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PIB de Macau volta a cair 24,2% no terceiro trimestre arrastado pela queda do jogo

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Macau, China, 30 nov (Lusa) - O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau caiu 24,2 por cento no terceiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2014, mantendo a tendência de contração da economia provocada pela queda das receitas dos casinos.

Segundo os dados dos serviços de estatística de Macau divulgados hoje, o PIB do território no terceiro trimestre deste ano também caiu 26,4% em relação aos três meses anteriores. No conjunto dos primeiros nove meses do ano, a queda foi de 25%.

"A contração económica foi causada, principamente, pela contínua queda das exportações de serviços, destacando-se decréscimos de 37,4% nas exportações de serviços do jogo e de 15,3% nas exportações dos outros serviços turísticos, face ao trimestre homólogo do ano passado", explica a Direção dos Serviços de Estatística e Censos, em comunicado, repetindo as mesmas razões para a queda dos trimestres anteriores.

A economia de Macau está em queda desde o terceiro trimestre de 2014, ano em que pela primeira vez diminuiu o PIB desde a passagem da administração do território de Portugal para a China, em 1999.

A tendência manteve-se este ano, com quedas homólogas do PIB de 24,5% no primeiro trimestre, 24,6% no segundo e 24,2% no terceiro, estando a economia em recessão.

A queda do PIB está relacionada com a diminuição das receitas dos casinos, que começaram a cair em junho de 2014 e são a principal fonte de receitas públicas de Macau e o pilar da economia do território, o maior centro de jogo do mundo.

As receitas públicas, nos primeiros nove meses do ano, caíram 32,2% em termos anuais homólogos. Ainda assim, entre receitas e despesas, a Administração de Macau acumulou um saldo positivo de 30.964 milhões de patacas (3.411 milhões de euros), excedendo o previsto para todo o ano (18.805 milhões de patacas ou 2.080 milhões de euros).

Para 2016, o Governo de Macau prevê nova queda das receitas públicas e do jogo, mas continua a esperar fechar o ano com um superávit de 18,213 mil milhões de patacas (2,12 mil milhões de euros).

O executivo de Macau propôs há poucos dias aos deputados do território um orçamento de 103,251 mil milhões de patacas (cerca de 12 mil milhões de euros).

Dessas receitas globais, 79,456 mil milhões de patacas (9,27 mil milhões de euros) corresponderão a impostos diretos e, dentro destes, 70 mil milhões (8,17 mil milhões de euros) serão oriundos do jogo.

A confirmar-se esta previsão, os impostos diretos sobre o jogo cairão 16,6% em 2016, face ao que prevê o orçamento retificativo para este ano.

A 22 de outubro, o secretário da Economia e Finanças do Governo de Macau garantiu que, "apesar da queda económica", o território tem "capacidade para lidar com as adversidades".

Para Leong Vai Tac, esta fase representa também uma oportunidade, em especial, para criar "novas condições" para a "reestruturação económica e a promoção do desenvolvimento sustentável".

O Executivo tem sublinhado a sua aposta em diversificar a economia de Macau, para diminuir a dependência do jogo e, dentro deste, dos grandes apostadores ("jogo VIP").

MP // APN

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