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Macau pondera investir reserva financeira em fundos soberanos ou de desenvolvimento

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Macau, China, 28 jan (Lusa) - O Governo de Macau "está a estudar ativamente" novas formas de investir a reserva financeira da região, que em 2015 teve a mais baixa rentabilidade de sempre, afirmou hoje o secretário com a tutela das Finanças.

Segundo Lionel Leong, citado numa nota do Executivo de Macau, estão a ser estudadas novas formas de investir a reserva financeira "sob o princípio da estabilidade e de baixo risco, tais como fundos soberanos ou fundos para o desenvolvimento, entre outros".

O secretário da Economia e Finanças de Macau sublinhou que, porém, "o retorno sobre o investimento global da reserva financeira e a reserva cambial" da região tiveram um "crescimento positivo", apesar de "a flutuação do câmbio" do Renminbi (ou yuan, a moeda da China), estar "a prejudicar" a rentabilidade do dinheiro investido.

Lionel leong sublinhou que "o Governo vai continuar a manter o investimento em Renminbi, manifestando confiança na moeda nacional" da China, e acrescentou "que um investimento não se pode ponderar apenas a curto prazo".

"A prioridade será dada a produtos financeiros estáveis e de baixo risco, mas para corresponder aos apelos da sociedade, que exigem maior diversificação", o Governo de Macau "pondera alguns investimentos, como fundos soberanos ou fundos para o desenvolvimento", afirmou.

Segundo a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), no final de 2015, o valor total dos ativos da Reserva Financeira foi estimado em 345,05 mil milhões de patacas (39,4 mil milhões de euros), um aumento de 40 por cento em relação a 2014. À luz das estatísticas preliminares, reveladas na noite de quinta-feira, os rendimentos líquidos dos investimentos da Reserva Financeira cifraram-se em 2,41 mil milhões de patacas (275 milhões de euros), correspondendo a uma rentabilidade anual de cerca de 0,7%.

Trata-se do valor mais baixo desde que a Reserva foi constituída, em 2012.

Até ao final de 2015, os retornos dos investimentos em títulos voltaram a ser as maiores fontes de rendimento da Reserva, seguidos dos juros de depósitos da aplicação nos mercados monetários e dos frutos dos investimentos associados a ações.

Contudo, a contrariar os proveitos dessas três "frentes" de investimento esteve a aposta no mercado de divisas, com a carteira a incluir sobretudo o yuan, dólar de Hong Kong e dólar norte-americano: em 2015, foram registados prejuízos no valor contabilístico das divisas da Reserva Financeira na ordem dos 5,31 mil milhões de patacas (606,2 milhões de euros), que fizeram com que o valor do rendimento global anual da Reserva sofresse um 'tombo'.

Para o economista Albano Martins, o retorno não foi apenas menor e, na verdade, perdeu-se dinheiro, uma vez que a taxa de rentabilidade anual apresentada é nominal e não real, ou seja, não desconta o valor da inflação -- que foi 4,56% em 2015.

No verão de 2014, o Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou a Macau a criação de um fundo soberano usando a reserva financeira, por forma a dinamizar a aplicação dos recursos e aumentar a sua rentabilidade.

Em março de 2015, o chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, anunciou a criação de um Fundo para o Desenvolvimento do Investimento, precisamente por forma "a dinamizar a aplicação dos recursos da Reserva e aumentar a sua rentabilidade", mas até ao momento pouco se sabe.

A reserva financeira é constituída por uma reserva básica, equivalente a 150% da totalidade das dotações da despesa dos serviços centrais, constante do último orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa, e por uma reserva extraordinária, equivalente aos saldos remanescentes após a satisfação da reserva básica.

MP (DM) //APN - Lusa

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