Díli, 26 fev (Lusa) - O ministro indonésio do Comércio desafiou hoje os empresários lusófonos a aproveitarem a localização geográfica de Timor-Leste, que beneficiará nos próximos anos do crescimento económico dos seus países vizinhos, especialmente da Indonésia.
"Para os empresários dos países lusófonos, Timor-Leste é muito interessante como um local para ter uma presença. Timor-Leste vai ser cada vez mais arrastado pelo crescimento económico da Indonésia e, por essa ligação, do crescimento da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático]", disse Thomas Lembong.
"Oficialmente apoiamos o processo para Timor-Leste se juntar à ASEAN. Ainda falta fazer muita coisa, em termos de capacitação. Mas não tenho dúvidas de que Timor-Leste se unirá", afirmou.
Thomas Lembong falava numa conferência organizada no âmbito do 1.º Fórum Económico Global da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], que reúne em Díli empresas de cerca de 25 países, de uma gama variada de setores, no maior encontro empresarial da história do país.
O governante indonésio, da nova geração de líderes do seu país, saudou as crescentes relações bilaterais entre Timor-Leste e a Indonésia - "a fronteira está a três horas de Díli" -, considerando que o passado foi ultrapassado.
"Timor é um vizinho altamente apreciado. Sou um dos ministros jovens do Governo. Sou da próxima geração. Temos muito pouca memória do passado traumático entre Timor-Leste e a Indonésia. Estamos muito contentes em manter e reforçar a nossa relação com Timor-Leste", disse.
Lembong considerou que apesar da desaceleração e incerteza, este é um bom momento para investir, com "preços e moedas baixas", considerando que a economia do seu país está novamente a retomar o crescimento mais acelerado.
"A ASEAN tem um pouco a reputação de ser um clube um pouco aborrecido. O progresso é muito gradual, não dominamos a atenção da imprensa. Mas apesar disso, a ASEAN tornou-se um oásis, uma ilha de estabilidade, com crescimento de quatro a seis por cento", disse.
A economia indonésia também está a recuperar com um crescimento previsto de entre 5,2 e 5,3 por cento este ano, acrescentou. E ainda que se tenha ressentido com a queda do preço do petróleo e dos bens essenciais, "tem uma economia suficiente diversificada" para voltar a recuperar.
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