Pequim, 17 mar (Lusa) -- Um dos cinco livreiros de Hong Kong desaparecidos durante meses, que reapareceu há uma semana na antiga colónia britânica, admitiu que fez contrabando de "livros proibidos" (críticos em relação a membros do Partido Comunista) no interior da China.
Segundo o South China Morning Post (SCMP), que escreve com base em informações do diário Sing Tao Daily -- também publicado em Hong Kong, mas com uma linha editorial próxima a Pequim --, o livreiro Cheung Chi-ping reconheceu o contrabando de livros proibidos no interior da China, mas que podem ser vendidos em Hong Kong
.
Cheung admitiu a sua participação nesta atividade, mas disse que não era mais do que um "cúmplice" e que não tinha um papel importante no negócio.
Também disse que não sofreu coação ou tortura durante o período em que esteve detido no interior da China e que não foi obrigado a fazer nada contra a sua vontade.
No entanto, não forneceu detalhes sobre a forma como entrou na China ou foi detido pelas autoridades chinesas, já que as autoridades de Hong Kong não têm registo da sua saída do território.
Este é um mistério que envolve outros quatro livreiros ligados à mesma editora de Hong Kong que publicava livros críticos do regime chinês.
O seu desaparecimento, no final do ano passado, durou meses, tendo levantado suspeitas de que tivesse sido sequestrado pelas autoridades chinesas.
O livreiro voltou a Hong Kong no dia 06 de março (embora tenha regressado à China de forma quase imediata), dois dias depois do regresso a Hong Kong do seu chefe na editora, Lui Por, e retirou a queixa pelo seu desaparecimento.
Segundo escreve o SCMP, o jornalista do Sing Tao Daily "esbarrou por acaso" com o livreiro, que entrevistou, e que lhe disse que "vivia livremente" na cidade de Dongguan, no sul da China, depois de ter sido libertado pelas autoridades chinesas.
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