Díli, 25 fev (Lusa) - Empresários pediram hoje à liderança política da CPLP medidas para aprofundar a competitividade no espaço lusófono, promovendo investimento, mobilidade e a certificação de produtos.
"Precisamos que da parte política se desenvolvam as medidas necessárias para que a competitividade do espaço da CPLP seja mais aprofundada, para que o investimento, a mobilidade, a certificação de produtos, a tributação, sejam protegidos e promovidos", afirmou Jorge Serrano, um dos principais empresários timorenses e presidente de honra da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP).
Serrano falava na abertura do 1.º Fórum Economico Global lusófono, que reúne centenas de participantes de 25 países, um encontro "histórico" que mostra o empenho do setor empresarial em dinamizar este componente das relações lusófonas.
"Estão presentes para expressarem a Timor-Leste, à Ásia e ao Pacífico, que pretendem promover negócios, que pretendem promover relações e contactos empresariais nesta região do mundo", disse.
"A vossa vinda demonstra que acreditam que este intercâmbio entre países da CPLP e a região da Ásia-Pacífico é um projeto com futuro", sublinhou.
Timor-Leste tem vindo na sua presidência da CPLP a defender a necessidade de cimentar a vertente comercial e empresarial do espaço lusófono, conseguindo que "a economia seja, cada vez mais, um tema de debate e de concertação política" entre os nove Estados membros, recordou.
"Foi uma agenda visionária e ambiciosa. E o setor privado da CPLP responde hoje dizendo presente, vindo a Timor-Leste e expressando a sua enorme vontade de fazer do espaço económico da CPLP um espaço económico global", disse.
Sobre Timor-Leste em si, Serrano recordou a sua localização geográfica, à porta da dinâmica região da Ásia e Pacífico, bem como os "atrativos enormes para quem queira investir no país".
Destaque para um "regime fiscal competitivo e um regime de investimento que incorpora boas práticas que reconhecem a importância da captação de investimento sectorial e de qualidade".
"Este desafio e oportunidade vai merecer dos empresários timorenses uma resposta efetiva e empreendedora", disse.
"Nós queremos desenvolver parcerias neste país, queremos absorver know-how e queremos desenvolver capacidade para que Timor-Leste seja efetivamente uma porta de entrada e saída de comércio, de negócios, de investimento entre a CPLP e a Ásia-Pacífico", afirmou.
O 1.º Fórum Económico Global da CPLP acolhe empresários e delegações de Alemanha, Angola, Austrália, Bangladesh, Brasil, Brunei, Cabo Verde, China, Espanha, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Filipinas, Índia, Indonésia, Moçambique, Nova Zelândia, Portugal, Reino Unido, São Tomé e Príncipe, Senegal, Singapura, Suécia, Tailândia, Timor-Leste e Vietnam.
Além dos encontros empresariais e de debates, o Fórum conta com mais de 30 'stands' expositivos dos estados membros da CPLP, de empresas lusófonas e do sudeste asiático, bem como de várias instituições.
O encontro arrancou hoje com uma visita à mostra "Parcerias para o Desenvolvimento" e à zona de exposições do fórum, com a apresentação de salas temáticas por país e os primeiros encontros entre empresários, que continuam no dia seguinte.
Na sexta-feira arrancam os debates, com temas como "plantar a bandeira da CPLP nos negócios do mundo", o papel dos blocos regionais e económicos no espaço multirregional e o papel de Timor-Leste nos laços entre CPLP e Ásia e Pacífico.
Competitividade da CPLP e inovação económica e social como alavanca de desenvolvimento económico sustentável são outros temas do debate no fórum, que terminará com a aprovação de uma declaração final.
No dia 28 haverá ainda visitas a vários pontos de interesse económico em Timor-Leste, incluindo o enclave de Oecusse (Zona Especial de Economia Social de Mercado), a ilha de Ataúro (turismo), Tibar (projetos de bambu), Ermera (café), Aileu (agricultura) e Hera (complexo elétrico e indústrias adjacentes).
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