Autor: (José Câncio da Costa Gomes, um Timorense e estudante de pós graduação no estrangeiro)
Neste artigo simples eu queria manifestar a minha preocupação como um timorense. É uma expressão de tristeza e de dor dirigida aos dirigentes do meu País que ainda não deixam a mentalidade guerrilheira. Admito que o conteúdo deste artigo não agrada muito para alguns, mas considerando num país democrático cada cidadão tem obrigação moral para denunciar o mal que acontece em Timor-Leste. Matar um adversário político em nome do interesse nacional nunca se pode justificar moralmente. Pior ainda usam o poder que eles têm para mobilizar as instituições do Estado Timorense contrariando a Constituições da República. Com armas pesadas perseguiram um grupo sem armas e mataram-nos é muito lamentável. Esta barbaridade não devia acontecer. Os governantes não podem apontar os dedos ao Mauk Maruk por não lhes ouvia mas ao contrário eles que não queriam ouvi-lo as suas queixas sobre injustiça, mal governação, corrupção, nepotismo, mal gasto o dinheiro do Povo, obras sem qualidade, abuso de poder, etc. Por isso, a sua exigência para dissolver o Parlamento Nacional é normal num país democrático. É consequência de um Parlamento onde não há oposição para travar o Governo. O que Mauk pretendia dizer é que este tipo de Parlamento já não tem credibilidade de representar o Povo para controlar o Governo. Foi nesta linha que ele exigia para dissolver o Parlamento. Acho que Mauk era o verdadeiro opositor ao Governo, mas acabou por ser preso sem julgamento. A perseguição política contra ele continuou depois de ter sido liberto de prisão culminando com a sua morte muito sádica. É muito injusto de tratar um cidadão desta maneira tão violenta e cruel.
Os governantes, os deputados e o Presidente da República de Timor-Leste deviam ouvir a prudente opinião do deputado Manuel Tilman que questionava a constitucionalidade da resolução do Parlamento Nacional para formar a operação conjunta entre F-FDTL e PNTL. Esta resolução foi imposta pelo Governo liderado pelo Xanana Gusmão, o homem todo-poderoso em Timor-Leste. É consequência por não ter oposição no Parlamento Nacional, o papel da oposição já não funciona. Esta operação revela duas coisas muito sérias: Inconstitucionalidade e Injustiça. Senhor Manuel Tilmam teve razão que em Timor-Leste não há guerra para chamar as Forças Armadas envolver na operação contra o grupo ilegal liderado pelo Paulino Gama, alias Mauk Moruk. Isto é o trabalho de Policias, não é de Forças Armadas. Ninguém pode tomar uma decisão desta natureza contrariando à Lei Fundamental da Nação. Tudo parece uma propaganda do Governo com cumplicidade do Parlamento Nacional e Presidente da República para abater um adversário político. Este cenário político é um crime contra os direitos fundamentais de cada cidadão, contra a democracia.
Na minha ótica, a morte de Mauk Moruk é uma ajusta de contas entre ele e senhor Xanana, problemas pessoais vindos do passado. Há sempre muitos espaços para diálogo. Ninguém pode usar o seu poder mágico, carismático, para justificar os seus atos criminosos mesmo que os fizesse em nome de interesse nacional. Cada cidadão não deve ter medo de denunciar os crimes desta natureza. A sociedade civil tem responsabilidade moral para denunciar o crime dos seus governantes enquanto os deputados já não falam em nome do Povo. É absolutamente inadmissível que o Governo tenha imposto a sua vontade sobre o Parlamento Nacional, Tribunal e ainda por cima a Presidência da República. A resolução do Parlamento Nacional para formar a operação conjunta entre F-FDTL e PNTL foi claramente imposta pelo Primeiro-Ministro então “Xanana Gusmão”. As suas intervenções tanto no Parlamento como nos tribunais manifestam claramente um ato anti democrática. Estas dão-nos impressão de um regime ditador que faz tudo em nome do interesse nacional com outro motivo para calar os seus adversários políticos. Mauk Moruk era muito vocal contra a má governação do Governo de Xanana, corrupção, nepotismo, abuso de poder, e ainda por cima denunciava os segredos do passado. Há evidências, mesmo que sem provas, o Alfredo Reinado foi assassinado por ter revelado o segredo da figura mágica ao público, através de um canal televisivo da Indonésia. Agora Mauk foi liquidado por ter denunciado o segredo deste senhor. Ambos foram vítimas do interesse nacional, um cenário criado por a mesma pessoa. Eu conhecia também o cenário político de alto nível deste senhor todo-poderoso, mas não quero revelar por razão de segurança daqueles que me revelaram. Portanto, a guerra ainda não acabou na cabeça deste senhor. Neste contexto, eu entendo perfeitamente a posição do Senhor Presidente da República e Senhor Comandante das Forças Armadas perante este senhor todo-poderoso.
Os membros da operação conjunta também usam propagandas falsas para justificar as suas ações, claro que eles tinham medo do comandante Xanana. Disseram que Mauk Moruk e os seus membros usaram armas pesadas é uma mentira. A conferência de imprensa do Senhor L7, irmão do Mauk, no dia 9 de agosto não me surpreendeu porque tudo já fazia parte do cenário político do homem grande lançando propaganda falsa para abater Mauk Moruk, o maior adversário político dele. Para mim ele já perdeu a sua dignidade e credibilidade como Maun Boot e símbolo da unidade nacional. Mauk Moruk revelou o que este senhor tinha feito durante a luta nas montanhas eliminava os seus adversários políticos. Só Mauk que tinha coragem de confrontar este grande peixe revelando o crime dele. O padrão daquilo que ele tinha feito nas montanhas ainda continua hoje começando com a crise política de 2006 quase tirou-lhes a vida de alguns adversários políticos.
Eu não justifico a maneira que Mauk Moruk usou para resolver os problemas mas queria sublinhar algumas razões que ele queixava sempre: corrupções, nepotismo, mal administração, falta de controlo dos ministros, mal gasto de fundos do Povo, abuso de puder etc. O senhor Primeiro-Ministro Xanana Gusmão devia ter humildade de ouvir as suas queixas procurando maneiras para resolver pacificamente. Mesmo que tivessem iniciativas de diálogo mas parece que não era genuína, portanto, Mauk recusava. Há sempre muitas maneiras de reconciliação como o senhor Xanana defendia em dialogar com os refugiados timorenses e os indonésios. Usando a força para aniquilar um adversário político é crime.
É evidente que Xanana ganhava eleições por opressão política sobre os seus adversários aproveitando a sua imagem como Maun Boot, o seu carisma pessoal. Ninguém quer investigar a sua agenda escondida, conhecida como o cenário político de alto nível, mesmo que soubessem não tenham coragem de a revelar. Na realidade o problema de Mauk Moruk era um assunto pessoal entre ele e este senhor mágico desde o tempo de luta nas montanhas. Por isso, Mauk Moruk entregara-se aos inimigos e depois refugia-se em Holanda. Mauk conhecia bem a mentalidade guerrilheira do Xanana. Há padrão que justifica esta percepção. Os sinais manifestam que em Timor-Leste não há justiça, o que sai da boca e da mente deste senhor todo-poderoso é que está em cima de tudo. Corrupções no seu Governo, os outros foram presos mas ele é sempre imaculado. O problema de Martinho Bere foi Primeiro-Ministro, Xanana, que tinha dado orientação por razão do interesse nacional, fabricada por ele próprio, mas no fim o chefe de emigração é que foi culpado e vai ser preso. É um homem que só pensa em guerra e matar, depois fala de paz e reconciliação, justiça e perdão. Eu pessoalmente perdia a minha confiança nele como Maun Boot desde 2006 quando ele dividiu o Povo Timorense entre “Loro-monu e Loro-sae”. Alguns timorenses perderam a vida nessa altura, não conta com os danos materiais, por sua causa. Ele já tinha revelado este seu cenário político aos refugiados em Kupang no ano anterior de 2006. Um Maun Boot deve unir os seus irmãos; mas quando ele os divide, persegue e mata então tornou-se um estranho e inimigo. Assim deixou-se de ser Maun Boot. É um homem mesmo todo-poderoso que ninguém pode apontar os seus erros.
Já basta com a sua perseguição política. É preciso desmantelar a sua mentalidade de guerra que tende para perseguir e matar os seus adversários políticos, que são realmente os seus irmãos timorenses. É absurdo que ele abraça os seus antigos inimigos reconciliando com eles e por outro lado aniquila os seus irmãos, conterrâneos e compatriotas. É muito lamentável a morte de Mauk Moruk e seus membros. Paz à sua alma.