Pequim, 21 ago (Lusa) -- A China criticou hoje o Japão depois de a mulher do primeiro-ministro nipónico ter visitado o controverso santuário Yasukuni, em Tóquio, dizendo que o país devia "refletir profundamente" sobre a sua história de agressão.
Akie Abe visitou, na terça-feira, o templo no centro da capital japonesa que honra a memória dos mortos japoneses na guerra desde o século XIX, incluindo mais de uma dúzia de criminosos de guerra condenados pelo Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente após a II Guerra Mundial.
Em reação, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, acusou o Japão de não conseguir reconciliar-se com o seu passado.
"O Japão devia olhar intensamente e de forma direta para a sua história de agressão e refletir profundamente sobre ela, distanciando-se do militarismo da altura, [devia]esforçar-se mais para aumentar a confiança mútua e chegar a uma reconciliação com os países vizinhos na Ásia", disse, em declarações publicadas no portal do ministério.
Abe colocou fotografias no seu Facebook na terça-feira, depois da sua visita ao templo, em que o sue marido não participou.
"Sinto-me diferente em relação a Yasukuni depois de ter visitado Chiran", escreveu, referindo-se à base para pilotos 'kamikaze' ou em missões suicida durante a II Guerra Mundial.
O santuário, de 145 anos, é altamente controverso porque entre os homenageados figuram criminosos de guerra, como o general Hideki Tojo, que autorizou o ataque contra Pearl Harbor.
Os países vizinhos do Japão, e em particular a China, interpretam a 'peregrinação' de políticos e dignitários japoneses ao santuário como um insulto e uma dolorosa lembrança da agressão de Tóquio na primeira metade do século XX.
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