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Nova Zelândia diz que Austrália a impede de acolher centenas de refugiados

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Sydney, Austrália, 12 jan (Lusa) -- A Nova Zelândia afirmou que não pôde acolher centenas de refugiados dos centros criados pela Austrália devido à renúncia do Governo de Camberra em aplicar um acordo firmado em 2013, informaram os meios de comunicação social locais.

Um porta-voz do Ministério da Imigração disse que a Austrália não aceitou a oferta neozelandesa de acolher refugiados dos seus centros em Nauru e Papua Nova Guiné, sem que as autoridades australianas se tenham pronunciado sobre o assunto, indicou a televisão ABC.

Woodhouse respondeu assim a uma carta de 28 refugiados alojados em Nauru, que pediram ao primeiro-ministro neozelandês, John Key, que honrasse o acordo alcançado em 2013 e os acolhesse no seu país.

"Entregaram-nos ao Governo de Nauru e disseram-nos que somos da sua responsabilidade. Nauru não nos deu e não tem os recursos para nos oferecer proteção permanente ou segurança", comentaram os refugiados na missiva citada pela ABC.

A Nova Zelândia comprometeu-se num acordo com a Austrália, no início de 2013, a acolher, nos dois anos seguintes, 300 refugiados dos centros de Nauru e Manus (Papua Nova Guiné), no Pacífico, para onde a Austrália envia requerentes de asilo que são intercetados pela Marinha.

A Austrália recuperou em 2012 uma política para tramitar em países terceiros os pedidos de asilo dos imigrantes que viajam para o país por via marítima em busca de asilo, com a abertura de centros de detenção na Papua Nova Guiné e Nauru, criticada pela ONU e outras organizações internacionais.

O Governo conservador australiano, que assumiu o poder em setembro de 2013, depois da assinatura do acordo com a Nova Zelândia, endureceu as medidas contra a imigração ilegal, incluindo as operações para intercetar e rejeitar em alto mar os barcos que tentam alcançar clandestinamente solo australiano.

O primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, criticou a relocalização de refugiados para a Nova Zelândia porque considera um "incentivo" para as redes de traficantes de imigrantes.

Muitos dos imigrantes que as autoridades australianas intercetam fugiram de conflitos como os de Afeganistão, Darfur, Paquistão, Somália e Síria e outros escaparam da discriminação ou da condição de apátridas, como as minorias rohinya, da Birmânia, ou bidun, da região do Golfo.

DM // MP

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