Cerca de 300 mil eleitores estão inscritos para as eleições presidenciais de hoje na Guiné Equatorial, votação em que o atual chefe de Estado, Teodoro Obiang Nguema, no poder há 37 anos, é considerado o principal favorito.
No poder desde 1979, onde chegou através de um golpe de Estado, Obiang recandidata-se a novo mandato de sete anos, à frente de uma coligação de uma dezena de forças políticas, entre elas o Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), de que é líder.
A consumar-se o "plebiscito" - a grande maioria da oposição boicotou a votação -, Obiang Nguema terminará o mandato aos 80 anos, reforçando o estatuto de Presidente africano há mais tempo no poder.
Os candidatos que defrontarão o presidente cessante são Bonaventura Monsuy Asumu, do Partido da Coligação Social Democrata (PCSD), Carmelo Mba Bakale, da Ação Popular da Guiné Equatorial (APGE), Avelino Mocache Mehenga, da União do Centro Direita (UCD), e três candidatos independentes, cujos partidos ainda não foram legalizados, Agustin Masoko Abegue, Benedicto Obiang Mangue e Tomas Mba Monabang.
A Frente da Oposição Democrática (FOD), coligação que reúne os principais partidos da oposição na Guiné Equatorial, apelou a 23 de março ao boicote das presidenciais, considerando estarem reunidas todas as condições para "fraudes".
O FOD agrupa o principal partido da oposição, a Convergência para a Democracia Social (CPDS), a União Popular (UP), a Força Democrática Republicana (FDR) e o Movimento pela Autodeterminação da ilha de Bioko.
A campanha eleitoral terminou sexta-feira ensombrada na madrugada por incidentes envolvendo apoiantes da oposição, alguns deles feridos e outros detidos, e militares fiéis ao regime de Obiang Nguema.
As eleições presidenciais estavam previstas para novembro, tendo sido antecipadas para 24 de abril por decreto presidencial e sem justificação oficial.
Obiang Nguema venceu as presidenciais de 2009 com 95,3% dos votos, num escrutínio para o qual estavam inscritos apenas 291 eleitores.
O regime de Obiang Nguema é regularmente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos devido à repressão dos opositores, da sociedade civil e dos meios de comunicação social, assim como pela extensão da corrupção.
A Guiné Equatorial integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa desde junho de 2014.
JSD // EL - Lusa