Macau, China, 01 jan (Lusa) -- Os casinos de Macau fecharam 2015 com receitas de 230.840 milhões de patacas (26.627 milhões de euros), uma queda de 34,3% face a 2014, indicam dados oficiais hoje divulgados.
Só em dezembro, os casinos encaixaram 18.340 milhões de patacas (2.115 milhões de euros) -- menos 21,2% face ao mesmo mês de 2014, de acordo com os dados publicados hoje no portal da Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ).
Trata-se do segundo ano consecutivo de quebra das receitas dos casinos depois de, em 2014, terem sofrido uma diminuição de 2,6%.
As receitas do jogo -- principal motor da economia de Macau -- iniciaram em junho de 2014 uma curva descendente, com dezembro a marcar o 19.º mês consecutivo de quedas homólogas.
Dezembro foi o mês com o terceiro pior desempenho de 2015, depois de os casinos terem terminado novembro com receitas de 16.425 milhões de patacas (1.931 milhões de euros) -- caindo assim para o valor mensal mais baixo em cinco anos.
No entanto, a percentagem de queda em dezembro (21,2%) foi a segunda menor -- a seguir à de janeiro (17,4%). Em fevereiro, as receitas dos casinos de Macau sofreram um 'tombo' de 48,6%.
Apesar da queda das receitas, as operadoras de jogo prosseguem com novos projetos, ainda que tenham sido anunciados adiamentos.
Foi o caso da Wynn que adiou de 25 de março para 25 de junho a abertura do novo hotel-casino na 'strip' do Cotai -- zona de casinos situada entre as ilhas da Taipa e de Coloane.
O "Wynn Palace" vai ser o primeiro projeto na 'strip' do Cotai com a assinatura da empresa norte-americana que tem já dois casinos em Macau -- o Wynn e o Encore.
Também para a segunda metade do ano está prevista a abertura do "Parisian", que inclui uma réplica da Torre Eiffel (com metade do tamanho da original), da também norte-americana Las Vegas Sands, bem como a do MGM Cotai, cuja operadora é liderada por Pansy Ho, filha de Stanley Ho.
A última operadora a instalar-se no Cotai vai ser a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), fundada por Stanley Ho, com a inauguração, prevista para o final de 2017, do "Lisboa Palace", o terceiro com a "marca Lisboa" no território.
A economia de Macau assenta nos serviços com o setor do turismo, especialmente o jogo em casino, a afirmar-se como a principal fonte de receita pública devido aos impostos diretos de 35% cobrados sobre as receitas brutas apuradas nos espaços de jogo e de 4% de indiretos canalizados para fins diversos como a promoção turística.
Uma vez que o jogo constitui a principal alavanca da Região Administrativa Especial, a diminuição das receitas dos casinos conduziu à queda continuada da taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) desde o primeiro trimestre de 2014.
Nos primeiros três trimestres de 2015, o PIB de Macau contraiu-se 25% em termos reais.
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