Lisboa, 15 dez (Lusa) - O campo petrolífero Kitan, um dos projetos da Zona Conjunta de Desenvolvimento Petrolífero (JPDA) no Mar de Timor, chegou ao fim da sua vida útil, indicou hoje fonte da empresa italiana ENI.
Citada pelo portal na Internet Platts, a fonte da empresa que é a maior acionista do campo indicou que, depois de janeiro, não haverá mais petróleo a partir do poço de Kitan, tendo-se esgotado "mais depressa do que se pensava", depois de ter produzido cerca de 60 milhões de barris.
O campo, proprietário de um consórcio entre a ENI (40% do capital), da japonesa Inpex Corporation (35%) e a Talisman Energy (25%) - comprada em maio de este ano pela espanhola Repsol -, foi descoberto em 2008 pela petrolífera italiana e produz desde outubro de 2011.
Localizado a cerca de 170 quilómetros de Timor-Leste, no Mar de Timor, o projeto está na zona gerida conjuntamente por Timor-Leste e pela Austrália, a JPDA, na sua sigla inglesa.
No orçamento de 2015 o Governo timorense previa para este ano receitas de 21,1 milhões de dólares, depois dos 13,8 milhões obtidos em 2014, tendo antecipado que 2016, com receitas previstas de 10,7 milhões de dólares, fosse o último em que o Kitan contribuiria para os cofres do Estado.
Ao longo de 2015, a ENI distribuiu um máximo de 550 mil barris de crude ultraleve em cada dois/três meses, abastecendo sobretudo os mercados do norte e sudeste da Ásia, nomeadamente a Coreia do Sul e a Tailândia.
No início deste mês, o portal Platts adiantou que a falta do crude ultraleve de Kitan irá ser compensada a partir de fevereiro pela plataforma North West Shelf, na Austrália, quando a empresa australiana que o explora exportar 1,95 milhões de barris.
Em março deste ano, a Inpex Corporation já tinha reduzido a produção e o valor do campo petrolífero, na sequência da queda do preço do crude e antevendo o fim de vida útil do poço.
"Foram realizados testes de imparidade em ativos relacionados com (...) o bloco JPDA06-105 na JPDA do Mar de Timor à luz da deterioração do contexto de mercado, com base em fatores como a queda dos preços do petróleo, o que resultou no reconhecimento de perdas de imparidade", referiu então a empresa.
Em Díli, o Governo timorense reconheceu, também em março, que o campo tem uma produção total "modesta", quando comparado com o de Bayu Undam, o que mais contribui para as receitas de Estado timorense.
JSD (ASP/JCS) // EL