Díli, 21 nov (Lusa) - O Governo indonésio informou o executivo timorense que vai permitir a concessão de vistos à chegada nos postos fronteiriços na ilha de Timor-Leste na próxima semana por ocasião das comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorenses explica ter sido informado na sexta-feira pela Embaixada da Indonésia em Díli de que a situação temporária estará em vigor entre 23 e 30 de novembro.
Aplica-se nos postos fronteiriços de Mota Ain e Wini/Sakato, ou seja, nos dois locais de passagem para quem queira deslocar-se de Timor-Leste para o enclave de Oecusse, onde decorrem as comemorações oficiais dos 500 anos de contactos entre portugueses e timorenses e o 40º aniversário da proclamação da independência de Timor-Leste.
"Relativamente às comemorações dos 500 anos de afirmação da identidade de Timor-Leste, marcadas para 28 de novembro de 2015, o Governo da Indonésia, particularmente a Direção Geral de Imigração e o Ministério da Justiça e Direitos Humanos da República da Indonésia, concorda no atendimento de visto à chegada para cidadãos timorenss que usem passaporte comum, nos pontos de entrada de Mota Ain e Wini Sakato, entre 23 e 30 de novembro", refere a nota remetida pela missão diplomática.
A decisão, considera o Governo, facilita significativamente a movimentação da população timorense que queira deslocar-se a Oecusse para as comemorações.
Recorde-se que, normalmente, a excessiva burocracia indonésia e um custo mínimo de 100 dólares americanos em vistos dificulta significativamente as deslocações para o enclave de Oecusse.
Ir por terra para o enclave, localizado na costa norte da metade indonésia da ilha, obriga ao pagamento de vistos de entrada e saída na Indonésia (a 50 dólares americanos cada) e a um complexo processo burocrático que pode durar semana e meia.
A situação torna-se ainda mais complexa e cara para quem pretenda levar carro de Timor-Leste (custa pelo menos 130 dólares em documentação, se se viajar sozinho) e, ainda mais, no caso de camiões com material, o que dificulta qualquer tentativa de quem quer beneficiar dos projetos de desenvolvimento que o Governo timorense tem em curso no enclave.
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