O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, chegou hoje à residência do seu homólogo paquistanês na cidade de Laore, leste do Paquistão, na primeira visita em 11 anos de um máximo dirigente indiano ao país vizinho.
Apenas duas semanas após os dois países terem concordado iniciar um diálogo de paz, Modi foi recebido por Sharif à chegada ao aeroporto da capital cultural do Paquistão, de acordo com as imagens difundidas pelas televisões locais.
Outros altos responsáveis do Governo, incluindo o ministro das Finanças, Ishaq Dar, o secretário dos Negócios Estrangeiros, Aizaz Ahmad Chaudhry, estiveram presentes à chegada de Modi ao aeroporto.
Os dois primeiros-ministros viajaram juntos de helicóptero em direção ao palácio de Raiwind, onde Modi foi recebido pelos filhos do Sharif, Hasan e Husain Nawaz Sharif.
A Índia e o Paquistão anunciaram há duas semanas o início de um diálogo de paz sobre o terrorismo e a região de Caxemira, após o anterior processo iniciado em 2004 ter sido cancelado em 2008 na sequência dos atentados de Mumbai (Bombaim), com Nova Deli a acusar os serviços secretos paquistaneses de envolvimento.
A decisão sobre o reinício do diálogo ocorreu na sequência de uma reunião dos seus assessores de Segurança Nacional sobre terrorismo e segurança em Banguecoque, um ato inicialmente previsto para agosto em Nova Deli e que tinha sido suspenso entre fortes acusações mútuas que suspenderam os contactos institucionais.
Sharif e Modi tentaram uma reaproximação entre os dois países desde a tomada de posse do primeiro-ministro indiano em 2014, e que, num gesto sem precedentes, contou com a presença do seu homólogo.
Os dois líderes voltaram a reunir-se por diversas vezes, a última durante a Cimeira do Clima em Paris no final de novembro, apesar de não terem acertado posições para o início do diálogo.
Desde a independência do império britânico em 1947 que os dois países mantêm uma disputa na região de Caxemira, dividida entre os dois países e que já motivou diversas guerras e conflitos em menor escala, com frequentes violações do cessar-fogo na volátil fronteira dessa região.
PCR // PMC – Lusa