Díli, 24 fev (Lusa) - As infraestruturas hoteleiras da capital timorense estão esta semana a ser testadas ao limite com Díli com o acolhimento de centenas de empresários de 25 países para o maior fórum económico e comercial de sempre no país.
Na mente das delegações empresariais e oficiais está o primeiro encontro a larga escala entre empresários de dois blocos: a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com Timor-Leste a servir de ponte.
O 1.º Fórum Económico Global da CPLP acolhe empresários e delegações de Alemanha, Angola, Austrália, Bangladesh, Brasil, Brunei, Cabo Verde, China, Espanha, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Filipinas, Índia, Indonésia, Moçambique, Nova Zelândia, Portugal, Reino Unido, São Tomé e Príncipe, Senegal, Singapura, Suécia, Tailândia, Timor-Leste e Vietnam.
O fórum segue-se à segunda reunião dos ministros do Comércio da CPLP, que termina hoje em Díli e onde hoje interveio o presidente de honra da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP), o empresário timorense Jorge Serrano, que destacou a importância destes encontros na capital de Timor-Leste.
Serrano destacou os esforços da CE-CPLP e do mundo empresarial para tentar "fomentar a realização de atividades concretas para promover negócios, integração dos setores empresariais e promover investimentos e parcerias empresariais lusófonas".
"Vamos promover relações empresariais neste fórum, vamos promover negócios, vamos ajudar a integrar economias do espaço da CPLP, através de negócios, parcerias empresariais e investimento", disse.
"Este movimento concreto de aproximação dos povos da CPLP, através da criação de laços empresariais, de relações empresariais, de trocas comerciais, é uma das essências do mundo global de hoje", sublinhou.
O empresário timorense destacou a necessidade de apostar na capacitação de recursos humanos, avançar na certificação de produtos em vários países membros da CPLP e conseguir criar o espaço adequado à realização de negócios.
Mobilidade e melhoria da competitividade nas relações comerciais são duas das áreas prioritárias onde a CPLP tem de trabalhar para "aprofundar este caminho, esta vertente das relações", afirmou ainda.
Até ao momento, e segundo explicaram à Lusa os organizadores, já há mais de 500 pessoas inscritas com mais de 350 pedidos para encontros B2B (entre empresas), um dos pontos altos do Fórum que decorre a partir de quinta-feira.
Empresas de inúmeros ramos de atividade e procedentes de todos os continentes estão em Díli para conhecer as oportunidades de investimento em Timor-Leste mas também para estudarem oportunidades nos mercados respetivos.
Oriundas de Portugal estarão em Díli mais de 30 empresas, numa missão organizada pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), pela União de Exportadores da CPLP (UE-CPLP) e pela Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) e que inclui empresas de vários pontos do país.
Em Timor-Leste estará também o presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, que deverá fazer uma intervenção no Fórum sobre a competitividade empresarial da CPLP.
Além dos encontros empresariais e de debates, o Fórum conta com mais de 30 'stands' expositivos dos estados membros da CPLP, de empresas lusófonas e do sudeste asiático, bem como de várias instituições.
O encontro arranca na quinta-feira com uma visita à mostra "Parcerias para o Desenvolvimento" e à zona expositiva do fórum, com a apresentação de salas temáticas por país e os primeiros encontros entre empresários, que continuam no dia seguinte.
Na sexta-feira arrancam os debates, com temas como "plantar a bandeira da CPLP nos negócios do mundo", o papel dos blocos regionais e económicos no espaço multirregional e o papel de Timor-Leste nos laços entre CPLP e Ásia e Pacífico.
Competitividade da CPLP e inovação económica e social como alavanca de desenvolvimento económico sustentável são outros temas do debate no fórum, que terminará com a aprovação de uma declaração final.
No dia 28 haverá ainda visitas a vários pontos de interesse económico em Timor-Leste, incluindo o enclave de Oecusse (Zona Especial de Economia Social de Mercado), a ilha de Ataúro (turismo), Tibar (projetos de bambu), Ermera (café), Aileu (agricultura) e Hera (complexo elétrico e indústrias adjacentes).
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