Pante Macassar, Timor-Leste, 06 nov (Lusa) - O primeiro -ministro timorense visitou hoje o local onde uma equipa de uma empresa portuguesa está a construir a primeira clínica especial polivalente do enclave de Oecusse, que deverá estar operacional em março de 2016.
Rui Maria de Araújo, acompanhado pelo responsável da autoridade regional do enclave de Oecusse, Mari Alkatiri, visitou o local no final da sua visita esta semana a Oecusse, durante a qual constatou os progressos dos vários projetos em curso.
Desenhada pelo grupo Interway, a clínica está a ser instalada por uma equipa de cerca de 50 elementos, dos quais 11 portugueses, com a primeira fase prevista para final do mês quando Oecusse acolhe as celebrações dos 500 anos da chegada dos portugueses a Timor-Leste.
A Clínica Especial Polivalente do Oecusse, preparada para 24 camas e seis quartos VIP, inclui uma unidade completa de meios de diagnóstico, além das áreas de consulta geral, urgências, bloco operatório, central de oxigénio, salas de estabilização e todo o serviço de consultas externas de várias especialidades (radiologia, ecografia entre outros.
Está ainda prevista uma farmácia e um laboratório completo de análises clínicas, com tecnologia moderna, que incluirá tratamento de resíduos e autonomia energética.
Trata-se de um dos projetos aprovados pela Zona Especial de Economia Social de Mercado (ZEESM) no âmbito de um amplo programa de investimento público da Região Administrativa Especial de Oecusse, Ambeno, e do Governo timorense.
Este ano foram já canalizados para a região cerca de 90 milhões de dólares, estando previstos cerca de 200 milhões para 2016, com vários projetos estruturais a decorrer, incluindo uma central elétrica, aeroporto, estradas e pontes e projetos de irrigação, entre outros.
Fernando Figueiredo, sócio-gerente da empresa Interway, responsável pelo projeto destacou ao chefe do Governo timorense, a vontade de "responder ao desafio" colocado pelo presidente da região, Mari Alkatiri, apostando na "diferenciação" e na vontade de "criar uma melhor qualidade de vida para todos os timorenses, sem exceção".
"Neste projeto, no próximo dia 28 encontrarão 1.300 metros quadrados de área coberta, correspondente à primeira fase e que estará totalmente operacional em finais de março de 2016", disse.
A clínica está a ser instalada no que será um quase 'campus da saúde' previsto no novo plano urbano de Pante Macassar, a capital do enclave de Oecusse-Ambeno, que regista há vários meses movimento sem precedentes, devido aos vários projetos em curso.
Desde que está em Timor-Leste, a Interway já injetou na economia local "cerca de meio milhão de dólares", disse Fernando Figueiredo, acrescentando que a empresa "acredita no projeto da economia social de mercado" que está a ser desenvolvido na região.
Com o investimento em Timor-Leste, o grupo Interway junta mais um Estado-membro da CPLP ao seu universo empresarial, depois de projetos em Angola, Brasil, Guiné Equatorial, Moçambique e Portugal, a que se somam ainda projetos em Espanha e Emiratos Árabes Unidos.
Fundado em 2003 e com sede em Lisboa, o grupo atua como plataforma de negócios focalizada no desenvolvimento e implementação de projetos e procura de novas oportunidades, em mercados emergentes.
A Interway TL é a primeira empresa de capital português registada em Oecusse, onde estão a operar várias companhias portuguesas, a maioria a fiscalizar os grandes projetos de infraestruturas.
A empresa prevê reinvestir os seus resultados em Timor-Leste em 2016, num novo projeto totalmente de investimento privado no país.
ASP // ARA