Pequim, 07 dez (Lusa) - As autoridades de Pequim decretaram hoje, pela primeira vez na história da cidade, um alerta vermelho devido à poluição, que está a enevoar toda a região e obrigou ao encerramento de vários serviços públicos e de escolas.
Desde a manhã de hoje que metade das viaturas privadas está proibida de circular na capital da China, enquanto 30 por cento da frota de carros oficiais permanece nas garagens, tendo sido proibido também o lançamento de fogo de artifício e a realização de churrascos.
Segundo o Gabinete de Proteção do Ambiente de Pequim, que publicou o decreto no seu próprio sítio na Internet, a partir de agora, as construções públicas vão parar, enquanto poucas serão as fábricas industriais que terão de implementar medidas para limitar o parar a produção.
"As pessoas devem fazer o melhor que podem para reduzir as atividades ao ar livre. Se está envolvido nessas atividades, deve utilizar uma máscara ou tomar medidas adequadas de proteção", lê-se no documento.
Jardins de infância, escolas primárias e secundárias foram aconselhadas a fecharem rapidamente as portas, acrescenta-se no decreto.
O alerta vermelho deverá prolongar-se pelas próximas 72 horas e é o nível máximo numa escala de quatro.
Pequim nunca tinha decretado o alerta vermelho como resposta a um programa de emergência devido à poluição do ar, criado em 2013, mesmo apesar das frequentes situações graves de que a cidade é alvo.
O alerta vermelho de hoje surge uma semana após a permanência do ar de uma nuvem cinzenta de poluição com grande concentração de PM2.5 - partículas microscópicas nocivas que se fixam em plenos pulmões se inaladas -, tendo atingido 634 microgramas por metro cúbico, segundo leituras da embaixada dos Estados Unidos em Pequim.
Segundo a organização Mundial de Saúde (OMS), o máximo de partículas de PM2.5 é de apenas 25 microgramas por metro cúbico.
A medida surge também numa altura em que decorre em Paris a Cimeira sobre o Clima (COP21), onde o presidente chinês, Xi Jinping, foi instado a criar políticas "verdes" para combater a emissão de gases poluentes.
Principal país poluidor no mundo, a China anunciou quarta-feira última a intenção de reduzir em 60% as emissões dos "principais poluentes" das suas fábricas de carvão até 2020, modernizando as estruturas.
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