Pequim, 06 jul (Lusa) - Um jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) afirmou hoje que a União Europeia está confrontada com "um desafio sem precedentes" e "uma dolorosa escolha" após o referendo de domingo na Grécia.
"Para a União Europeia, o apaziguamento com a Grécia é encorajar a falta de cumprimento e a rebelião, que terá consequências negativas no futuro, mas expulsar a Grécia significaria um grave retrocesso, outro resultado que não pode permitir ", diz o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo Diário do Povo, o órgão central do PCC.
Num editorial intitulado "Caminho incerto à frente da Grécia e da UE", o Global Times salienta, contudo, que "o resultado não foi propriamente um não à continuação do país na zona euro, mas sim contra as medidas de austeridade que lhe foram impostas".
"A União Europeia parece ter dado uma ajuda maciça à Grécia, mas a maior parte do dinheiro destinou-se a pagar os juros da ajuda anterior e por isso só uma reduzida parcela foi injetada na economia grega", afirma o jornal.
"Se a Alemanha e a França não quiserem eliminar parte da dívida da Grécia, a economia grega não poderá operar plenamente devido à falta de liquidez", acrescenta.
No referendo de domingo, o "Não" ao programa dos credores internacionais obteve 61,31% dos votos, contra 38,69% do "Sim".
A China é um importante parceiro da Grécia e tem defendido a continuação do país na zona euro.
Uma grande empresa estatal chinesa explora dois terminais do porto do Pireu, nos arredores de Atenas, e é candidata à compra de 67% do capital da autoridade portuária local.
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