governos de outros países da CPLP.

Em Timor Leste as acusações de prática de crimes e inconstitucionalidades que recaem sobre Ramos Horta ou Xanana Gusmão também existem. Há mesmo a registar crimes de sangue com objetivos políticos. Libertações ilegais, domínio dos juízes, dos tribunais e da justiça, por parte daquelas duas figuras. Alguma vez vimos Portugal ou outro país da CPLP tomar uma posição em defesa do estado de direito? Antes pelo contrário, ainda não há muitos meses assistimos à vergonhosa condecoração do governo de Sócrates a um militar da GNR destcado em Timor que nada fez para ser condecorado, exceto participar, presume-se que sem saber, numa encenação preparada por Xanana Gusmão em 11 de Fevereiro de 2008, onde dois dissidentes das opiniões e práticas de Gusmão foram executados e passaram à condição de arquivo morto. Quer dizer que a condecoração "oferecida" ao militar da GNR, por nada, mas a pretexto de algo de farsa, demonstrou com bastante clareza que aos do governo Sócrates, de Portugal, ou dos países da CPLP não importa a justiça, a transparência, a verdade, a democracia mas sim a solidariedade às fantochadas políticas mesmo que envolvam crimes como execuções e encenações para encobrir acções políticas desonestas e antidemocráticas. Evidentemente que o GNR foi o veículo de nmais um suporte de farsa.

*Nota: No que se refere a missões militares que causam despesa aos contribuintes sem que tenham sido consultados sobre as preferências dos governos não é só Timor-Leste que deve ser tomado em consideração mas principalmente outros países, como o Afeganistão ou o Iraque, por exemplo. Já não se justificam estarem GNRs em Timor-Leste, muito menos noutros países.

RACISMO E XENOFOBISMO FLORESCE NA AUSTRÁLIA?

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O QUE ESPERAR DE GILLARD E DE BROWN?

O racismo e o xenofobismo vem subindo de tom e está a ser fator importante nas campanhas eleitorais em que os candidatos tiram vantagens e até são eleitos. Em caso não muito longínquo vimos isso em França com o candidato Sarkosy, que foi eleito e hoje é presidente da república. Hoje Sarkosy está em guerra declarada com os de raça cigana, como ainda continua com os muçulmanos, e mais, e os que tiverem de ser desde que lhe tragam apoios e vantagens eleitorais. Pouco se importa ele de ser racista e xenófobo. Porque havia de se importar se são os próprios eleitores que o escolhem, por eles próprios serem racistas e xenófobos. Até serão, se os exacerbarem… nazis - o que em França não deixa de ser uma imensa nódoa no hino e na bandeira, pelo menos. Eleger um presidente xenófobo e racista… Só um povo da mesma laia tem capacidade de o fazer. Digam o que disserem para negar, esta é a verdade e prova de que França, os franceses, já se esqueceram de quanto sofreram com o nazismo e quantos deles se sacrificaram a combatê-lo. Memórias curtas. Repetições históricas que começam através dos sintomas mais leves e acabam em exacerbos só vencidos depois de provocarem holocaustos. Para lá voltamos a caminhar.

Também na Austrália a sanha contra os estrangeiros floresce. Chamam-lhes refugiados, boat people, etc. Esquecem-se os australianos de “raça” que são estrangeiros naquela enorme ilha. Quererão regressar às origens por não serem oriundos daquelas paragens, por descenderem de bisavós condenados que eram nem mais nem menos que boat people que acostava à linda ilha continente? Se calhar, e pelos seus critérios, com o agravante de serem deportados devido a crimes praticados no reino de Inglaterra. Constata-se que os netos e bisnetos dos boat people de então, de súbditos mal comportados, afinal não estão pelos ajustes de agora se “misturarem” com os que aflitos dão às suas costas marítimas. Será porque não são loiros e de olhos azuis? Mas não há australianos de outras tez? Será um problema de raça? Racismo? A tendência será negar sempre, apesar das evidências? Evocam-se razões económicas, de salubridade (!) e é encontrada uma explicação cobarde e falsa. Como acontece em França… Até em Portugal já andam a fazer contas aos estrangeiros. Imaginem. É o começo de algo. De uma febre fascistóide.

No caso da Austrália, mas não só, se não fossem os boat people, os estrangeiros, nem existiria país daquele jeito e quem poria e disporia seriam os que já lá estavam quando desembarcaram os boat people, os achadores-colonizadores – primeiro portugueses (ver), muito depois ingleses, James Cook (ver).

Digamos que o citado atrás serve para trazer o tema Centro de Refugiados em Timor-Leste que decerto rendeu à primeira-ministra Gillard um bom número de votos. Qual conservadora, liberal ou neonazi disfarçada, Julia Gillard lembrou-se de enxotar para Timor-Leste os boat people que procuram refúgio no seu lindo, enorme e desértico país, alegando não se sabe bem o quê, mas ficando agora à vista que, com os votos obtidos, racismo e xenofobia estão na moda e sempre contribuem para os políticos serem eleitos. Claro que o conservador seu adversário Tony Abbott também mostrava as suas intenções xenófobas e racistas mas defendia a pretensão de meter os desgraçados refugiados noutra ilha que não Timor-Leste. Ia quase dar ao mesmo e alguns votos caíram nas urnas pelo seu cariz racista e xenófobo, mais um bocadinho e será nazi… Talvez lá chegue com o passar do tempo. Neste momento não está em questão se os refugiados devem ir para Timor-Leste ou para outra ilha. O que deve ser motivo bastante de preocupação é a demonstrada disposição dos governantes para se mostrarem racistas e xenófobos sem pruridos e alegando que é por interesse nacional, na defesa dos interesses dos eleitores. E os eleitores, bastantes, vão na conversa racista e xenófoba, sem sequer equacionarem a possibilidade de resolverem o assunto de outro modo, que inclua humanismo e nenhum xenofobismo ou racismo. Isso não acontece porque há eleitores realmente fascistas, racistas, xenófobos. Apologistas de que as pessoas mais carentes e de outras raças e países devem ser fechadas em campos de concentração a que chamam de refugiados… E ali vão ficando depositados em condições muitas vezes semi-bárbaras, apodrecendo.

Reza na história recente da Austrália que era um país acolhedor para com os imigrantes. Compreende-se, então precisavam deles para os serviços menores. Ou se eram quadros também convinham para contribuírem, todos eles, para o desenvolvimento do país. A Austrália perdeu qualidades, deixou-se contagiar pela doença da “moda” que regressa de vez em quando em crescendo: o racismo, o xenofobismo, que vai desembocar na intolerância, no nazismo. A última crise de holocausto foi há setenta anos. Foi vencida, mas desde então a ideologia tem vindo a crescer. Como é possível que isso aconteça na Austrália, um país tão vasto? O que nos é mostrado é deveras preocupante.

KEVIN RUDD, BOB BROWN E TIMOR-LESTE

Kevin Rudd foi provavelmente escorraçado também por ter tido a coragem de apresentar desculpas e pedir perdão aos aborígenes pelos maus tratos que os boat people, loiros e de olhos azuis, vindos sob condenação de Inglaterra, lhes infligiram - e continuam a infligir com sapiência e como quem não quer a coisa. Mas esquecem-se que esses são os verdadeiros australianos. Os originais. Os que lá estão há milénios. Destroçados mas são. E consciência para assimilar isso? É sempre difícil quando a sintomatologia é o racismo. Que por sua vez provoca a resposta. Revolta – contida ou não - e racismo da outra parte. Legitimamente esse é o sentir dos invadidos e oprimidos. No século XXI não seria de imaginar tal comportamento da Austrália. Não se esqueçam de se orgulharem de Kevin Rudd, ao menos por isso.

Bob Brown, do Green Party disse em entrevista à SBS, a Beatriz Wagner da secção falada e escrita em português, que o “multiculturalismo virou uma palavra suja quando John Howard virou primeiro-ministro, mas está vivo e actuante”. O líder dos Green’s está certo mas esquecido; outros primeiros-ministros australianos já vêm ensaiando e praticando há muito a cultura suja de que fala, esquecendo-se das suas proveniências e da sorte que tiveram em nascer na Austrália. O que não se pode dizer sobre os que já lá estavam quando o “english people from boats” acostaram pela primeira vez. Parece que os milenares “aborígenes australianos” tiveram imenso azar.

Brown, que é senador, afirma ainda na referida entrevista, de 7 de Agosto, que é contra o Centro de Processamento de Requerentes de Asilo em Timor-Leste. Nome pomposo, este, quando afinal é um campo de concentração para refugiados. Esse é mesmo o problema de sempre, não denominarem as suas “invenções” pelo verdadeiro nome, pelo que é ou vai ser. Centro de Processamento deixa tudo e todos (quase) descansados. “Mas qual racismo? Até estão num Centro de Processamento!” É preciso serem muito desonestos. E o senhor Brown, se é Verde e quer ser verdadeiro, tem de chamar os bois pelos nomes e não andar a assimilar as make-up que os Howards e Hitlers deste mundo criam para enganar todo o mundo, ou quase.

Acresce de tudo o que está para trás escrito e devidamente meditado que Bob Brown vai ter a grande oportunidade de demonstrar que fala verdade, pelo menos no que diz na referida entrevista a Beatriz Wagner. Após estas eleições, segundo os resultados eleitorais conhecidos, os Verdes estão em posição de se verem solicitados pela senhora Gillard para negociarem. Gillard está de pés e mãos atados e só não precisará dos Verdes se proceder a um encosto aos conservadores ou aos liberais (o que não é de excluir, de todo).

Assim, que brilhe o sol aos Verdes e que desse modo contribuam para que a política australiana não seja a cópia da longínqua França da atualidade - com deportações xenófobas e racistas.

Brown também tem afirmado ser a favor do gasoduto do Mar Timor ir em direção a Timor-Leste. Congratulemo-nos com este importante aliado. Aguardemos que assim demonstre. Não é difícil acreditar em Brown e na política proposta pelos Verdes australianos. Muito mais difícil é acreditar nos dirigentes timorenses quanto às promessas (que não passam disso) de tirarem o povo da miséria. E já lá vão tantos milhões de dólares sem que nada se veja de significativo e correspondente ao alegadamente aplicado no desenvolvimento. Só se for ainda mais desenvolvimento da miséria…

*Acesso à entrevista da SBS que foi referida AQUI, com texto e áudio (12 min.)

OS INTOCÁVEIS

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Ao ver em outro blog um quadro de travestidos que assumiram e assumem poderes reais e espirituais junto da população timorense não podemos deixar de considerar quanta correspondência à realidade contém o sistemático travestir das principais entidades timorenses que nos enlevaram no passado e que agora mais não são que motivos de preocupação e de instrumento de medida de quanto uns quantos em Timor Leste vestiram a armadura de intocáveis e de prostitutos ou prostitutas que convivem e repousam nos braços da ilegalidade e da impunidade.

Percebemos que Timor Leste todos os dias arca com o espectro da instabilidade por via da realidade miserável do seu povo e de actos dos que no passado nos enlevaram e conquistaram, para agora nos mostrarem quanto nos enganaram, conclusão a que cada vez mais timorenses e interessados no sucesso daquele país vão chegando.

A assumpção abusiva e antidemocrática do poder, conseguida através de imensos actos inconstitucionais, por parte de personalidades históricas como Xanana Gusmão e Ramos-Horta, os principais, fizeram-nos esvair as dúvidas sobre as suas intenções políticas nobres, de que ainda falam visando o engano dos que acreditarem.

Um e outro, históricos da luta pela independência, a par de tantos outros, mais não têm feito do que espezinhar a lei da nação timorense, a Constituição. Têm-se substituído ao poder judicial com perfeita e uníssona concordância de magistrados e juristas, de juízes de maiores ou menores pelouros, de secretos contestatários que nada fazem porque tudo temem sobre os poderes que dizem estarem de posse de ambas as figuras. É frequente a esses afirmarem que temem pelas suas vidas. Não só pelos seus empregos mas também pelas suas vidas, e dão exemplos. Para quem não está nos meandros do aparelho de justiça e dos departamentos governamentais timorenses torna-se difícil acreditar a cem por cento em certas narrações. Mas algo se passa de muito anormal e isso é de acreditar.

Pouco tempo depois de o governo de Xanana Gusmão ter tomado posse começaram a surgir indícios e documentação que apontava para a desonestidade de elementos daquele governo. Desonestidade que incluía ministros e que até demonstravam responsabilidades do primeiro-ministro Xanana Gusmão através da sua assinatura em documentos. Então, apesar das evidências, tudo foi desmentido publicamente por Xanana Gusmão em terreno televisivo que lhe é favorável e em que representa bastante à vontade. Até então desses casos nenhum seguiu os trâmites legais, nenhum foi devidamente averiguado pela justiça. Outros houve, que envolviam a ministra da justiça, Lúcia Lobato, a ministra das finanças, Emília Pires, e outros… Em nenhum dos casos, que saibamos, as investigações seguiram os trâmites legais. Em vez disso foi nomeado um vice-primeiro ministro que se encarregaria do pelouro da corropção, Mário Carrascalão, que muito tem falado mas nada tem feito. Posteriormente foi criada uma Comissão Anticorrupção, com aprovação dos partidos da oposição, principalmente a Fretilin. Comissão denominada KAK, que nada faz. Se acaso encontra indícios e uma ou outra prova de corrupção está relacionada com acções de funcionários públicos de base, poucos, de montas de centenas ou poucos milhares. Nunca com funcionários de topo e muito menos ministros ou o próprio primeiro ministro, Xanana Gusmão. O que é certo é que familiares e amigos das figuras de proa do governo de Xanana Gusmão demonstram publicamente que enriqueceram de supetão como por milagre. Contudo parece que não existem casos de corrupção nos ministérios timorenses. Não, que sejam apontados pela famosa, inoperante e vistosa KAK.

Também caso bastante mediático foi a libertação ilegal de Martenus Bere. Bere tem por responsabilidade o assassinato de mais de uma centena de pessoas massacradas na igreja de Suai quando chefiava as milícias que chacinou os timorenses naquela localidade timorense, em 1999.

Tudo se passou de forma bastante simples. Depois de um juiz timorense ter declarado a prisão preventiva do assassino Bere, Ramos-Horta e Gusmão, alegando pressões da Indonésia para que libertassem o milícia, assim ordenaram ilegalmente à ministra da justiça e ao comando geral da polícia, que está sob a tutela de Gusmão na qualidade de ministro da segurança, também. Facto que ocorreu faz exactamente hoje um ano, 30 de Agosto, um feriado comemorativo da data do referendo em que os timorenses se pronunciaram pela independência.

A versão exacta de como se passou tem sido sistematicamente adulterada mas sabe-se com exactidão o que se passou. Sabe-se das responsabilidades maiores de Horta e de Gusmão, que ordenaram (exigiram) a libertação à ministra da justiça e ao comandante adjunto de Longuinhos Monteiro, da PNTL, tendo o diretor da prisão de Becora feito uma retirada estratégica para facilitar a manobra de libertação sem que corresse riscos de maior.

Foi o adjunto de Longuinhos Monteiro que, em casa, recebeu telefonemas de Gusmão e da ministra Lúcia Lobato a ordenar-lhe que fosse buscar à prisão Martenus Bere e que o transportasse à embaixada da Indonésia, pelo que se teve de deslocar e receber das mãos de Lobato a credencial oficiosa que ordenava a libertação de Bere, assinada por Lúcia Lobato, ministra da justiça. O adjunto assim fez, apresentando-se em Becora para o efeito ordenado. O director da prisão estava ausente, considerando que era feriado só existia pessoal de menores patentes a guardar e dirigir a prisão.

Um internacional da UNPOL presente na prisão alertou a funcionária prisional responsável para a invalidade da ordem oficiosa da ministra, esclarecendo que só o tribunal podia libertar o detido. A funcionária telefonou para Lúcia Lobato dizendo isso mesmo e citando quem a tinha informado. Lobato pediu para que o telefone fosse passado ao internacional e de imediato o descompôs afirmando-se ministra de poderes que suplantavam a pequenez do referido internacional da UNPOL, que ele se metesse na sua vida, ela, ministra, tinha toda a legitimidade para libertar Bere e que não precisava de ordens de tribunal algum porque essa foi decisão do governo e do presidente da república. Isto o que se passou na realidade. Na realidade Martenus Bere saiu ilegalmente da prisão de Bécora. Na realidade Ramos-Horta, Xanana Gusmão e Lúcia Lobato cometeram um crime grave. Tanto quanto se sabe só Lobato está indiciada do crime em processo anunciado pela PGR, prevendo-se que tudo fique pela costumeira impunidade. Quanto a Gusmão e Horta, sabemos que pratiquem os crimes que praticarem são absolutamente intocáveis.

Outras denúncias de crimes têm caído na PGR. Num deles foi denunciado o bispo Ximenes Belo, na presença da procuradora-geral, Ana Pessoa e do bispo de Baucau, Basílio do Nascimento, a alegada vítima continua à espera de resultados, que até hoje nem mereceram investigação.

Nestes casos puxados à letra podemos aquilatar do efeito de intocáveis que figuras timorenses antes consideradas honoráveis detêm. Outros exemplos poderiam aqui constar com toda a legitimidade, o caso do 11 de Fevereiro de 2008 é retumbante mas longo demais para ser agora abordado. É um escândalo de que nem Horta e muito menos Xanana Gusmão se livram alguma vez na vida. Haverá sempre os que não consentirão que factos de tamanha gravidade caiam no esquecimento e que tudo farão para que um dia o acontecido seja devidamente julgado por tribunal em que prevaleça a justiça em vez da cumplicidade de juízes temerosos que permitem a inconstitucionalidade de o poder político dominar o poder judicial.

Assistimos então a figuras históricas timorenses que não resistiram à febre de poder ou se valem do seu capital histórico para serem intocáveis mesmo em crimes bastante graves. País algum deste modo pode afirmar ser governado em democracia e se os seus mais altos responsáveis tiverem o descaramento de isso afirmarem não passam de meras prostitutas, que como é sabido mentem para se safarem na vida. Podem travestir-se como e onde quiserem que de certeza absoluta não passam despercebidas, poderá é rodeá-las a cortesia diplomática de não as apelidar na cara que ajem como os e as da profissão mais antiga do mundo.

BISPO É A FAVOR DA TRAMA E CONTRA “PERDÃO”?

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BASÍLIO FALA PARA DESPROVIDOS DE CÉREBRO ?

O representante da igreja católica de Baucau, bispo Basílio do Nascimento, pronunciou-se em declarações ao jornal Timor Post sobre o “perdão” do presidente Ramos Horta ao grupo Reinado-Salsinha. Das suas palavras sobre o assunto foram revelados sintomas de estar com graves falhas de memória, trocando, pela gravidade de todo o processo de 11 de Fevereiro de 2006, o mais grave pelo menos grave, se atendermos às proporções e efeitos de terem estado presos desde 2008 homens inocentes para servir uma farsa que o bispo saberá, como a maioria, que teve de tomar aquelas dimensões para que os verdadeiros responsáveis pelos acontecimentos não fossem responsabilizados, julgados, condenados e reclusos – porque outra sentença não seria de esperar se existisse realmente justiça em Timor-Leste.

Será estulto considerar que o bispo de Baucau já não diz coisa com coisa e que por doença grave a sua memória já não pertence ao reino dos homens. Por tal, por ser óbvia a memória de Basílio do Nascimento, temos de concluir que nas suas palavras impera a hipocrisia que concorre para consolidar a versão oficial sobre o 11 de Fevereiro de 2008, uma farsa. É notório que as palavras do bispo revelam má fé quando pretende mostrar-se preocupado, discordante, até indignado, pelo “perdão” do PR ao grupo de Reinado-Salsinha, querendo minimizar o facto de inocentes terem estado tanto tempo na prisão devido a uma sentença descabida que fez parte de uma enorme farsa em julgamento presidido pelo juiz Basmeri, homem sem coragem para aprofundar e desmascarar as irregularidades e ilegalidades que recheiam o processo que ele conduziu ao sabor dos que têm responsabilidades nas execuções de Reinado e Exposto e nas presenças dos “rebeldes” em casa do PR Horta, assim como em toda a trama que envolveu o “atentado” em Balibar ao PM Xanana Gusmão.

Xanana Gusmão e Ramos Horta mentiram para se salvaguardar e arrastaram consigo muitos outros. Isso mesmo transparece em todo o processo. Isso mesmo foi entendido durante as audiências do caso 11 de Fevereiro. À impunidade dos responsáveis pela trama e pela farsa valeu o então PGR Longuinhos Monteiro, valeram as contaminações e desaparecimento das provas – factos revelados e demonstrado em tribunal – valeu um subserviente magistrado do ministério público, Felismino Cardoso, que comprovadamente mentiu e que se debateu para encarcerar inocentes, oferecendo a impunidade a Xanana Gusmão e a todos os que deveriam ser condenados.

Assim não fosse e deverá o bispo Basílio procurar justificação para o facto de Xanana Gusmão e os que o rodeavam em Balibar terem inventado o atentado. Também deverá encontrar justificação para Ramos Horta ter acusado Marcelo Caetano de ter disparado contra ele mas depois não ter comparecido ao reconhecimento porque sabia ser impossível reconhecer o atirador devido àquele estar encapuçado. Isso mesmo foi concluído pelos juízes na sessão de reconhecimento ocorrida na prisão de Becora. Portanto, Horta também mentiu. Procuraram bodes expiatórios como Angelita Pires, etc. Ademais, ao tempo que Ramos Horta chegou ao local em que foi atingido e quase morto, naquela manhã, já nenhum dos homens do grupo Reinado-Salsinha estava presente. Isso também ficou demonstrado.

Basílio do Nascimento deveria ter já feito duas perguntas básicas. Porque mentiu Xanana Gusmão e inventou o atentado em Balibar? Porque mentiu Ramos Horta ao querer inculpar um “rebelde” de ter disparado contra ele? Nunca o tribunal, o servil juiz Basmeri, procurou saber sobre as razões daquelas mentiras. Decerto por saber que se a verdade fosse exposta Xanana e Horta ficariam igualmente expostos e podiam passar de alegadas vítimas a eventuais arguidos.

Condene-se a infelicidade de Ramos Horta ter visto a sua vida em sério perigo, fruto do seu avanço a peito descoberto para o local onde a armadilha a Alfredo Reinado foi montada, e perguntemos porque razão o PR demonstrou grande à vontade a encaminhar-se para o local da contenda. Não seria por saber o que estava a acontecer e que após os tiros que ele próprio disse ter escutado a execução de Reinado já tinha sido consumada e deduzir que já não haveria mais tiros? Muito menos pensaria que na “confusão” estava um atirador hostil que lhe ia causando a morte?

Se o atirador que pretendeu assassinar Ramos Horta não era do grupo Reinado-Salsinha, quem era? Quem lhe ordenou que disparasse contra o PR? Porque razão em Balibar foi inventado um atentado mal amanhado depois de saberem que Ramos Horta tinha sido gravemente atingido? São tudo perguntas para que há respostas e essas não foram procuradas pelo Tribunal Distrital de Díli, antes pelo contrário.

Todos estes factos são de domínio público, em Timor-Leste e globalmente. De nada serve o bispo Basílio ou outros estarem a fazer uma abordagem hipócrita sobre o caso. Ramos Horta limitou-se a libertar homens que foram indevidamente condenados pelo colectivo presidido por Basmeri e depois pelo Tribunal de Recurso – se bem que este tenha reconhecido a invenção do atentado em Balibar e “alivido” a sentença do Tribunal Distrital de Díli. Mesmo assim, o Tribunal de Recurso demonstrou a quem serve. Viu-se que à justiça não é. Também ele ofereceu a impunidade aos responsáveis do 11 de Fevereiro de 2008.

O bispo Basílio disse ao Tempo Semanal que o "poder Judiciário não tem nenhum valor, o Estado de Direito foi roubado à nação com o perdão do Presidente a Gastão Salsinha”. Esta afirmação é, no mínimo, uma ofensa à inteligência dos cidadãos do mundo que acompanharam o caso, que acompanharam o respectivo julgamento e que tiveram oportunidade de consultar a documentação do processo. O estado de direito não foi roubado com este “perdão” presidencial mas sim quando o poder político – Horta incluído – dominou o poder judicial, são esses os ladrões do estado de direito que o bispo diz ter sido roubado. E foi, faz já algum tempo.

Se Basílio anda nas nuvens e só de vez em quando regressa à terra então compreende-se que tenha pronunciado tamanho disparate. Mas, assim sendo, porque o fez? O responsável por um bispado católico não deve saber minimamente o que se passa no país onde vive e exerce a profissão? Então por quê encarniçar-se contra inocentes que estiveram presos desde 2008? Não devia de ser ao contrário? E o descrédito da justiça em Timor-Leste não se deve ao facto de o judiciário ter optado por colaborar numa farsa só porque o PR e o PM estavam envolvidos? Ou o bispo considera que os da elite são cidadãos acima de suspeitas, que não devem ser investigados, constituídos arguidos e julgados? Talvez. Esse é o sintoma que nele se percebe quando pretende silenciar a pedofilia na igreja católica timorense. Casos do passado estão a vir à tona e à letra de forma e os do presente, se houver, também virão. Afinal, que tipo de justiça preconiza Basílio Nascimento para Timor-Leste e para um estado democrático e de direito? Aceita ou não aceita a separação de poderes como consta na Constituição de Timor? Essa separação de poderes é um dos mais importantes alicerces do estado de direito e da democracia. E se aceita, porque não aceita a separação entre estado e igreja, como sistematicamente vem sendo demonstrado pelos responsáveis da igreja em Timor? Dois pesos e duas medidas? Afinal, de que estado de direito fala o bispo nas palavras apreendidas e publicadas pelo Timor Post?

Horta “perdoou” inocentes e libertou-os por saber que eles é que foram e são as vítimas. Que no lugar deles outros deveriam estar se Basmeri e o ministério público pugnassem por exercerem justiça. Porque se insurge o bispo especificamente neste caso? E o Caso Bere, entre outros? E a corrupção e o faz-de-conta-da-luta-contra com que os governantes julgam enganar? E a impunidade dos da elite, incluindo a eclesiástica?

SANTA HIPOCRISIA

Basmeri ao Timor Post: "Para mim a coisa mais grave dessa decisão é que ela pode prejudicar a justiça de ser efetiva neste país. Em primeiro lugar, significa que há uma falta de confiança nos agentes de justiça, por outro lado, pode desmotivar este país porque ele vai dizer que não há justiça, que alguém pode cometer qualquer crime e depois de o tribunal ter condenado alguém à prisão, o senhor Presidente pode perdoar essa pessoa", lamentou o Bispo Dom Basílio Nascimento aos jornalistas nos aposentos da Diocese Eclesiástica de Baucau na passada sexta-feira, dia 27 de agosto.”

Está demonstrado que Ramos Horta, PR, tomou as medidas mais justas depois de ter sido cúmplice na montagem da farsa do 11 de Fevereiro. Sabíamos que teria de ser assim ou então muitos dos homens inocentes mas reclusos começariam a falar e a dizer o que não convinha. Também podia acontecer que se falassem e ficassem presos em Becora a cumprir uma pena injusta se começassem a “suicidar” ou a morrer de “crises hepáticas”. Nunca se sabe. Por estar demonstrado, será bem que o bispo comece a compreender que não anda a falar para desprovidos de cérebro e que nestes casos será melhor conter-se, aproveitando a contenção para evitar de solicitar-aceitar doações de milhões dos cofres do estado para a igreja, quando a população tem entre ela imensos casos de subnutrição, de falta de saúde, e imensos fãs de falcatruas para sustentar no aparelho de estado e familiares desses.

Quando Basílio diz que com estes perdões há falta de confiança nos agentes da justiça e que os timorenses podem ficar desmotivados porque não há justiça, que os que cometem crimes que o tribunal condena são de seguida perdoados pelo PR e isso é caminho para a descredibilização, está parcialmente certo. Mas a descredibilização da justiça timorense é mais porque tem juízes sem conhecimentos e sem coragem, menos pela razão dos perdões presidenciais. É também porque o ministério público tem sido servo do poder político. É principalmente porque as populações vêem o ministério público e os tribunais exercerem medidas punitivas aos de menores recursos mas oferece de bandeja a impunidade aos poderes, político, eclesiástico e outros, que constituem a elite timorense. Só pelos perdões presidenciais não tem cabimento a retórica bispal, teria por tudo. Muito menos cabimento tem atirar pedras quando a igreja tem telhados de vidro. Perdoe-nos o bispo e deixe-nos ir para o céu, mas o que falou, como falou, resume-se em desconhecimento ou santa hipocrisia. É de esperar que um bispo não enferme de desconhecimento em casos destes porque o sector da justiça de que fala já é um dos principais pólos da gangrena do país.
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Relacionado em Timor Post, com tradução em português em Timor Hau Nian Doben:
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BASTA QUERER E LUTAR PARA SER E TER UM PAÍS

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Mário Carrascalão gerou crise no governo de Xanana ao denunciar de forma categórica a corrupção de cuja existência sabia há imenso tempo, mesmo assim, esqueceu os apontamentos e não fez até agora a denuncia como devia, caso a caso, nome a nome – os que conhece. Não fosse o desentendimento com Xanana Gusmão e tudo continuaria na mesma. Aliás, será que não vai continuar tudo na mesma?

HORTA SONDOU A FRETILIN PARA SER GOVERNO?

Em notícia de hoje, veiculada pela Lusa, sabemos que a FRETILIN não está disponível nesta legislatura para formar governo, declarou-o Mari Alkatiri, secretário-geral do histórico partido timorense.

Alkatiri adiantou que já tinha transmitido ao “presidente da república que não estamos dispostos a formar governo por dois anos, até porque, pelo menos, vão ser precisos dois anos só para corrigir os erros cometidos pelo governo de facto, liderado por Xanana Gusmão”, disse. Alkatiri salientou ainda que a FRETILIN “defende a estabilidade e por isso não vai querer aproveitar a atual crise política, criada pela demissão do vice-primeiro ministro Mário Carrascalão, para chegar ao poder”.

Ficamos sem saber se acaso o secretário-geral da FRETILIN foi sondado pelo presidente Ramos Horta sobre a possibilidade de aceitar formar um governo de iniciativa presidencial e como é que seria constituído esse governo. Se acaso Ramos Horta continuava com a sua eterna vontade de ser o mentor de um governo de salvação nacional, como ele tanto gosta de dizer, ou de unidade nacional. O que vai dar no mesmo.

Certo é que sem razões, sem uma auscultação ou qualquer outra iniciativa de contacto por parte do PR Horta, Alkatiri não surgiria com estas declarações aparentemente desgarradas. Mas isso a Lusa não explica, nem sabemos se tentou saber as razões das declarações aparentemente em seco de Alkatiri e da respectiva posição da FRETILIN.

Haverá os que não considerem importante porque motivo surgem estas declarações. Interpretando-as como uma espontaneidade de Alkatiri após o contacto de jornalistas mas certamente que não será só isso.

MANTAS DE RETALHO E PECHISBEQUE

Especulando, até melhores conhecimentos, podemos e devemos considerar que Ramos Horta começou a sondar a FRETILIN já há algum tempo sobre a possibilidade deste governo de Xanana Gusmão cair. Devemos mesmo admitir que deve ter acreditado na possibilidade de constituir um governo “manta de retalhos” em que coubessem quase todos os partidos políticos timorenses. Horta até declarou que tentou exactamente essa fórmula em 2007, antes de se entregar de alma e coração à nefasta “invenção” AMP. O que se pergunta é se Ramos Horta saberá para que servem as eleições. É que em 2007 demonstrou exactamente o contrário e agiu de acordo com o que já anteriormente era frequente ouvirmos: que “estava em conluio com Gusmão na troca de cadeiras e que se ocupasse a cadeira da presidência da república permitiria a Xanana Gusmão que fosse primeiro-ministro”. Era uma questão de engenharias político partidárias. Portanto, o que podemos de tudo isto compreender é que Ramos Horta pouca importância dá a resultados eleitorais se não forem salvaguardados por expressivas maiorias absolutas (em que nada pode fazer com seus engenhos). Prefere então governos “mantas de retalho”, caldeiradas. Temos vindo a assistir ao desastre que tem resultado do seu conluio com Xanana Gusmão e demais apaniguados. O prejuízo para Timor Leste não podia ter sido muito pior, mas parece que disso já ninguém se recorda e ninguém o responsabiliza pelo desastre AMP no que lhe cabe, ao ter empossado os assaltantes dos cofres de estado que sabemos. Aliás, ninguém parece na disposição de responsabilizar Horta pelas diversas ilegalidades que tem cometido. Vantagens de impunidades que na esfera timorense parecem pertencerem aos “salvadores da pátria”, ditos isso, que até se têm revelado mais coveiros do que outra coisa. Questões de pechisbeque mal observado que se confundem com metal precioso.

Mas da notícia da Lusa e de outras declarações de Mari Alkatiri ficámos a saber que a FRETILIN não quer constituir agora governo e que aceita eleições antecipadas em meados do ano que vem. Quererá isto significar que a FRETILIN está de acordo com a continuidade deste governo de Xanana Gusmão até a essas eleições? Ou que deve ser demitido, nomeado-remodelado, e assumir o estatuto de governo de gestão? Estamos sem saber. Nem sabemos se os jornalistas lusófonos em Timor Leste estarão pelos ajustes de saciar a falta de conhecimentos aos interessados por Timor Leste e pelos timorenses, que se encontram a milhares de quilómetros do país. Incluindo timorenses espalhados pela Europa, por África e pelas Américas.

LUSA E RTP EM TIMOR LESTE

Estas lacunas da imprensa escrita lusófona deslocada em Timor Leste, da Lusa, fazem recordar o péssimo trabalho da RTP ali radicada. Dá para nos apercebermos disso quando a SIC faz deslocar esporadicamente uma equipa a Timor e traz trabalhos com qualidade que vimos agradados, revelando a nódoa que representam os trabalhos da RTP residente em Timor Leste, algo dispendioso e quase inútil que anda por lá atrás do politicamente correto ou de algo até mais complicado que nos transcende. Que tem custos elevados é um facto. Também, pelo que sabe, com custos ainda mais elevados mantém-se em Díli um delegado da RTP na TVTL. Um português sortudo que passa a vida em Bali, que não se compreende o que faz de apropriado para estar em Díli e que custa aos contribuintes portugueses cerca de 10 mil dólares americanos ou mais por mês. Tanto quanto é revelado por telespectadores timorenses a programação que aquele zelador da RTP consegue levar à antena timorense é um verdadeiro desastre e completamente inapropriada se tomarmos por bitola a programação brasileira que a Globo ofertou à televisão timorense.

RAMOS HORTA NÃO ESTÁ A DAR PONTO SEM NÓ

Deixando para trás o triste “fair diver” RTP e Lusa em Timor Leste, retomando a especulação abandonada mais atrás, não nos podemos esquecer que Ramos Horta é um indefecto manipulador com défices de honestidade que até Ali Alatas se dizia em palpos de aranha com ele – e Alatas era um esmerado diplomata, o mesmo é dizer: cínico.

Ao contrário do que se possa imaginar, Ramos Horta quer mudar de cadeira. Prefere segurar as rédeas do poder governativo, convencido que está que fará melhor que qualquer outro por Timor e pelos timorenses (!) Desse modo, dar-lhe-ia bastante vantagem que a FRETILIN fosse agora governar, ou por outra, enlear-se nas armadilhas que Xanana Gusmão vai deixar por todos os ministérios do seu corrupto e péssimo governo. Evidentemente que em 2012 a FRETILIN estaria desgastada e a arcar com culpas que não lhe pertencem mas que herdaria do governo Xanana. Diz e com sabedoria Mari Alkatiri que “pelo menos, vão ser precisos dois anos só para corrigir os erros cometidos pelo Governo de facto, liderado por Xanana Gusmão”.

Se todas estas especulações deixarem de o ser por pertencerem à realidade, devemos tomar em consideração que a arrogância, cinismo, manipulação e ambição desmedida de Ramos Horta devem ser ponderadas e enfrentadas com contra-medidas democráticas eficientes. Até por uma simples razão: Ramos Horta desde 2005, pelo menos, que não dá ponto sem nó e tem o caminho da sua carreira delineado para atingir o melhor currículo possível sem que se preocupe sobre as suas capacidades e competências para exercer os cargos que tem vindo a exercer e os que ainda ambiciona ocupar, o que faz dele um timorense politicamente perigoso – como se viu em 2006 com o golpe de estado.

Apesar de a FRETILIN demonstrar que pretende contribuir para a recuperação dos timorenses e do país de modo a que se cumpra a independência e a democracia, não deve facilitar a vida aos que em 2006 derrubaram ilegalmente um governo legitimo - Ramos Horta está incluído nos que deram esse contributo, independentemente do cinismo com que desminta. O mesmo acontece com outros, inclindo Mário Carrascalão.

Devem ser eles a governar (não a governar-se) até ao fim. A demonstrarem as suas incompetências e desonestidades sob a malha apertada de um governo de gestão submetido a rigorosas medidas controle, de investigação e legalidade com consequentes acções judiciais se houver que o fazer. Esse será um dos melhores modos de reabilitar e credibilizar o sector da justiça e do estado. A não ser que haja quem tema Gusmão ou eventuais instabilidades sociais e golpes de estado que possa vir a procurar pôr em prática. Quer parecer que as razões de muitos silêncios se devem a tais temores, mas… Os timorenses merecem e podem ser e vir a ter um país, um governo e políticos honestos. Basta querer e lutar, como antes.

Depois de tudo que aconteceu nestas duas últimas semanas, do que é noticiado e do que se especula, não nos admiremos se continuar tudo na mesma e os salteadores dos bens públicos de Timor Leste continuarem a governar-se sob o pretexto de serem governantes.
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A CORRUPÇÃO EM TIMOR E O COMUNICADO AGIOTA

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“As carências continuadas de mais de 80 por cento dos timorenses têm demonstrado que a aplicação dos milhões de dólares orçamentais não os têm beneficiado, como é falsamente alegado pelo governo.”

Ágio Pereira, o servo da propaganda do governo de Xanana Gusmão, há dois dias, emitiu um comunicado do governo AMP para o título da Agência Lusa “Governo de Xanana foi o que tomou mais medidas anti-corrupção - porta voz”. O comunicado surge na sequência da carta de demissão do vice primeiro Mário Carrascalão, que aponta a ineficiência do governo em inúmeros aspetos assim como a autêntica rede mafiosa envolta em KKN (corrupção, conluio e nepotismo) existente no governo presidido por Gusmão.

O comunicado da da central de propaganda procura induzir em erro os que o lerem quando afirma que o governo de Gusmão foi o executivo que “mais iniciativas anti-corrupção e mecanismos de controlo que qualquer outro Governo em Timor-Leste, incluindo o período de transição da UNTAET (Nações Unidas)”.

Na verdade este governo de Gusmão-Horta foi o primeiro que teve oportunidade de governar sem as imensas restrições impostas pela ONU, acrescendo que com o governo de Alkatiri - derrubado por Xanana-Horta-Igreja - o primeiro com alguma autonomia, não existiam indícios de tanto KKN como surgiu de modo evidente e preocupante meses depois de Gusmão ser primeiro ministro.

Também nunca no governo de Mari Alkatiri foi visível a ostentação de bens e modos de vida milionários que ministros e outros membros do governo Gusmão-Horta-AMP exibem sem pudor, assim como seus familiares e amigos. Pese embora os parcos rendimentos conhecidos de ministros e restantes elementos governamentais, num país em que desaparecem milhões de dólares e vêm ao conhecimento da opinião público imensos casos de irregularidades praticadas, inclusive pelo PM, os sinais exteriores de riqueza que exibem seriam impossíveis de conseguir somente com os rendimentos produzidos em emolumentos correspondentes aos seus vencimentos mensais pelos desempenhos no governo.

Também aqui existem responsabilidades do sector da justiça timorense pelos atrasos que impõe a processos que estagnam em sua posse sempre que existem envolvidos suspeitos governamentais ou da igreja católica apostólica romana, entre outros que tenham peso político e ou económico. Uma demonstração de uma agencia de comissariado político em vez de uma Procuradoria Geral da República e um Ministério Público que faça valer a justiça só constitucionalmente garantida.

Por isso, com grande à vontade propagandístico é constante no comunicado emitido pelo veículo governamental, Ágio Pereira, porta voz, que o "primeiro ministro solicitou à Procuradora Geral da República, Ana Pessoa, que durante esta semana fizesse chegar rapidamente a tribunal quaisquer acusações pendentes". Sintomático de que a aparente urgência agora produzida serve as costumeiras teatralizações de Gusmão sempre que procura mostrar-se vitima e assim continuar a ludibriar os que devia governar com transparência e em prol do seu bem estar e das conveniências do país. Considerando que Gusmão e Horta, assim como a igreja, trazem a justiça timorense “metida no bolso”, fazendo o que querem e ficando impunes até agora, aquele parágrafo do comunicado mostra de forma clara os perniciosos caminhos por onde enveredaram os que são apontados por imensos agentes da oposição partidária, organizações da sociedade civil, ONGs, e a população em geral.

Corresponde à verdade a afirmação no comunicado de que este governo foi o que implantou mais mecanismos de combate à corrupção, a afirmação é verdadeira mas o conteúdo está inquinado - o que é comum detetarmos na propaganda elaborada por Ágio Pereira, porta voz e secretário de estado do conselho de ministros, fiel servidor de Gusmão e do status putrefato desencadeado e imposto por este governo.

A corrupção, as malfeitorias, a máfia, vem ligeiramente descrita e é aquilo que se compreende na carta de demissão de Mário Carrascalão. O governo corrupto de Gusmão até pode criar mil comissões e outras invenções de controlo e combate à corrupção que o resultado será sempre o mesmo: a impunidade e o prejuízo dos timorenses. Pelos vistos, uma máfia bem organizada está de posse do aparelho de estado e de setores de importância vital das estruturas timorenses. É sabido que quem permitiu que fosse criado este polvo imenso e agora dificílimo de desmantelar foi Xanana Gusmão. Não tem sido por falta de denúncias dos mais variados setores timorenses que o polvo tem crescido mas sim pela negação constante do atual primeiro ministro e também a escandalosa indiferença do atual presidente da república, Ramos Horta. Entidade que ainda agora continua a declarar publicamente todo o seu apoio ao governo Gusmão, o que decerto não acontece por acaso.

Alegará Horta que o faz em nome da estabilidade. Palavra bastante usada pelos mais variados representantes da elite timorense. Mas que estabilidade? Estabilidade dos que usurpam bens pertencentes ao país e ao seu povo? Classificam estabilidade a atual e visível paz podre existente em Timor Leste? Estabilidade porque não existem grupos a assassinar, a destruir e a queimar o que pertence ao povo mais carenciado? Basta saber quem controla esses grupos e o que têm beneficiado com as atividades subterrâneas do governo Gusmão-Horta-AMP para sabermos que a estabilidade vai acontecer até ao dia em que lhes ordenarem para desestabilizarem se convier à máfia que se apossou de Timor Leste após o golpe de estado em 2006.

As carências continuadas de mais de 80 por cento dos timorenses têm demonstrado que a aplicação dos milhões de dólares orçamentais não os têm beneficiado, como é falsamente alegado pelo governo. Mas as exibições de enriquecimento precoce, surpreendente e escandaloso são espectáculo que quotidianamente pode ser observado nas ruas e infraestruturas reservadas a relacionados com o governo, direta ou indiretamente, o que esvazia completamente todos os comunicados dignos de agiotas ou declarações que pretendam negar a malfadada e preocupante realidade timorense.
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REFUGIADOS: GILLARD-GUSMÃO CONVERSAM MAIS DO MESMO

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“Da desgraça de muitos, uns quantos têm tirado e querem continuar a tirar dividendos. Só não vê quem não quer.”

Tem sido notícia que a primeira ministra australiana, Júlia Gillard, conversou com Xanana Gusmão sobre a instalação de um chamado Centro de Refugiados em Timor Leste. Há quem lhe chame Campo de Concentração. Isto porque se for criado nos moldes dos chamados “centros” que a Austrália tem espalhados pelo seu território bem lhe podem chamar Campo de Concentração.

É sabido que os refugiados do sudeste asiático, da Ásia, principalmente, procuram na Austrália o El Dorado, a Paz, que imaginam que lá existe. E existe, só que não existe ou existirá para eles. Mesmo assim muitos dos refugiados que consigam chegar à Austrália e por lá ficar considerarão que estão no imaginado El Dorado, porque sobrevivem em Paz e têm sempre ou quase sempre, um prato de sopa, pelo menos, para se aconchegarem e aconchegarem seus filhos. Mais vale ser um trabalhador indiferenciado na Austrália que escravo na Índia, no Sri Lanka, no Afeganistão, etc.

Gillard e Gusmão falaram sobre esse centro a instalar em Timor Leste, outro país. Nunca ficou bem claro em que se baseia a pretensão de Gillard. Evidentemente que os refugiados o que pretendem é asilar-se na Austrália, não em Timor Leste. Talvez até pensem que viver mal por viver mal sempre seria melhor estarem nos seus países e não em Timor Leste, onde a sobrevivência também não é nada fácil – apesar das cores fictícias com que o governo AMP e Ramos Horta pintam o país e o modo como os timorenses sobrevivem.

Temos então que Gusmão anunciou secretamente a Gillard estar na disposição de aceitar a instalação do centro em Timor Leste, “mas não para já e desde que as negociações tragam boas contrapartidas ao país, que é assunto confidencial e que assim deverá ser considerado por ambas as partes”, adiantaram. Talvez por isso, para além da notícia de que os PMs conversaram, nada mais sabemos. Talvez, não. Foi mesmo por isso. É que Gusmão está a guardar a sua posição efetiva para melhor oportunidade, na maior proximidade possível das eleições. Quando anunciará que o gasoduto no Mar de Timor, irá desembocar na contracosta de Dili, que a Austrália vai admitir anualmente uma quota de mil trabalhadores timorenses a “emigrarem para o país”. Sazonais porque depois do trabalho sazonal efetuado regressarão a Timor Leste.

É conhecida a posição dos parlamentares timorenses quanto à negação do centro ser instalado em território timorense. Haverá os pró australianos, no governo e fora dele, que recebem de braços abertos a sua instalação. Há até os que preconizam que a ilha de Ataúro, fronteira a Díli, um paraíso, não seja poupada e que o campo de concentração seja lá instalado. Os concordantes são uma minoria, mas existem. É sabido que na falsa democracia timorense quase sempre as minorias conseguem os seus objetivos, por tal…

Confirmando-se as informações obtidas, que o campo terá lugar em Timor Leste porque é fator de troca pelo gasoduto a desembocar no país e mais uma ou outra “vantagem concedida" pela Austrália, o que não deixa de continuar a ser estranho são as razões do por que a sua instalação em Timor quando os que se arriscam nas perigosíssimas viagens em autênticas cascas de nozes têm por objetivo a Austrália. Então deverá ser a Austrália a lidar com o problema em território australiano. Evidentemente que não deve afundar as embarcações dos desgraçados farripinhas como em tempos já chegou a acontecer.

Alega Gillard que o propósito é fazer uma triagem dos refugiados no campo a instalar em Timor e porque por lá está a ONU… Mas a ONU não vai sair de Timor Leste em 2012? Os militares australianos não vão sair também por essa data? Ou o campo servirá de pretexto para manter militares australianos em Timor Leste? O que esperar da Austrália e dos seus dúbios propósitos, para além de sabermos que está a servir-se de Timor Leste como um capacho que tem no seu quintal das traseiras e para onde varre o que considera lixo?

Oficialmente a Austrália diz que tem cerca de cinco mil pessoas detidas pelos serviços de imigração e que mais de metade estão na ilha Christmas, bem longe da Austrália. Porque razão não detém mais por lá, se é que tem mesmo de detê-los em vez de dar solução e ser mais recetiva a acções humanitárias? Tudo indica que premeditadamente quer criar condições para se estabelecer em Timor Leste definitivamente sob os mais variados pretextos e que considera inevitável que sejam alongados e prolongados o máximo de problemas para o país vizinho. Um vizinho que é olhado sobranceiramente pelos governos da ilha continente. Um vizinho que a Austrália está farta de roubar. Só em petróleo fê-lo por mais de duas décadas e ainda não está satisfeita… Então e agora o que mais pretende?

É sabido que Gusmão e o fracassado governo AMP só têm levado prejuízo aos timorenses e que eles melhor que ninguém sabem avaliar a situação catastrófica e de saque em que o país está. Mas também é sabido que se Gillard abrir mão de determinadas concessões – no gasoduto terá sempre de abrir mais tarde ou mais cedo – Gusmão verá isso como uma janela de oportunidade para se requalificar com o seu CNRT e procurar ter o máximo de votação nas próximas eleições. Evidentemente que se as vencer e voltar a ser governo – certamente em coligação com o PD de Lasama – o descalabro vai continuar. Não esqueçamos que o CNRT é constituído por uma enorme “percentagem de malandragem”. A isso se referiu Mário Carrascalão em 2007 e não à AMP. Portanto, os inimigos de Timor Leste estão em grande percentagem no CNRT e à volta de Gusmão e não por muitos mais do espectro político timorense. Se o CNRT voltar a ser governo o saque continuará, os timorenses continuarão a ver afortunados de geração espontânea de um dia para o outro, como agora. Até talvez ainda pior. Enquanto que inexplicavelmente a maioria da população é vitima de todo o tipo de carências.

Pouco se importará Gillard se os timorenses passam fome ou se morrem por falta de cuidados médicos e outros considerados essenciais. O que ela quer é o campo de concentração em Timor Leste por fortes razões. Razões que nem vislumbramos na totalidade. A Xanana Gusmão interessa continuar a dominar o povo e o país porque lutou e de que se convenceu ter tirado patente quase exclusiva. Assim deve pensar.

Não se iludam os mais ingénuos ou ainda incondicionais confiantes no ex-guerrilheiro Xanana, porque a Austrália há-de ver sempre Timor Leste como a vaca das tetas de petróleo e gás e tudo fará para sugar o mais possível, sem escrúpulos e sempre mantendo a possibilidade de desestabilizar o país caso não lhe concedam determinados privilégios de propriedade e exploração. Para isso, por um punhado de dólares, terá sempre um punhado de traidores timorenses ao seu serviço. Nem que seja para se manterem no poder e no controlo do país sob o falso pretexto de quererem fomentar o melhor para os timorenses. Tem-se visto que não.

Por isso, só existe uma posição certa e que defende os interesses de Timor Leste. Dizer não ao centro de refugiados; não ao campo de concentração em território timorense. Gillard sabe muito bem até onde vai a ambição de Gusmão e dos que o rodeiam. Da desgraça de muitos, uns quantos têm tirado e querem continuar a tirar dividendos. Só não vê quem não quer.
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SEMPRE EM PÉ - GUSMÃO BALANÇA MAS NÃO CAI

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NOVELA GUTERRES-ZACARIAS PODE DAR EM NADA

Na sua política descarada de se fazer de vítima em todos os casos e circunstâncias que de há anos a esta parte produz, Xanana Gusmão abana mas não cai. Uma vez mais assistimos ao verdadeiro “embrulho envenenado” que o primeiro ministro de Timor Leste enviou para gerar confusão no Parlamento Nacional, visivelmente composto de parlamentares que mostraram não saberem das suas competências e perderem-se por dias infindos a discutirem o sexo dos anjos. De tudo isso se aproveita Gusmão.

Tardiamente, o presidente do Parlamento, Fernando Lasama Araújo, foi peremptório ao afirmar que a decisão da suspensão ou demissão dos ministros era com o governo e que nem ia pôr à discussão tal coisa à discussão dos parlamentares. Mesmo assim a “confusão” durou tempo de mais. Acabou por ter alguma utilidade no aspeto de podermos vislumbrar laivos de apoio por parte de alguns parlamentares a suspeitos de corrupção, enriquecimento ilícito e abuso de poder, acusação que foi feita aos ministros e anunciada pela PGR. Quero dizer: percebeu-se alguma resistência e produção de confusão sobre o assunto, o que convinha aos que cometem crimes, de facto, ou que são indiciados por tal. Que terão sempre os seus amigos e admiradores, quer queiramos quer não. É humano mas reprovável segundo a ótica da ética que deve regular os que devem a sua eleição e depósito de confiança ao povo eleitor. Até mesmo no Parlamento Nacional, evidentemente. Talvez ainda mais no Parlamento Nacional.

Acresce que ninguém de boa fé pode crer que o PM Gusmão desconhecia que os seus poderes lhe permitem agir sem solicitar ao Parlamento isenção de imunidade ou o que quer que seja para afastar e agir em conformidade com ministros do seu governo acusados de práticas ilegais. Então, por que tanta confusão e tanto badalejo?

O que aconteceu na acção anunciada pela PGR já devia ter acontecido há muito e a muitos mais. O próprio PM não está isento de dever ser acusado de práticas ilegais, pelo tanto enunciado. Contudo, em nome da “estabilidade” são bastantes os da área do governo e até da presidência da república que se passeiam no adro da impunidade. Também nisto existem elementos da igreja católica que não estão excluídos. Haverá os que acreditam que finalmente vai acontecer justiça em Timor Leste e que estas acusações aos ministros Guterres e Zacarias são o “balão de ensaio” para colocar no devido lugar os poderosos da política e da igreja? Ou será que esta novela Guterres-Zacarias vai dar em nada? Se assim acontecer, adeus estado de direito em Timor Leste.

AGARRADOS AO PODER

Os ministros agora suspensos mostraram nestes dias quanto estão agarrados ao poder. Aquilo que deviam de ter feito era anunciar as suas demissões se na realidade fossem pessoas e políticos de bem, mesmo sabendo-se inocentes. Em país civilizado e democrático seria assim que tudo funcionaria. Sem confusões, sem alardes, sem o apelo à “peixeirada” parlamentar causada por Xanana Gusmão ao dirigir-se ao Parlamento Nacional.

Zacarias da Costa, ministro dos negócios estrangeiros, finalmente suspenso, afirma-se inocente e objeto de processos de intenções políticas. É provável, vamos ver… Ou talvez não, se a justiça continuar a ceder aos poderosos da política. O mesmo não poderá dizer José Luís Guterres, ao que se sabe. O que agora transitou para ser julgado já era sabido por altura do golpe de estado de Gusmão e Horta, entre outros, em 2006. Passados cerca de quatro anos é que a justiça parece ter acordado. Mais vale tarde que nunca.

Falta agora saber se iremos assistir aos anúncios da PGR de mais situações similares que envolvam outras figuras gradas do poder político e económico timorenses. É que não faltam exibições de enriquecimentos ilícitos. Até de familiares e de amigos ou simples conluiados. Nem faltam procedimentos ilegais cometidos por vários agentes e também pelo PM Gusmão e pelo PR Ramos Horta. Além do caso relacionado com o bispo Ximenes Belo, do conhecimento da PGR. Pelo menos esses.

O Caso Bere, se não indiciar por crime Ramos Horta e Xanana Gusmão virá demonstrar às ordens de quem está a justiça timorense. A ilegalidade cometida por Ramos Horta, na qualidade de PR, ao fazer deslocar Gastão Salsinha às suas instalações, contra decisão do juiz, decerto negociar e combinar sobre o processo da trama do 11 de Fevereiro de 2008 não denota abuso de poder? Também neste caso a PGR vai agir em conformidade? E nos outros casos?

Estamos habituados a julgar que Xanana Gusmão está a abanar, prestes a cair do seu pseudo-pedestal de exemplo a seguir e de “pai da nação”, para depois vermos tudo a acabar em nada, na impunidade e no limbo. Até um dia ele é o mais parecido que exsite com um Sempre em Pé. Será que é desta que os timorenses e o mundo vai ver acontecer justiça no país? Quem se reporta ao que tem acontecido no passado considera que não.

Não se ponha a fasquia das perspetivas muito elevada por serem normais num estado de direito. Como tudo está e pelo que acontece quotidianamente ainda não podemos esperar isso de Timor Leste. Aguardemos os desenvolvimentos. Esperemos sentados e esperançados que não ganhemos raízes no local em que decidirmos esperar por justiça.
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O PRESIDENTE CAIXEIRO-VIAJANTE E O IATE

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Ramos Horta tem estado ausente de Timor Leste nas duas últimas semanas. Como bom caixeiro-viajante, andou por quase todo o mundo. Não tem conta as voltas ao mundo que já deu, considerando a situação geográfica do país a que preside até se compreende. Uma novidade ou talvez não: O Turismo vai comprar um iate?

Fez furor na ONU quando classificou as palavras do dirigente iraniano Mahmoud Ahmadinejad de “obscenidade” sobre os Estados Unidos e os atentados de 11 de setembro. Ahmadinejad, presidente do Irão, ao discursar na abertura dos debates anuais da Assembleia Geral, disse que "muitos acreditavam que os Estados Unidos estavam por trás dos atentados de 11 de setembro de 2001".

A suposta indignação de Horta, no seu servilismo às causas de dirigentes de países que violam os Direitos Humanos, mas de onde consegue “doações” de milhões de dólares, pretende ignorar que inúmeros grupos de pressão e cidadãos norte americanos, incluindo actrizes e actores de nomeada, têm a mesma opinião que o presidente iraniano, que existem programas de televisão a dizer o mesmo sobre o assunto - culpabilizando Bush e a sua clique, documentários a mostrar por A mais B a defesa de suas teses. Horta falou de cor, como lhe convinha, e intrometeu-se no assunto para se destacar, servir seus objetivos pessoais, ser notícia, e servir os que ilegalmente invadiram o Iraque, mantiveram as violações aos Direitos Humanos em Guantanamo e inúmeras prisões ilegais por todo o mundo. Afinal, um Nobel da paz a quem devia ser retirado o galardão, por muito dos seus actos e declarações, e também por ser um adepto confesso da pena de morte, como demonstrou há poucos meses em declarações proferidas a propósito de eventuais “correios” de droga estrangeiros que seriam devolvidos aos seus países caso fossem detetados e detidos em Timor Leste. Países cujas leis permitem que os assassinem por contemplarem a pena de morte.

Contudo, o exuberante presidente timorense, frequentemente criticado e ridicularizado pelos portugueses, teve uma vez mais o seu exponencial auge de visibilidade em Portugal, onde, depois da ONU, se acoitou numa espécie de mini-férias carentes das bajulações de uns quantos dirigentes autárquicos do norte de Portugal. Foi aí que ele mais sobressaiu, sendo por isso objecto de estrelato na imprensa regional. Os exemplos são imensos e estão à disposição da saciedade daqueles que queiram perder o seu tempo em pesquisa do tema.

Também a Lusa deu alguma cobertura a determinadas declarações do PR timorense. A que mais deu que falar foi uma em que Horta se declarava de coração dorido pelo mau momento que os portugueses estavam a passar devido à crise. Uma hipocrisia pegada e nauseabunda foi quanto o portugueses atentos consideraram.

E eis que regressa a Timor Leste depois de somente nos dois últimos dias se encontrar com Cavaco Silva, José Sócrates, dirigentes da EDP e da PT. Não se compreendendo porque passou em Portugal uma semana, uma vez que o que tinha de afazeres de interesse para Timor Leste, no norte de Portugal, concretamente em Paredes e áreas limítrofes, não passava de pretexto de lana caprina para “brilhar”, como tanto gosta. Não que ele não o seja livre de o fazer. Mas a questão é: fê-lo à conta dos timorenses? Ou dos portugueses? Pelo que informam, a suas expensas não foi. Seja como for, só um presidente “caixeiro-viajante” e quase prescindível é que se ausenta por tanto tempo do seu país.

Aparte destas declarações e procedimentos considerados flagrantemente criticáveis assistimos uma vez mais a Ramos Horta dar uma no cravo e outra na ferradura, como é seu apanágio. Caso dos cubanos presos nos EUA há uma década. Para que desse modo se julgue positivamente do seu equilíbrio. Esquecendo-se que afinal são imensos os que o olham como um sábio oportunista e jogador de “blefes”. Horta é a personificação do individuo que vai a atravessar uma ponte em mísero estado e em vias de cair. Que considera da maior utilidade estar bem com duas entidades espirituais que eventualmente o possam proteger: Deus e o Diabo. Deus por ser considerado um protetor, o Diabo por ser mau e poder derrubar a ponte. Assim, Horta, na hipótese de ter de atravessar a ponte faria como o outro, e diria: “Meu Deus, que és tão bom e meu amigo, protege esta ponte para eu atravessar em segurança… Mas o Diabo também não é mau. Tu que és mau mas meu amigo não derrubes agora a ponte.” E assim iria dizendo, com o objetivo de atravessar e chegar são e salvo ao outro lado.” Eis Horta naquilo que demonstra existir nas suas entranhas, actos e declarações. A coerência dele é a incoerência - a que ele chama pragmatismo.

Não se trata de aqui abespinhar e atacar a pessoa de Ramos Horta com objetivos pueris e facilitistas mas sim ter atitude conveniente que desperte o próprio e aqueles que parecem ter sido atacados de cegueira, apoiando-o. Aliás, como ele muitos outros políticos por todo o mundo optam pela prática destas posturas servis, falsas, interesseiras, adversárias da transparência e da própria humanidade.



UM IATE PARA TIMOR LESTE

Apesar da fome que grassa entre crianças que chegam às escolas timorenses debilitadas e que muitas vezes nem vêem merendas escolares serem-lhes proporcionadas – como já foi publicamente denunciado. Para além de imensos timorenses adultos sofrerem de subalimentação. Para além das obscenas demonstrações de luxo e enriquecimento imediato e ilícito que os do regime escolhido por Ramos Horta e Xanana Gusmão demonstram, eis que um novo capítulo de desdém e irresponsabilidade está na ordem do dia em Timor: um iate adquirido pelo governo à custa das carências da população.

Refere-se em Díli à boca cheia que o governo, por decisão do ministro do Turismo, Gil Alves, com a concordância do primeiro-ministro, Gusmão e demais, adquiriu um iate para promover o turismo do país, passeando convidados de destaque internacional.

Realmente o turismo em Timor Leste deve ser uma meta e ter a respetiva e adequada promoção. Para isso devem existir as infraestruturas adequadas e o governo deve primar em primeiro arrumar a casa, ou seja, proporcionar aos seus eleitores, a todos os timorenses, condições minimamente humanas e admissíveis e não as que atualmente infelizmente podemos ver, sentir e cheirar em Timor.

Também deve existir uma política e práticas urbanísticas adequadas que respeitem o ambiente. Algo que não existe. O país deve de ter as infraestruras adequadas para os cidadãos, contando com os visitantes, no relativo a alimentação, aos cuidados médicos, esgotos, comunicações, transportes, etc. Numa palavra: honestidade para com todos - em vez de querer vender aos seus cidadãos e aos turistas gato por lebre com o único objetivo de sacar divisas através do turismo. Benefícios que se prevêem destinar-se quase exclusivamente a “meia-dúzia”, aos que já estão envolvidos ou de olho no turismo há muito – entre os quais Ramos Horta, como dizem – proporcionando a empresas internacionais todas as facilidades na construção de aldeamentos turísticos (com negócios obscuros e acordadas reservas de percentagens por debaixo da mesa) que os timorenses nem poderão cheirar ou que quando muito poderão aproximar-se dos contentores do lixo para retirarem restos de comida e outros trastes abandonados pelos dos aldeamentos.

Concretamente, sobre os cerca de 160 mil dólares que dizem ser o custo do iate, é disso que aqui se trata, vimos que não deve ser nada de especial e decerto que é usado, não acabado de sair de fábrica. O que é somente um pormenor e pode não ser significativo se “no entretanto” não envolver “luvas”.

Pela decisão do governo na compra do referido iate nada deveria existir a obstar se não houvesse imensos timorenses a passar fome perante a negação e a indiferença dos que se dizem pelo povo. Se nas cidades e nas pequenas aglomerações de modestas e miseráveis casas existissem mínimos de qualidade de vida, como iluminação, esgotos, caminhos e estradas, escolas, salubridade, etc. Assim, é estar a esbanjar o que deve ser aplicado para suprir as carências dos timorenses. É que Timor Leste não é só Díli, Baucau e mais uma ou outra cidade. Timor Leste é um todo e deve ser um país justo, democrático. País de um povo que morreu e sofreu pela independência. País de todos os timorenses e não de meia-dúzia de sicranos como o senhor Ramos Horta, o senhor Xanana Gusmão, os familiares destes, os senhores bispos, ministros, outros governantes, deputados, empresários conluiados com o sistema, etc, etc. Um iate sim, se os mares da miséria dos timorenses deixarem de estar tão revoltos sob uma capa de mentiras e hipocrisias dos que já se apoderaram do país e o usam como coisa exclusivamente sua.
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AS ENXURRADAS QUE HÃO-DE LEVAR MUITOS TIMORENSES

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LEGISLAÇÃO SOBRE O AMBIENTE, PRECISA-SE

Na atualidade fala-se imenso nas mudanças climáticas e nas catástrofes que por isso são notícia ciclicamente. Cientistas dizem que sim e outros que não, que os efeitos de catástrofes sempre aconteceram porque estamos num planeta vivo e em constante mutação. Queremos acreditar que na realidade estamos a estragar a nossa “casa”, o nosso planeta, a Terra; mas a verdade é que sempre foram notícia as enxurradas por esse mundo fora, os sismos, os marmotos, os ventos fortes, as secas, os dilúvios, etc, etc. A diferença é que atualmente quando mal acontece uma catástrofe no sítio mais recôndito da América Latina já se sabe no outro lado do mundo quase tudo que aconteceu. A informação voa e chega a muitos mais cidadãos do mundo que antes. Sem comparação. O que faz parecer que agora ocorrem mais desastres naturais pelas mudanças climáticas em vez de percebermos que somos nós, terráqueos, que estamos a destruir o meio ambiente.

Evidentemente que a desflorestação selvagem que ocorre, por exemplo, em países da América Latina, na Amazónia e na Indonésia, ajuda imenso a que os solos não possuam o condimento que os consolida: as raízes, para além de se irem degradando. Naturalmente que em terrenos acidentados e degradados (soltos) por via das desflorestações, as chuvas diluvianas provocam efeitos de violentas enxurradas que levam tudo à sua frente como se avalanche de neve se tratasse.

Tem sido por motivos do género que imensas comunidades deste planeta perdem as suas casas, as suas aldeias, as suas vidas e as dos seus familiares e amigos. Afinal porque os terráqueos parecem apostados em destruir o meio ambiente sem medir as consequências. Vêm agora dizer que estas catástrofes relacionadas com as enxurradas se devem às mudanças climáticas? Não. Elas acontecem porque desflorestaram as encostas. Temos imensos exemplos desses na Indonésia e está a começar a acontecer em Timor Leste. Quanto mais desflorestação das encostas maior será o risco de acontecerem enxurradas.

No caso de Timor Leste seria útil que os atuais lideres políticos fizessem um exercício de memória e olhassem para as encostas das montanhas que se vêem de Díli e de outros locais do país e procurassem recordar-se de como eram arborizadas há cerca de vinte, trinta ou mais anos. Se tiverem boa memória vão aperceber-se como as encostas estão a ficar desnudadas. Pois então não se admirem quando populações inteiras forem arrastadas, destruídas, e mortos os seus habitantes.

O exercício de memória pode e deverá ser feito. Há os que se recordam perfeitamente daquilo que aqui é afirmado. Mas ainda existe a possibilidade de recolher registos fotográficos sobre como eram florestados determinados locais que atualmente são um convite aberto às enxurradas. Para mais porque Timor Leste sempre foi fustigado por chuvas fortes de cariz tropical, o que é normal. Ora se alteram as condições naturais e retiram a vegetação que consolidava os solos, o que podemos esperar?

Todos sabemos quais são as dramáticas consequências destas atitudes humanas e contranatura. O que se deve perguntar é: o que está a ser feito em Timor Leste para prevenir a ocorrência de hecatombes deste género no país? Parece que nada.

A corrida aos solos, com a ausência premeditada de uma lei de solos que há anos e anos está para ser regulada, tem permitido a maior anarquia que se possa imaginar. Neste aspeto, como em outros, têm sido cometidos atentados à propriedade e à natureza devido à gula de possuir um rincão ou quase latifúndios, não se vendo que da parte dos legisladores exista sensibilidade e urgência para pôr cobro aos criminosos atos de verdadeiro vandalismo. Na própria cidade de Díli podemos ver construções anárquicas em antigas linhas de água que depois vêm resultando em cheias – por agora só com prejuízos materiais.

Não se compreende o atraso da organização autárquica – se assim quisermos chamar – que parece ser patrocinado por quase todos os políticos timorenses, principalmente pelos do governo. Sem dúvida que essa organização dos poderes locais viria contribuir para um melhor controle das populações sobre as suas áreas de atividades laborais e de residência, beneficiando ou não do seu empenho mais ou menos positivo naquilo que se refere ao respeito pelo meio ambiente. O poder local, as autarquias, os sucos, desde que devidamente suportados em órgãos democráticos, já deviam de estar a funcionar em pleno e os legisladores nacionais já deviam ter contribuído para que a regulamentação em defesa do meio ambiente existisse. Mas não. Sobre esta abordagem têm feito pouco ou nada. Muito em cima do joelho. Improvisam. Em tantos anos!

A quem convém esta situação anómala não se sabe. Ou sabe-se. Pelo menos comentam. Pior que tudo será quando Timor Leste for notícia por catástrofes similares às que acontecem na Indonésia ou na América Latina, que foram dadas em cima por exemplo. E então aí vão recorrer aos santinhos em vez de terem feito a devida prevenção. Que se saiba é à igreja que interessa o negócio dos santinhos e das desgraças, ou às ONGs. Não fora assim e nem existiriam crentes, nem ONGs. Ou não será?

É caso para afirmar que se tudo continuar como até aqui nenhum Deus salvará as dezenas ou centenas de alminhas que vão ser levadas nas enxurradas, por várias vezes. Só se esperam esses dias, que são certos. Se em Timor Leste nada se fizer em contrário e em prol do respeito pela humanidade e pela natureza.
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UE PEDE AO GOVERNO CONTROLE DO CRIME ORGANIZADO

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A União Europeia pediu ao governo timorense que controle melhor o crime organizado; o que o representante da União Europeia não disse foi que o crime organizado está dentro do próprio governo, como é dito pela Fundação Mahein. Não sendo novidade deverá ser útil fazer apelo a memórias que conduzem a conexões há muito encobertas em operações de "lavagem" que não devem ser ignoradas nem prevalecer, sob pena de prolongarem o regime de impunidades.

HÉRCULES MARÇAL, GANGSTER AMIGO
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Não foi por acaso que um dos maiores criminosos timorenses, naturalizado indonésio, referenciado mestre do crime pela polícia indonésia, envolvido na trama contra Alfredo Reinado, foi recebido em Dili com pompa e circunstância, com direito a entrada VIP no aeroporto Nicolau Lobato, conferenciou com Fernando Lasama Araújo, presidente do Parlamento Nacional, e com Xanana Gusmão, primeiro ministro, recebeu por prémio não se sabe bem de quê um terreno em local previligiado de Dili para instalar um "negócio", foi publicamente elogiado e recebeu agradecimentos não se sabe exatamente de quê nem porquê...

Quando vimos acontecer ao mais alto nível o descaramento de receberem criminosos e lhes proporcionarem honras por "grandes feitos", que nem se sabe quais, é mais que legitimo depreendermos que estamos perante representantes do povo timorense, por acaso eleitos, que andam de mãos dadas com o mundo do crime. Daí a surgirem dúvidas sobre a integridade de carater desses políticos não vai distância nenhuma. Os que receberam e recebem (?) assim o criminoso Hércules em representação do Estado Timorense, são os que devem esclarecer a União Europeia, mas principalmente os timorenses, sobre as razões de terem relações tão próximas com "conceituados" indivíduos que se sabe serem do crime organizado. Se o crime organizado estiver dentro do governo timorense como quer o representante da União Europeia que o governo a ele próprio se auto-controle e destrua?

Quem disparou sobre Ramos Horta em 11 de Fevereiro de 2008? Quem executou Alfredo Reinado e Leopoldino Exposto em casa do presidente Horta, nesse mesmo dia e com uma diferença de minutos? Quem se usou do crime organizado para "embrulhar" Alfredo Reinado na trama que o havia de levar à execução? Porque razão Longuinhos Monteiro, naquela data PGR, "viu" placidamente "desaparecerem" provas, forjarem outras, contaminarem imensas? Porque razão assistimos à enorme farsa do julgamento sobre o 11 de Fevereiro que deu na libertação de todos os envolvidos? Não foi porque os verdadeiros implicados no 11 de Fevereiro de 2008 se usaram de inocentes nos crimes acusados para se encobrirem? O crime organizado também está infiltrado no aparelho de Justiça timorense? Não? Então expliquem a farsa do processo e do julgamento do 11 de Fevereiro de forma plausível.

Sempre a tempo tudo se esclarecerá. Ainda muita água vai correr sobre o "crime organizado" em Timor Leste, fazendo rolar "pedras" que amaciará e a que retirará as arestas, emergindo-as e depositando-as no areal, à vista de todos, expostas ao sol da verdade e da justiça que também falha em Timor Leste.

Por agora a inutilidade da União Europeia ou quem quer que seja pedir ao governo de Gusmão para controlar o crime organizado em Timor Leste é flagrante, como é estulto pedir ao coxo para não coxear.

ALGUMAS REFERÊNCIAS:
http://www.etan.org/et2008/3march/22/16suhart.htm - http://aeiou.expresso.pt/os-indicios-sao-muitos-fortes=f291729 - http://timorleste.livejournal.com/197946.html - http://odanmatan.blogspot.com/2008/09/xananaamp-hakarak-hercules-loke-bisnis.html - http://timor-online.blogspot.com/2008_04_13_archive.html - http://timorhauniandoben.blogspot.com/2010/02/ramos-horta-two-years-without-weight-on.html - http://www.easttimorlegalinformation.org/Legal_News/March_2008_4.html - http://timor-online.blogspot.com/search?q=HERCULES - http://timor-online.blogspot.com/2008/03/unmit-media-monitoring-tuesday-25-march.html
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