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Governo timorense confiante na reaprovação do Orçamento vetado pelo Presidente

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Díli, 07 dez (Lusa) - O primeiro-ministro timorense disse hoje à Lusa estar confiante de que o Orçamento do Estado para 2016 vai ser reaprovado pelo Parlamento Nacional, considerando que os argumentos para o veto do Presidente da República "não estão sustentados".

O Governo "é da opinião de que os argumentos não estão sustentados por factos, de forma a poderem ser reconsiderados ou reavaliados", declarou Rui Maria de Araújo à agência Lusa, na véspera da sessão plenária do Parlamento Nacional que analisará o veto do chefe de Estado, Taur Matan Ruak, à proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para este ano.

"Pela forma como o orçamento foi aprovado, tanto na generalidade, como na especialidade e no final global. Houve sempre aprovação por unanimidade, portanto, creio que do ponto de vista político estão criadas as condições para uma reaprovação do orçamento, que será devolvido ao senhor Presidente da República", afirmou.

No dia 29 de dezembro, Taur Matan Ruak informou ter vetado o OGE por discordar de "investimentos em projetos de infraestruturas sem retorno efetivo", devolvendo o diploma ao Parlamento Nacional, por discordar das prioridades inscritas na proposta.

"Na ocasião, manifestou a divergência das propostas do OGE para 2016 que aumentam o investimento em projetos de infraestruturas sem retorno efetivo, como a Zona Especial de Economia Social de Mercado (ZEESM) ou o projeto Tasi Mane, ao mesmo tempo que se diminui a despesa pública em setores como a Saúde, a Educação e a Agricultura", lê-se no texto da Presidência.

Rui Araújo reiterou as apostas e políticas do Governo no que toca a investimentos em infraestruturas, insistindo que o OGE de 2016 segue na linha do de 2015 e respeita as metas do Plano Estratégico de Desenvolvimento (PED).

"São formas de diversificação da economia, são polos de desenvolvimento definidos pelo PED e que foram depois delineados no programa do Governo. O OGE de não é senão uma continuação do Orçamento de 2015, que já completa este tipo de investimento. É a continuação de uma estratégia para a qual houve consenso nacional e que o Governo está a implementar, defendeu.

Durante a discussão no Parlamento Nacional, o Presidente timorense tinha "alertado para a necessidade de promover o investimento no abastecimento de água potável e no saneamento básico, para melhoria das condições básicas de vida".

Na mensagem que acompanhou o veto do OGE, o Presidente da República alertou também para a "necessidade de garantir o desenvolvimento sustentado do país, aumentando as receitas não petrolíferas e diminuindo o recurso ao Fundo Petrolífero, cujo limite anual de rendimento sustentado estimado tem sido ultrapassado em mais de o dobro".

A 19 de dezembro, o Parlamento Nacional timorense aprovou definitivamente o OGE para 2016, no valor de 1,56 mil milhões de dólares, depois de um longo processo de debate marcado pelo consenso entre as forças políticas.

O texto orçamental, que foi aprovado na generalidade e por unanimidade a 03 de dezembro passado, foi alvo de cerca de meia centena de alterações, a maioria das quais corresponde a realocações de gastos, sem impacto no montante final do Orçamento do Estado.

O OGE para 2016 ascende ao valor de 1,56 mil milhões de dólares, com as despesas, depois das alterações, a incluírem gastos de 181,87 milhões em salários e vencimentos, de 449 milhões de dólares em bens e serviços, incluindo o Fundo de Desenvolvimento do Capital Humano.

Prevê transferências públicas no valor de 476 milhões, 436,47 milhões para capital de desenvolvimento e 17,57 milhões para capital menor. O valor do novo Fundo Autónomo das Infraestruturas é de 434,63 milhões de dólares.

ASP // ARA

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