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Chefe do Governo de Macau diz que austeridade visa "despesas supérfluas"

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Macau, China, 02 set (Lusa) -- O chefe do Governo de Macau sublinhou hoje que os cortes orçamentais previstos pelas medidas de austeridade se centram em despesas "não necessárias" e garantiu não serem afetadas as "obras públicas, benefícios e regalias da sociedade".

Fernando Chui Sai On falava aos jornalistas no aeroporto de Macau antes de partir para Pequim, onde vai assistir às cerimónias do 70.º aniversário da vitória sobre a invasão japonesa.

As medidas de austeridade, que visam a poupança de 1.400 milhões de patacas (cerca de 155,5 milhões de euros) foram anunciadas na terça-feira depois de conhecidas as receitas dos casinos em agosto, que registaram uma quebra de 35,5% para 18.623 milhões de patacas (2.069 milhões de euros).

Também a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, comentou hoje o novo plano de ajustes, indicando que os cortes vão incidir apenas sobre "despesas desnecessárias", como deslocações ao exterior.

"Vamos tentar poupar mais as nossas receitas. Claro que a gestão rigorosa das finanças públicas é uma tarefa muito importante e um princípio geral, básico, que temos de seguir durante a governação. Não vamos cortar, cortar. Vamos controlar as despesas", disse, citada pela Rádio Macau.

A frota de veículos da Administração, por exemplo, não sofrerá cortes por não ser considerada uma fonte excessiva de despesas -- dados dos Serviços de Finanças disponibilizados à rádio dão conta de 3.894 veículos.

Também na terça-feira, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, garantiu que as áreas afetas à sua tutela - a saúde, educação, segurança social e cultura - não vão sofrer cortes.

As receitas dos casinos de Macau estão em queda homóloga há 15 meses e entre janeiro e agosto acumularam 158.882 milhões de patacas (17.653,5 milhões de patacas), menos 36,5% do que no mesmo período de 2014.

O secretário da Economia e Finanças, Lionel Leong, tinha anunciado que o Governo assumia cortes na despesa caso as receitas caíssem abaixo de uma média mensal de 20.000 milhões de patacas (2.222 milhões de euros), o que se verificou no final de agosto.

Apesar dos cortes, Chui Sai On reafirmou que a saúde financeira de Macau "continua bem" e disse que a "população pode estar descansada", embora tenha reforçado a necessidade de poupanças, na qual todos os serviços devem colaborar.

Macau, acrescentou o chefe do Governo, deve afirmar-se como centro mundial de turismo e lazer, promovendo medidas e políticas que permitam atrair mais visitantes da China e de outros pontos do globo e por mais tempo.

As medidas de austeridade anunciadas por Lionel Leong implicam que todos os serviços públicos e organismos especiais devem congelar 5% das despesas orçamentadas para a aquisição de "artigos para o funcionamento diário dos serviços ou de bens consumíveis", e 10% do orçamento para investimento (sem incluir o Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração, o chamado PIDDA).

A Secretaria de Economia e Finanças impõe também que qualquer organismo que tenha registado um saldo excedente no seu primeiro orçamento suplementar veja esse valor deduzido ao montante de subsídios solicitado.

JCS (ISG) // VM

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