A Wikileaks, organização sem fins lucrativos sueca, escreveu na rede social Twitter que o presidente interino brasileiro, Michel Temer, é "informante da embaixada dos Estados Unidos".
Segundo documentos divulgados, o vice-presidente, que agora assumiu a Presidência interinamente, para Dilma Rousseff ir a julgamento no Senado na sequência da aprovação do pedido de destituição, correspondeu-se com a embaixada e o conteúdo foi classificado como sensível e "apenas para uso oficial".
De acordo com os documentos, de Janeiro e Junho de 2006, Michel Temer passou a sua visão sobre a situação política da altura, em concreto opiniões sobre as eleições de 2006, quando Lula da Silva foi reeleito.
Os documentos mostram que Michel Temer teria analisado as diferenças entre os ex-presidentes Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
"As classes C, D e E acreditam que Fernando Henrique roubou dos pobres e deu para os ricos. Já Lula roubou dos ricos para dar aos pobres", lê-se numa frase atribuída ao chefe de Estado em exercício.
Os telegramas mostram também como Michel Temer negou prever como ficaria a corrida eleitoral, mas afirmou que haveria segunda volta.
Na ocasião, ele também afirmou que o seu movimento partidário, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), não seria aliado do Partido dos Trabalhadores (PT, de Lula da Silva) e nem do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), pelo menos até ao segundo turno.
Michel Temer terá ainda dito que o seu partido elegeria naquele ano entre 10 e 15 governadores e que teria as maiores bancadas no Senado e na Câmara dos Deputados.
"Quem quer que vença a eleição presidencial terá que vir até nós para fazer qualquer coisa", disse, segundo a Wikileaks.
SAPO TL com Lusa