Os documentos da sociedade de advocacia Mossack Fonseca mencionam ainda a existência de 22 beneficiários e 233 accionistas do território com contas offshores. Ainda não são conhecidos os nomes dos envolvidos
São 25 as empresas ou investidores do território que estão envolvidas no caso Panamá Papers. Os números referentes a Macau foram revelados através de uma inofgrafia pelo jornal Irish Times, uma das publicações a quem o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) confiou os documentos da Mossack Fonseca.
Além das empresas envolvidas, há ainda 4 clientes naturais do território envolvidos no caso, 22 beneficiários e 233 accionistas. Até ao momento ainda não é conhecida a identidade de nenhuma das empresas ou individualidades de Macau envolvidas no maior escândalo financeiro de que há memória.
“Panamá Papers” foi o nome dado a um trabalho de investigação jornalística realtivo aos titulares de contas offshore em vário paraísos fiscais. Na base da investigação estiveram cerca de 11,5 milhões de documentos confidenciais com origem na sociedade de advocacia Mossack Fonseca. Este escritório é especialista em oferecer serviços para colocar dinheiro em contas offshore e é o quarto maior do mundo nesta área de negócio, de acordo com o jornal britânico the Guardian.
No entanto Macau não é a única Região Administrativa Especial Chinesa envolvida no caso. Em Hong Kong as revelações afectam muito mais companhias e pessoas. No total são 37 919, as sociedades baseadas na região vizinha mencionadas nos documentos. Estão ainda ligados ao caso 2 192 clientes, 1 193 beneficiários e 12 761 accionistas.
Já na República Popular da China a informação disponível envolve 3 213 empresas, 253 clientes, 2,359 beneficiários e 22 930 accionistas. Em relação à China é conhecida a identidade de algumas das individualidades envolvidas, nomeadamente Deng Jiagui, marido da irmã mais velha do presidente chinês, Xi Jinping.
Esta não é a primeira vez que casos de fuga de informação relativa a paraísos fiscais e envolvendo personalidades e companhias de Macau são explorados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.
Em 2014, o Offshore Leaks revelou mais de 100 registos relativos a contas offshores relacionadas com moradas no território. Entre as individualidades mencionadas, estavam a deputada à Assembleia Legislativa Angela Leong, o delegado à Assembleia Popular Nacional Lao Ngai Leong e o membro da Conferência Consultiva do Povo Chinês Sio Tak Hong.
Novamente no passado, o ICIJ voltou a revelar um novo caso, desta vez relacionado com a filial suíça do banco HSBC (Hong Kong and Shanghai Banking Corporation) e apelidado Swiss Leaks.
Entre o esquema que tinha em vista a ocultação de rendimentos dos titulares de contas mantidas na Suíça até 2007, contavam-se 10 clientes naturais de Macau, num total de 8,8 milhões de dólares norte-americanos distribuídos por 32 contas bancárias. As identidades dos envolvidos nunca chegaram a ser conhecidas.
Ponto Final