São Tomé, 18 out (Lusa) - O presidente da Guiné Equatorial, Obiang Nguema Basogo, propôs hoje a criação de uma empresa mista com S. Tomé e Príncipe para explorar o petróleo existente na fronteira marítima entre os dois países.
Há uma zona limítrofe "entre a Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe que tem uma bolsa muito importante e, quando se iniciou a prospeção, eu vim aqui para firmar o acordo de limitação da fronteira marítima com São Tomé", explicou Obiang.
"Eu proponho que procuremos empresas que nos possam ajudar a explorar o petróleo que existe na fronteira comum. Podemos fazer o se chama de empresa mista entre São Tomé e Guiné Equatorial e dividir o produto da exploração desta grande bolsa que está na nossa fronteira comum", acrescentou o presidente da Guiné Equatorial.
O chefe de Estado, que iniciou hoje uma visita de 48 horas a São Tomé e Príncipe a convite do seu homólogo são-tomense, Manuel Pinto da Costa, lançou a proposta durante uma conferência de imprensa conjunta dada pelos dois presidentes na capital são-tomense.
"A Guiné Equatorial era um país pobre, que beneficiou do seu próprio petróleo. Temos feito prospeções na zona e São Tomé também tem petróleo como a Guiné Equatorial. Só falta encontrar mecanismos para explorar esse petróleo e é a única solução para que São Tomé e Príncipe possa despegar-se", sublinhou.
A delegação do presidente da Guiné Equatorial integra mais de 40 membros, entre os quais quatro ministros, como o das minas, indústria e energia.
"O nosso ministro das minas visitou várias vezes São Tomé enviado por mim e é nesse sentido que poderíamos ajudar São Tomé a explorar o seu petróleo nas zonas livres. Sei que têm acordo com a Nigéria e não temos que impedir os acordos firmados com outros países africanos", sublinhou o Presidente da Guiné Equatorial.
A cooperação com S. Tomé e Príncipe em particular e a concertação de posições sobre os graves problemas que afetam o continente africano estiveram no centro do encontro entre os dois chefes de Estado.
Obiangue Nguema Basosgo, que se desloca à capital são-tomense na sua primeira visita após a integração da Guiné Equatorial na comunidade dos países de língua portuguesa, "agradeceu aos países da CPLP" por terem admitido o seu país e o "grande apoio" de S. Tomé e Príncipe para que essa integração fosse possível durante a reunião de Timor-Leste.
Para o presidente Pinto da Costa, o país tem de se organizar para melhor aproveitar os apoios dos parceiros.
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