Banguecoque, 22 jul (Lusa) -- Um tribunal da Birmânia multou dois jornalistas do diário Myanmar Herald por difamarem, numa entrevista, o Presidente do país, Thein Sein, informam hoje os 'media' locais.
O anterior editor chefe, Kyaw Swa Win, e subeditor chefe, Ant Khaung Min, têm de pagar uma multa de um milhão de kyats (cerca de 730 euros) ao terem sido sentenciados com a pena máxima por violarem a Lei dos Media, explica o jornal The Irrawaddy.
Outros nove jornalistas foram absolvidos, na terça-feira, no âmbito da denúncia apresentada em novembro último pelo Ministério da Informação.
O jornal birmanês publicou uma entrevista com um investigador afiliado da Liga Nacional para a Democracia, principal partido da oposição do país, na qual se criticava Thein Sein.
"O juiz assinalou que a entrevista sobre o Presidente Thein Sein não devia ter sido publicada. O Presidente é como o nosso pai e houve difamação", referiu o atual editor chefe do Myanmar Herald, Aung Kyaw Min.
A Birmânia esteve submetida a uma ditadura militar desde 1962 até 2011, quando a última junta passou o poder a um governo civil presidido pelo general Thein Sein, primeiro-ministro do regime anterior.
O país iniciou então um processo de reformas políticas, económicas e sociais que permitiram significativos progressos, como o direito de manifestação.
"Se a [Birmânia] quer transformar-se num país democrático, não deverá restringir os 'media'", afirmou o advogado defensor de Zaw Lin, assegurando que vão recorrer da "injusta" sentença.
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