Díli, 24 jul (Lusa) - A CPLP deve melhorar a eficácia e eficiência da forma como atua para melhor promover o desenvolvimento económico e trazer "benefícios tangíveis" aos povos dos seus Estados-membros, defendeu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense.
Hernâni Coelho falava à Lusa depois da XX reunião de Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Díli, na qual participam os chefes da diplomacia de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português e um embaixador em representação da Guiné Equatorial.
O encontro ficou marcado pelo debate sobre a nova "visão estratégica" da organização tendo permitido, segundo explicou Hernâni Coelho, "trazer à superfície a visão mais apropriada para a organização no futuro".
"Estamos num mundo de evolução, temos que nos ajustar à realidade em que vivemos e às dinâmicas na região e no mundo", disse.
Durante o debate, explicou, levantaram-se "questões pertinentes sobre a natureza da organização, modelo de operacionalização e o futuro", especialmente "no que tem a ver com os benefícios tangíveis que poderiam ser alcançados em prol" dos povos lusófonos.
"Foi reconhecido que a relação entre a CPLP e o desenvolvi mento é intima. Que uma maior eficiência e eficácia da forma como atua, poderia trazer mais resultados no desenvolvimento económico", afirmou.
O chefe da diplomacia timorense destacou que no encontro se debateram questões como o maior papel da Confederação Empresarial (CE-CPLP), a mobilidade e a possibilidade de criação de plataforma conjunta para exploração de hidrocarbonetos.
Antes, na conferência de imprensa final do encontro, Hernâni Coelho, destacou o "trabalho intenso" da reunião que permitiu avançar significativamente na definição da nova visão estratégica da CPLP, tendo sido aprovadas além da declaração final, 10 resoluções e três decisões sobre aspetos operacionais da organização.
No mesmo encontro com os jornalistas, o secretário-executivo da CPLP, Murade Isaac Murargy, insistiu que a definição da nova visão estratégica "vai envolver todas as sociedades" lusófonas.
"A sociedade civil timorense também será envolvida na discussão, para dar o seu contributo sobre a nova visão estratégica: o que queremos para a CPLP do futuro", afirmou.
Segundo o secretário-executivo, a CPLP hoje "tem que se aproximar cada vez mais dos seus povos porque foi criada precisamente para responder a esses desígnios de servir os povos".
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