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PM de Cabo Verde pede negociação para eleger secretariado-executivo da CPLP

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Praia, 07 mar (Lusa) - O primeiro-ministro cabo-verdiano disse hoje que há um acordo verbal que estipula que o país que sediasse a CPLP abdicaria de apresentar candidatura para secretariado-executivo e apelou à negociação na comunidade para a eleição, a que Portugal concorre.

"Havia um acordo não assinado, não escrito, verbal, em como o país que sediasse a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa não deveria apresentar candidatura para secretariado executivo", indicou José Maria Neves.

O chefe do Governo cabo-verdiano disse que, neste momento, Portugal, que sedia a CPLP, decidiu apresentar uma candidatura, mas é São Tomé e Príncipe que tem direito, logo a seguir a Moçambique, a apresentar um candidato.

"A nossa perspetiva é que deve haver uma negociação entre as partes para chegarmos a um entendimento no quadro da CPLP, de modo a beneficiar a nossa organização", defendeu Neves.

O semanário Sol noticiou que Brasil, Angola e Moçambique não querem que Portugal ocupe o secretariado-executivo da CPLP, uma vez que a sede da organização já está instalada no país, e que deveria abdicar dessa candidatura.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, já garantiu que Portugal apresentará um nome para o cargo de secretário-executivo.

"Este é um ano muito importante. Aprovaremos na próxima cimeira, no Brasil em julho, a nova visão estratégica da CPLP e estamos a participar ativamente nesse processo. Cabe a Portugal apresentar a candidatura ao próximo secretário ou secretária-executiva da organização. Temos aí uma responsabilidade muito importante, que evidentemente não declinaremos", declarou, na abertura do seminário diplomático, em janeiro.

Segundo o Sol, Portugal quer indicar Vítor Ramalho, um histórico dirigente do PS, que é o secretário-geral da UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa) para ser o próximo secretário executivo da CPLP na cimeira prevista para julho, no Brasil.

Para José Maria Neves, independentemente de quem quer seja o candidato, "é uma questão de princípios".

"Não estamos a discutir pessoas, mas acho que devemos negociar no quadro da CPLP para chegarmos a um entendimento nesta matéria", concluiu.

Segundo os Estatutos da CPLP, o Secretário Executivo é uma alta personalidade de um dos Estados membros da CPLP, eleito pela Conferência de Chefes de Estado e/ou de Governo para um mandato de dois anos, mediante candidatura apresentada rotativamente pelos Estados membros por ordem alfabética crescente.

RYPE/CFF (JH) // VM

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