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Dignitaes Vitae é projeto de voluntário português para ajudar deficientes em Timor-Leste

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Díli, 01 nov (Lusa) - Hélder do Carmo oficialmente não tem emprego mas praticamente não tem mãos a medir com os vários projetos que criou para apoiar deficientes em Timor-Leste, sem apoio de qualquer instituição portuguesa ou timorense.

Ensino do português, basquetebol em cadeira de rodas, natação adaptada, mergulho inclusivo e rastreio de saúde auditiva são algumas das iniciativas que levou a cabo desde que chegou a Timor-Leste há cerca de 18 meses.

Consigo trouxe a experiência ganha em Lisboa, onde trabalhava na direção da Escola Básica Integrada Quinta de Marrocos, uma das escolas de referência para o ensino bilingue de crianças surdas.

A sua mulher foi colocada como professora na Universidade Nacional de Timor Lorosae (UNTL) e Hélder do Carmo criou a Dignitas Vitae (Dignidade à Diferença), conseguiu o estatuto de Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) junto do Camões-Instituto da Cooperação e da Língua e partiu para Díli com a ideia de fazer algo para apoiar surdos e portadores de deficiência em Timor-Leste.

Mesmo sem apoios - os pedidos para Portugal ficaram sem resposta e os contacto com diversos ministérios ou entidades relevantes em Timor-Leste ainda não trouxeram nada de concreto - o voluntário português arrancou com vários projetos.

"A ideia era intervir junto da educação de surdos, promovendo atividades para a inclusão das pessoas com deficiência através da prática de atividades desportivas. Uma via prática para a inclusão", disse.

Em 2014 organizou o primeiro Campeonato Nacional de Basquetebol em Cadeia de Rodas - oito equipas reunidas pelas associações timorenses - e iniciou um programa de natação adaptada que ainda continua.

Está já a planear um "mergulho inclusivo", com o apoio de uma empresa de mergulho em Díli, o Dive Timor Lorosae, e uma expedição ao Monte Ramelau, o ponto mais alto do país.

"No campo da educação para surdos as coisas são mais complicadas porque é necessária pedagogia específica e a ponte comunicacional, algo difícil porque não existe nenhuma língua gestual oficial em Timor-Leste", disse.

Isso, explica, tem vindo a gerar alguma confusão com uma multiplicidade linguística que se evidencia com a importação de termos nas línguas do país de origem das iniciativas de apoio.

Iniciativas, sublinha, que têm sido feitas "mais no contexto de caridade do que pedagógicas" e que não tiveram continuidade.

Hélder do Carmo também já iniciou um curso inclusivo de língua portuguesa, para pessoas com deficiência e que não sendo deficientes trabalham nessas associações, usando programas do instituto Camões que o próprio adapta "à realidade da deficiência".

O objetivo é ampliar as iniciativas, conseguindo que sejam realizadas de formas mais integrada.

"Tudo o que está a ser feito, acontece sem qualquer tipo de apoio financeiro de nenhuma instituição Faz-se com grande alegria e entusiasmo. Aumentar a dimensão do que se faz é difícil sem apoios ou sem vontade política", insiste.

ASP // EL

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