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Governo de Macau reconhece "grandes desafios" para a economia da região

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Macau, China, 17 nov (Lusa) -- O chefe do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, reconheceu hoje que o desenvolvimento económico da região enfrenta "grandes desafios", mas prometeu manter a estabilidade da economia, pese embora as perspetivas para 2016.

"Atualmente, o desenvolvimento económico de Macau está a enfrentar grandes desafios, contudo, graças às nossas bases sólidas, que se traduzem na existência de um sólido saldo financeiro e uma forte capacidade de superar as adversidades, é-nos possível manter a estabilidade da economia e do mercado de emprego", afirmou o líder do Governo na Assembleia Legislativa de Macau, durante a apresentação das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2016.

"Influenciado pelo ambiente incerto na economia regional, o setor do jogo registou um ajustamento contínuo", disse o líder do Governo, utilizando o termo com que normalmente é referida a queda das receitas de jogo encetada em junho de 2014.

Para 2016, as perspetivas não são as melhores: "A procura externa será mantida em desaceleração, existindo ainda riscos de degradação na economia mundial [e] a estrutura das nossas indústrias irá sofrer uma pressão de ajustamento ainda maior. No entanto, as indústrias não associadas ao jogo podem constituir um fator dinâmico para a manutenção da estabilidade da economia", afirmou Fernando Chui Sai On.

"Ao analisarmos a situação no seu todo, constatamos que a economia de Macau se tem desenvolvido de forma saudável, as finanças públicas mantêm-se estáveis, apresentando o orçamento do Governo um saldo positivo. Os grandes empreendimentos estão em curso de forma ordenada, a taxa de desemprego continua a apresentar um nível relativamente baixo, a inflação tem sido atenuada e continuamos a depositar grande confiança no desenvolvimento a longo prazo da economia local", afirmou, considerando que têm sido aplicadas "sólidas políticas fiscais e financeiras".

Neste contexto, prometeu também "acelerar o estudo sobre a criação do Fundo para o Desenvolvimento do Investimento".

Essa ideia, que se alinha com a proposta do Fundo Monetário Internacional (FMI), que recomendou a Macau a criação de um fundo soberano num relatório divulgado no verão do ano passado, foi anunciada, em março, pelo próprio Fernando Chui Sai On, no hemiciclo, na apresentação das LAG para 2015. Contudo, desde então pouco se soube.

A ideia seria estudar a aplicação de determinada percentagem da atual reserva financeira de Macau na criação desse fundo, por forma a dinamizar a aplicação dos recursos e aumentar a sua rentabilidade.

Até setembro de 2015, a reserva financeira apresentava uma reserva básica de 131,880 mil milhões de patacas (15,502 mil milhões de euros) e uma reserva extraordinária de 211,381 mil milhões de patacas (24,845 mil milhões de euros).

O saldo orçamental do ano financeiro de 2014 foi de 90.296 milhões de patacas (10.614 milhões de euros), e findo o processo de liquidação, o montante global da reserva extraordinária irá atingir os 301.677 milhões de patacas (35.458 milhões de euros), contabilizando, assim, a reserva financeira um montante global de 433.557 milhões de patacas (50.973 milhões de euros), enquanto a reserva cambial irá atingir os 145.343 milhões de patacas (17.083 milhões de euros), indicou o chefe do Executivo.

A reserva financeira, criada em fevereiro de 2012, é constituída por uma reserva básica, equivalente a 150% da totalidade das dotações da despesa dos serviços centrais, constante do último orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa, e por uma reserva extraordinária, equivalente aos saldos remanescentes após a satisfação da reserva básica.

DM // MP

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