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Indonésia vai investir milhões nas fronteiras com Timor-Leste e reduzir burocracia

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Jacarta, 10 nov (Lusa) - A Indonésia vai investir 2,2 mil milhões de rupias (150,6 milhões de euros) nas zonas fronteiriças com Timor-Leste e reduzir a burocracia para facilitar o acesso por terra ao enclave timorense de Oecusse.

Asep Chaerudin, das relações públicas do Ministério Coordenador de Assuntos Políticos, Jurídicos e de Segurança (Polhukam, na abreviação indonésia), justificou hoje o valor do investimento, referindo que "as fronteiras são algo muito importante para manter a segurança e a estabilidade entre países vizinhos".

O responsável rejeitou que as fronteiras terrestres com Timor-Leste representem um foco de preocupação para as autoridades indonésias e lembrou que "todas as pessoas que vivem na fronteira dizem: 'nós ainda somos família'".

O responsável falava à agência Lusa a propósito da visita ministerial a alguns pontos fronteiriços que terá lugar na quarta-feira.

A deslocação, liderada pelo responsável máximo do Polhukam, Luhut Binsar Pandjaitan, contará também com os ministros da Defesa, Ryamizard Ryacudu, do Interior, Tjahjo Kumolo, das Obras Públicas e da Habitação, Basuki Hadimuljono, e da Comunicação e Tecnologias de Informação, Rudiantara.

Na comitiva seguem ainda o comandante do exército, o general Gatot Nurmantyo, e o chefe da polícia nacional, Badrodin Haiti, confirmou Asep Chaerudin, sem, contudo, avançar mais informações sobre a agenda da deslocação e os locais a visitar.

A visita tem como objetivo "pensar toda a estratégia" e "ver as condições no terreno", até porque algumas obras já estão em andamento, disse.

O porta-voz do Polhukam garantiu também que "a Indonésia vai melhorar a questão burocrática", quando questionado sobre as dificuldades para entrar e sair do enclave timorense de Oecusse, um processo moroso e que custa no mínimo 50 dólares por visto.

A Indonésia tem ignorado os acordos bilaterais com Timor-Leste que regulam o trânsito de pessoas entre os dois países bem como o princípio da reciprocidade, já que os cidadãos indonésios que entram em território timorense pagam 10 dólares pelo visto obtido à entrada.

Uma situação que beneficia os empresários indonésios, que podem entrar e sair facilmente do enclave, dominando, por isso, todo o mercado de fornecimento para Oecusse.

Asep Chaerudin defendeu ainda, a título pessoal, a isenção de vistos entre Timor-Leste e a Indonésia, realçando que isso "é muito importante entre países vizinhos" e que hoje em dia, volvidos 13 anos após a declaração da independência, Jacarta e Díli têm "relações diplomáticas muitíssimo boas".

Se Timor-Leste for aceite como membro da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) beneficiará da isenção já existente entre os dez países que compõem o grupo.

O mesmo porta-voz afirmou ainda que as disputas quanto às fronteiras terrestres entre as duas nações já foram resolvidas, embora persistam ainda "alguns problemas nas fronteiras marítimas", um ponto mais complexo dados os recursos petrolíferos e de gás natural do Mar de Timor.

AYN (ASP) // JMR

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