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Problemas nos Correios de vários países está fora de controlo do Governo português

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Lisboa, 22 set (Lusa) -- O secretário de Estado das Comunidades disse hoje que a situação de atrasos ou greves nos Correios em vários países, que prejudica a votação dos emigrantes nas legislativas de 04 de outubro, está fora do controlo do Governo português.
"(Não podemos fazer) nada. Isso é assim, nós sabemos que isso é assim", disse José Cesário à Lusa.

Os portugueses recenseados fora do país poderão votar nas eleições Legislativas apenas através dos boletins, que chegam pelo Correio, devem ser enviados preenchidos com o voto, pela mesma via, e têm de chegar a Portugal até 14 de outubro.

"Há atrasos em variadíssimos países. Por exemplo, na Venezuela, tradicionalmente, os (boletins de) votos nem conseguem chegar. Nos países de África também há atrasos significativos, também ainda não chegaram, na maioria destes países, só num caso ou outro é que já chegaram", disse Cesário.

No Brasil, a greve de funcionários dos Correios está a afetar a chegada de boletins de voto para portugueses e, em São Paulo, nenhum dos eleitores havia recebido a carta até segunda-feira, informou o Consulado Geral naquela cidade.

São Paulo é o maior colégio eleitoral fora de Portugal e, somado com a cidade de Santos, no litoral, tem mais de 75 mil recenseados para as próximas eleições legislativas, o equivalente a 42% dos 180 mil eleitores do círculo eleitoral fora da Europa.

O Consulado Geral de Portugal em São Paulo informou que a greve afetou a chegada dos primeiros boletins, prevista para o final da semana passada ou início desta.

Os Correios do Brasil afirmam que a greve está concentrada na área de distribuição de cartas, mas que apenas 10,12% do efetivo de funcionários aderiu à paralisação, segundo dados divulgados na segunda-feira.

Nos locais onde há paralisação, a correspondência está a ser entregue, mas atrasada, segundo os Correios. A estimativa para a regularização da distribuição postal é de dois dias.

"A greve já acabou ontem (segunda-feira) em São Paulo e tanto quanto fui informado vai acabar em todo o Brasil. Esperemos agora que os Correios consigam fazer chegar as cartas aos destinatários", disse Cesário.

Eleitores portugueses recenseados em Timor-Leste também estão descontentes com a possibilidade de que o seu voto nas legislativas de outubro possa não ser contabilizado pelos atrasos nos correios timorenses.

Várias pessoas que foram esta semana levantar os boletins de voto aos correios em Díli - cidade onde não se realiza distribuição de correio - foram informados de que os boletins poderiam demorar entre três semanas e um mês a chegar a Portugal.

Nesse cenário, é provável que os boletins não estejam em Portugal antes de 14 de outubro, a data limite para serem contabilizados para as eleições.
CSR // VM

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