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Petição para banir comércio de marfim em Hong Kong com mais de 66 mil assinaturas

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Hong Kong, China, 11 jan (Lusa) -- Mais de 66 mil pessoas assinaram uma petição que apela ao Governo de Hong Kong para banir o comércio de marfim na cidade, anunciou a organização World Wild Fund (WWF).

A WWF-Hong Kong informa, num anúncio publicado hoje no jornal South China Morning Post, que a petição conta com mais de 66 mil assinaturas.

O grupo também reitera o apelo à probição do comércio de marfim nas vésperas da apresentação das linhas de ação governativa para 2016 pelo chefe do Executivo da antiga colónia britânica, agendada para a próxima quarta-feira, dia 12.

No portal da WWF-Hong Kong, a campanha, que insta a que se reescreva o futuro dos elefantes, começa por explicar que em chinês, o marfim é designado como "dente de elefante".

"É por isso que muitos de nós pensam que a extração de marfim é inofensiva, apesar de mais de 35 mil elefantes serem brutalmente assassinados por causa das suas presas todos os anos. Por causa desta confusão, os elefantes africanos caminham para a extinção".

E, neste sentido, insta a que se invente um novo carater para a palavra marfim e "para que deixe o mundo saber que não se trata de um simples dente".

A China impôs uma proibição de um ano, em fevereiro de 2015, à importação de marfim esculpido, em resposta às críticas internacionais de que a procura crescente no mercado chinês encoraja o massacre de elefantes ameaçados de extinção na próxima geração.

As ONG consideraram então a medida encorajadora mas "apenas simbólica", lembrando que o essencial do contrabando internacional diz respeito ao marfim bruto, obtido com o abate ilegal de elefantes, incluindo em países lusófonos como Angola e Moçambique.

Contudo, esta medida, cujo prazo está prestes a expirar aplica-se exclusivamente ao interior da China, pelo que não abrange as Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e de Macau.

Em julho do ano passado, a organização "Save the Elephants" (Salvem os Elefantes) publicou um relatório em que indicava que o crescente comércio ilegal de marfim em Hong Kong -- uma das cidades do mundo onde se encontra mais marfim à venda -- estava a empurrar estes animais para a extinção.

Aliás, esse relatório descreve Hong Kong como o terceiro maior centro mundial de contrabando de marfim, depois do Quénia e da Tanzânia.

Na década de 1960, Hong Kong era um dos mais famosos e maiores centros de escultura de marfim do mundo. Desde 1990 que não há registos de importação legal de marfim para o território e todas as vendas são oficialmente provenientes de reservas existentes.

Segundo os ambientalistas, os 'stocks' de Hong Kong já se deviam ter esgotado há mais de uma década, mas os comerciantes estão a recorrer a uma brecha que lhes permite guardar uma quantidade limitada de marfim para vender produtos contrabandeados.

DM (FV/EJ/EYAC) // MP

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