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Presidente do parlamento de Hong Kong pede para não tratarem 'localists' como agitadores

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Hong Kong, China, 09 mar (Lusa) -- O presidente do Conselho Legislativo de Hong Kong (LegCo), Jasper Tsang Yok-sing, instou hoje os governos regional e central a deixarem de olhar para os designados "localists" como agitadores.

Jasper Tsang respondia a uma questão depois de ter discursado na Hong Kong Democratic Foundation sobre o atual impasse político naquela Região Administrativa Especial chinesa, informa a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

O presidente do LegCo e membro do partido pró-Pequim Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong (DAB, na sigla inglesa) disse que ambos os governos devem dar mais atenção e respeito a estes novos grupos que defendem mais autonomia em relação à China, afirmando que têm um lugar na política em Hong Kong.

Na véspera do ano novo chinês, no início de fevereiro, a zona de Mong Kok, na antiga colónia britânica, foi palco de confrontos violentos envolvendo a polícia.

Os distúrbios, que escalaram de um protesto contra uma tentativa da polícia para dispersar vendedores ambulantes de comida, resultaram em mais de cem feridos, a maioria polícias. Pequim rotulou os participantes nos confrontos de "separatistas".

Mais de 40 pessoas foram acusadas de participação em motim, incluindo o porta-voz do grupo 'localist' Hong Kong Indigenous, Edward Leung, que entretanto concorreu às eleições intercalares para o LegCo, a 28 de fevereiro, e alcançou 15% dos votos.

Esse resultado garantiu-lhe o terceiro lugar nas eleições, atrás do candidato pró-Pequim (Holden Chow, pelo DAB) e do candidato pró-democrata (Alvin Yeung, pelo Partido Cívico), que ganhou o único lugar de deputado em disputa.

O movimento 'localism' cresceu após as manifestações pró-democracia em 2014 e o fracasso em conseguir concessões de Pequim sobre a reforma política.

Estes novos grupos, designados 'localists', pedem uma maior autonomia em relação à China -- alguns falam mesmo em independência --, e defendem o recurso a táticas mais radicais para forçar a mudança.

Tsang -- que abandona o cargo este ano -- disse que o seu maior arrependimento era "não ter conseguido de todo" construir uma relação conciliadora e produtiva entre os seus colegas no LegCo e o governo central.

Para o presidente do Conselho Legislativo, a falta de entendimento entre Hong Kong e o interior da China aumentou.

FV // APN

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