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Ministro rejeita ideia de que Timor-Leste é cada vez mais usado para o tráfico de droga

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Praia, 08 mar (Lusa) - O ministro do Interior de Timor-Leste rejeitou hoje a ideia de que o país seja cada vez mais a ser usado pelas redes internacionais de tráfico de drogas, indicando a fronteira México-Estados Unidos como "a mais perigosa no mundo".

No seu relatório de 2016 sobre a Estratégia Internacional de Controlo aos Narcóticos divulgado hoje, o Departamento de Estado Norte-Americano concluiu que Timor-Leste é cada vez mais usado pelas redes internacionais de tráfico de droga como uma zona de transbordo.

Questionado na cidade da Praia onde se encontra para uma visita oficial de três dias, Longuinhos Monteiro rejeitou a ideia, dizendo que não se pode comparar a fronteira do México com os Estados Unidos e a da Indonésia com Timor-Leste.

"Não acho isso", rejeitou o ministro, que continuou: "Se irmos mais para lá nas estatísticas criminais podem dizer o que bem entendem, mas também não podemos comparar a fronteira México com os Estados Unidos com a fronteira de Timor-Leste com Indonésia".

"Portanto, não acho que Timor-Leste esteja a servir como fonte das entradas (de droga). Não acredito nisso. Aliás, a fronteira com o México e Estados Unidos talvez seja a mais perigosa do mundo e não a de Timor e Indonésia", reforçou.

Segundo o governante, podem ter sido registados casos em que foram detetados circuitos internacionais de droga, que saem do Mali, África do Sul, Índia, Singapura, Timor-Leste, com destino final a Indonésia.

"Mas também aproveitam das dificuldades que nós temos no controlo de fronteiras para realizar estes circuitos internacionais", disse Longuinhos Monteiro.

O governante realçou que, com a cooperação com a polícia da Indonésia e da Austrália, o país detetou movimentos "de três ou quatro tentativas" do circuito internacional, conseguiu travá-los e os criminosos estão a ser processados judicialmente tanto na Indonésia como em Timor-Leste.

O relatório, que dedica um capítulo de três páginas ao caso de Timor-Leste, indica que, apesar disso, "as redes internacionais de tráfico parecem estar a explorar progressivamente o país como zona de transbordo".

Segundo fontes timorenses citadas no documento, as drogas que transitam por Timor-Leste são quantidades desconhecidas de metanfetaminas, heroína, marijuana e cocaína.

"Timor-Leste está só a começar a focar-se e a compreender bem a dimensão das questões do tráfico. Há vontade política para combater as drogas, mas os quadros legal e de investigação necessários para montar uma estratégia nacional eficaz de combate ao tráfico de droga estão ainda a dar os primeiros passos", conclui o Departamento de Estado.

No mesmo relatório, a Guiné-Bissau é descrita como um centro de trânsito do tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa, enquanto Cabo Verde é apontado com um país que não é um produtor significativo de narcóticos.

Mas refere que a localização estratégica no Oceano Atlântico faz do arquipélago cabo-verdiano um centro de trânsito importante para o tráfico de cocaína proveniente da América do Sul para a Europa, estando o Governo a tomar medidas para responder ao crime.

RYPE (FPA) // EL

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