Lisboa, 14 dez (Lusa) -- Timor-Leste é dos países que mais investe na educação, mas tem a segunda mais baixa taxa de acesso à Internet do mundo, segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Haoliang Xu, diretor do Gabinete Regional do PNUD para a Ásia e Pacífico, salienta que, "para garantir que a força de trabalho é capaz de se adaptar a mudanças rápidas, os governos precisam de fazer investimentos estratégicos na educação e nos cuidados de saúde".
Timor-Leste, que está no 133.º lugar do Índice de Desenvolvimento Humano, com 0,595, fica a meio caminho: é o país que menor percentagem do seu orçamento destina à área da saúde (apenas 1,3%), mas está no top 10 daqueles que investem maior percentagem do PIB na educação (9,4%).
Contudo, tem uma taxa de utilizadores de Internet de 1,1%, ficando apenas à frente do 1% da Eritreia, o que pesa a seu desfavor, dado que o acesso às tecnologias da informação e da comunicação pode ajudar as pessoas a "desenvolver qualificações úteis para o mercado de trabalho e a assegurar oportunidades de trabalho de qualidade para diminuir as desigualdades", como se lê num comunicado sobre a situação na Ásia-Pacífico, que acompanha a divulgação do relatório.
"Aqueles que não estão ligados são, por norma, os mais pobres e mais desfavorecidos. Um acesso alargado à tecnologia, através da cooperação Sul-Sul e outros acordos de transferência de tecnologia, combinados com as competências relevantes, uma inclusão financeira melhorada e a redução de outras barreiras, ajudariam a região a seguir caminhos de desenvolvimento sustentável", acrescenta a nota de imprensa.
O relatório do PNUD destaca ainda que Timor-Leste, que integra a categoria de médio desenvolvimento humano, é o segundo país do mundo onde mais se trabalha, com uma média de 46,3 horas semanais por pessoa empregada, um valor apenas superado pelos Emirados Árabes Unidos, com 56,8 horas.
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