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Partido de Suu Kyi conquista maioria no parlamento da Birmânia -- oficial

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Rangum, 13 nov (Lusa) -- A Liga Nacional para a Democracia (LND), o maior partido da oposição na Birmânia, liderado por Aung San Suu Kyi, conquistou a maioria no parlamento, de acordo com resultados divulgados hoje pela comissão eleitoral birmanesa.

Segundo os mais recentes dados da comissão eleitoral, a LND conquistou mais 21 assentos na câmara baixa, elevando o total de lugares no conjunto do parlamento para 348, obtendo a maioria.

Apesar de um quarto dos assentos estar reservado aos militares, o partido da Nobel da Paz ultrapassou a barreira que lhe permite eleger o Presidente e formar governo, marcando um ponto de viragem histórico, segundo os mais recentes resultados oficiais, divulgados hoje, cinco dias depois das eleições, embora a contagem ainda não tenha terminado.

Quando estão escrutinados 84,6% dos votos, a LND conta com 348 deputados (238 na câmara baixa e 110 na câmara alta) dos 491 em jogo.

O Partido para a União, Solidariedade e Desenvolvimento, no poder na Birmânia, conquistou, até ao momento, 40 assentos, enquanto os restantes 42 anunciados se distribuem entre várias formações de minorias étnicas.

Além dos deputados eleitos nas urnas, o parlamento birmanês conta com 162 deputados na câmara baixa e 85 na câmara alta designados pelo exército.

Com esta maioria parlamentar, a LND pode propor dois dos três candidatos a Presidente, com o terceiro a ser proposto pelos militares, e garantir que um deles será o próximo chefe de Estado.

Uma vez confirmados os resultados prevê-se que em janeiro tome posse o novo parlamento, o qual vai eleger, entre fevereiro e março, o novo Presidente e dois vice-presidentes.

Prémio Nobel da Paz em 1991, Suu Kyi, que a junta militar manteve sob detenção durante mais de 15 anos, está impedida de se candidatar à presidência birmanesa devido a um artigo da Constituição, que exclui pessoas casadas ou com filhos estrangeiros - uma disposição que se considera ter sido feita para visar diretamente a opositora, viúva de um britânico e com filhos de nacionalidade britânica.

Apesar de a candidatura à presidência ser impossível, Aung San Suu Kyi, de 70 anos, garantiu que vai dirigir o governo se a LND ganhar as eleições.

Governada por regimes militares de 1962 a 2011, quando a última junta entregou o poder a um executivo civil, composto por antigos militares, que iniciou uma série de reformas políticas, económicas e sociais, a Birmânia realizou no domingo as primeiras eleições livres em mais de 25 anos.
DM (EJ/PSP) // ISG

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