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Detida ex-chefia do Ministério Público de Macau

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Macau, China, 27 fev (Lusa) - Uma ex-chefia do Ministério Público (MP) de Macau foi detida e ficou hoje em prisão preventiva, no âmbito de uma investigação criminal sobre a adjudicação de obras, anunciaram as autoridades locais.

"Depois do primeiro interrogatório judicial e considerando a gravidade do caso, para prevenir a fuga ao julgamento, o Tribunal determinou a um arguido a medida de coação de prisão preventiva", refere uma breve nota do MP, sem identificar o visado e sem precisar o número de envolvidos.

A Rádio Macau avançou na sua página no Facebook que a prisão preventiva foi decretada a Ho Chio Cheng, Procurador da Região Administrativa Especial de Macau entre 1999 e dezembro de 2014 e atual procurador-adjunto.

A agência Lusa contactou o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), a Polícia Judiciária e o gabinete do secretariado para a Segurança, que não confirmaram a informação.

O CCAC emitiu, minutos depois, um comunicado, no qual explica que a investigação tem a ver com um caso relacionado com "antigo pessoal de direção e chefia" do MP, desencadeado após uma denúncia no ano passado.

Segundo o CCAC, foram aplicadas medidas de coação a "alguns suspeitos" - sem concretizar -, incluindo, além da prisão preventiva, proibição de saída do território e suspensão do desempenho de funções públicas.

De acordo com a investigação, membros de direção e chefia suspeitos, "agindo em conluio com alguns administradores de empresas privadas", procederam à adjudicação, com valores inflacionados, de grande parte das obras e serviços contratados pelo MP, a favor de determinadas empresas.

Entre 2004 e 2014, as empresas envolvidas viram adjudicadas a seu favor, de forma ilegal, diversas obras e serviços contratados pelo MP, num valor superior a 167 milhões de patacas (19 milhões de euros), sendo que, deste montante, os suspeitos envolvidos terão beneficiado de pelo menos 44 milhões de patacas (cerca de cinco milhões de euros), refere o CCAC.

"O antigo pessoal do MP envolvido no caso e os administradores das respetivas empresas são suspeitos da prática dos crimes de burla, participação económica em negócio, abuso de poder e falsificação de documento", segundo o CCAC.

O caso encontra-se ainda em investigação pelo CCAC.

DM/ISG// MP

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