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“Da desgraça de muitos, uns quantos têm tirado e querem continuar a tirar dividendos. Só não vê quem não quer.”
Tem sido notícia que a primeira ministra australiana, Júlia Gillard, conversou com Xanana Gusmão sobre a instalação de um chamado Centro de Refugiados em Timor Leste. Há quem lhe chame Campo de Concentração. Isto porque se for criado nos moldes dos chamados “centros” que a Austrália tem espalhados pelo seu território bem lhe podem chamar Campo de Concentração.
É sabido que os refugiados do sudeste asiático, da Ásia, principalmente, procuram na Austrália o El Dorado, a Paz, que imaginam que lá existe. E existe, só que não existe ou existirá para eles. Mesmo assim muitos dos refugiados que consigam chegar à Austrália e por lá ficar considerarão que estão no imaginado El Dorado, porque sobrevivem em Paz e têm sempre ou quase sempre, um prato de sopa, pelo menos, para se aconchegarem e aconchegarem seus filhos. Mais vale ser um trabalhador indiferenciado na Austrália que escravo na Índia, no Sri Lanka, no Afeganistão, etc.
Gillard e Gusmão falaram sobre esse centro a instalar em Timor Leste, outro país. Nunca ficou bem claro em que se baseia a pretensão de Gillard. Evidentemente que os refugiados o que pretendem é asilar-se na Austrália, não em Timor Leste. Talvez até pensem que viver mal por viver mal sempre seria melhor estarem nos seus países e não em Timor Leste, onde a sobrevivência também não é nada fácil – apesar das cores fictícias com que o governo AMP e Ramos Horta pintam o país e o modo como os timorenses sobrevivem.
Temos então que Gusmão anunciou secretamente a Gillard estar na disposição de aceitar a instalação do centro em Timor Leste, “mas não para já e desde que as negociações tragam boas contrapartidas ao país, que é assunto confidencial e que assim deverá ser considerado por ambas as partes”, adiantaram. Talvez por isso, para além da notícia de que os PMs conversaram, nada mais sabemos. Talvez, não. Foi mesmo por isso. É que Gusmão está a guardar a sua posição efetiva para melhor oportunidade, na maior proximidade possível das eleições. Quando anunciará que o gasoduto no Mar de Timor, irá desembocar na contracosta de Dili, que a Austrália vai admitir anualmente uma quota de mil trabalhadores timorenses a “emigrarem para o país”. Sazonais porque depois do trabalho sazonal efetuado regressarão a Timor Leste.
É conhecida a posição dos parlamentares timorenses quanto à negação do centro ser instalado em território timorense. Haverá os pró australianos, no governo e fora dele, que recebem de braços abertos a sua instalação. Há até os que preconizam que a ilha de Ataúro, fronteira a Díli, um paraíso, não seja poupada e que o campo de concentração seja lá instalado. Os concordantes são uma minoria, mas existem. É sabido que na falsa democracia timorense quase sempre as minorias conseguem os seus objetivos, por tal…
Confirmando-se as informações obtidas, que o campo terá lugar em Timor Leste porque é fator de troca pelo gasoduto a desembocar no país e mais uma ou outra “vantagem concedida" pela Austrália, o que não deixa de continuar a ser estranho são as razões do por que a sua instalação em Timor quando os que se arriscam nas perigosíssimas viagens em autênticas cascas de nozes têm por objetivo a Austrália. Então deverá ser a Austrália a lidar com o problema em território australiano. Evidentemente que não deve afundar as embarcações dos desgraçados farripinhas como em tempos já chegou a acontecer.
Alega Gillard que o propósito é fazer uma triagem dos refugiados no campo a instalar em Timor e porque por lá está a ONU… Mas a ONU não vai sair de Timor Leste em 2012? Os militares australianos não vão sair também por essa data? Ou o campo servirá de pretexto para manter militares australianos em Timor Leste? O que esperar da Austrália e dos seus dúbios propósitos, para além de sabermos que está a servir-se de Timor Leste como um capacho que tem no seu quintal das traseiras e para onde varre o que considera lixo?
Oficialmente a Austrália diz que tem cerca de cinco mil pessoas detidas pelos serviços de imigração e que mais de metade estão na ilha Christmas, bem longe da Austrália. Porque razão não detém mais por lá, se é que tem mesmo de detê-los em vez de dar solução e ser mais recetiva a acções humanitárias? Tudo indica que premeditadamente quer criar condições para se estabelecer em Timor Leste definitivamente sob os mais variados pretextos e que considera inevitável que sejam alongados e prolongados o máximo de problemas para o país vizinho. Um vizinho que é olhado sobranceiramente pelos governos da ilha continente. Um vizinho que a Austrália está farta de roubar. Só em petróleo fê-lo por mais de duas décadas e ainda não está satisfeita… Então e agora o que mais pretende?
É sabido que Gusmão e o fracassado governo AMP só têm levado prejuízo aos timorenses e que eles melhor que ninguém sabem avaliar a situação catastrófica e de saque em que o país está. Mas também é sabido que se Gillard abrir mão de determinadas concessões – no gasoduto terá sempre de abrir mais tarde ou mais cedo – Gusmão verá isso como uma janela de oportunidade para se requalificar com o seu CNRT e procurar ter o máximo de votação nas próximas eleições. Evidentemente que se as vencer e voltar a ser governo – certamente em coligação com o PD de Lasama – o descalabro vai continuar. Não esqueçamos que o CNRT é constituído por uma enorme “percentagem de malandragem”. A isso se referiu Mário Carrascalão em 2007 e não à AMP. Portanto, os inimigos de Timor Leste estão em grande percentagem no CNRT e à volta de Gusmão e não por muitos mais do espectro político timorense. Se o CNRT voltar a ser governo o saque continuará, os timorenses continuarão a ver afortunados de geração espontânea de um dia para o outro, como agora. Até talvez ainda pior. Enquanto que inexplicavelmente a maioria da população é vitima de todo o tipo de carências.
Pouco se importará Gillard se os timorenses passam fome ou se morrem por falta de cuidados médicos e outros considerados essenciais. O que ela quer é o campo de concentração em Timor Leste por fortes razões. Razões que nem vislumbramos na totalidade. A Xanana Gusmão interessa continuar a dominar o povo e o país porque lutou e de que se convenceu ter tirado patente quase exclusiva. Assim deve pensar.
Não se iludam os mais ingénuos ou ainda incondicionais confiantes no ex-guerrilheiro Xanana, porque a Austrália há-de ver sempre Timor Leste como a vaca das tetas de petróleo e gás e tudo fará para sugar o mais possível, sem escrúpulos e sempre mantendo a possibilidade de desestabilizar o país caso não lhe concedam determinados privilégios de propriedade e exploração. Para isso, por um punhado de dólares, terá sempre um punhado de traidores timorenses ao seu serviço. Nem que seja para se manterem no poder e no controlo do país sob o falso pretexto de quererem fomentar o melhor para os timorenses. Tem-se visto que não.
Por isso, só existe uma posição certa e que defende os interesses de Timor Leste. Dizer não ao centro de refugiados; não ao campo de concentração em território timorense. Gillard sabe muito bem até onde vai a ambição de Gusmão e dos que o rodeiam. Da desgraça de muitos, uns quantos têm tirado e querem continuar a tirar dividendos. Só não vê quem não quer.
Tem sido notícia que a primeira ministra australiana, Júlia Gillard, conversou com Xanana Gusmão sobre a instalação de um chamado Centro de Refugiados em Timor Leste. Há quem lhe chame Campo de Concentração. Isto porque se for criado nos moldes dos chamados “centros” que a Austrália tem espalhados pelo seu território bem lhe podem chamar Campo de Concentração.
É sabido que os refugiados do sudeste asiático, da Ásia, principalmente, procuram na Austrália o El Dorado, a Paz, que imaginam que lá existe. E existe, só que não existe ou existirá para eles. Mesmo assim muitos dos refugiados que consigam chegar à Austrália e por lá ficar considerarão que estão no imaginado El Dorado, porque sobrevivem em Paz e têm sempre ou quase sempre, um prato de sopa, pelo menos, para se aconchegarem e aconchegarem seus filhos. Mais vale ser um trabalhador indiferenciado na Austrália que escravo na Índia, no Sri Lanka, no Afeganistão, etc.
Gillard e Gusmão falaram sobre esse centro a instalar em Timor Leste, outro país. Nunca ficou bem claro em que se baseia a pretensão de Gillard. Evidentemente que os refugiados o que pretendem é asilar-se na Austrália, não em Timor Leste. Talvez até pensem que viver mal por viver mal sempre seria melhor estarem nos seus países e não em Timor Leste, onde a sobrevivência também não é nada fácil – apesar das cores fictícias com que o governo AMP e Ramos Horta pintam o país e o modo como os timorenses sobrevivem.
Temos então que Gusmão anunciou secretamente a Gillard estar na disposição de aceitar a instalação do centro em Timor Leste, “mas não para já e desde que as negociações tragam boas contrapartidas ao país, que é assunto confidencial e que assim deverá ser considerado por ambas as partes”, adiantaram. Talvez por isso, para além da notícia de que os PMs conversaram, nada mais sabemos. Talvez, não. Foi mesmo por isso. É que Gusmão está a guardar a sua posição efetiva para melhor oportunidade, na maior proximidade possível das eleições. Quando anunciará que o gasoduto no Mar de Timor, irá desembocar na contracosta de Dili, que a Austrália vai admitir anualmente uma quota de mil trabalhadores timorenses a “emigrarem para o país”. Sazonais porque depois do trabalho sazonal efetuado regressarão a Timor Leste.
É conhecida a posição dos parlamentares timorenses quanto à negação do centro ser instalado em território timorense. Haverá os pró australianos, no governo e fora dele, que recebem de braços abertos a sua instalação. Há até os que preconizam que a ilha de Ataúro, fronteira a Díli, um paraíso, não seja poupada e que o campo de concentração seja lá instalado. Os concordantes são uma minoria, mas existem. É sabido que na falsa democracia timorense quase sempre as minorias conseguem os seus objetivos, por tal…
Confirmando-se as informações obtidas, que o campo terá lugar em Timor Leste porque é fator de troca pelo gasoduto a desembocar no país e mais uma ou outra “vantagem concedida" pela Austrália, o que não deixa de continuar a ser estranho são as razões do por que a sua instalação em Timor quando os que se arriscam nas perigosíssimas viagens em autênticas cascas de nozes têm por objetivo a Austrália. Então deverá ser a Austrália a lidar com o problema em território australiano. Evidentemente que não deve afundar as embarcações dos desgraçados farripinhas como em tempos já chegou a acontecer.
Alega Gillard que o propósito é fazer uma triagem dos refugiados no campo a instalar em Timor e porque por lá está a ONU… Mas a ONU não vai sair de Timor Leste em 2012? Os militares australianos não vão sair também por essa data? Ou o campo servirá de pretexto para manter militares australianos em Timor Leste? O que esperar da Austrália e dos seus dúbios propósitos, para além de sabermos que está a servir-se de Timor Leste como um capacho que tem no seu quintal das traseiras e para onde varre o que considera lixo?
Oficialmente a Austrália diz que tem cerca de cinco mil pessoas detidas pelos serviços de imigração e que mais de metade estão na ilha Christmas, bem longe da Austrália. Porque razão não detém mais por lá, se é que tem mesmo de detê-los em vez de dar solução e ser mais recetiva a acções humanitárias? Tudo indica que premeditadamente quer criar condições para se estabelecer em Timor Leste definitivamente sob os mais variados pretextos e que considera inevitável que sejam alongados e prolongados o máximo de problemas para o país vizinho. Um vizinho que é olhado sobranceiramente pelos governos da ilha continente. Um vizinho que a Austrália está farta de roubar. Só em petróleo fê-lo por mais de duas décadas e ainda não está satisfeita… Então e agora o que mais pretende?
É sabido que Gusmão e o fracassado governo AMP só têm levado prejuízo aos timorenses e que eles melhor que ninguém sabem avaliar a situação catastrófica e de saque em que o país está. Mas também é sabido que se Gillard abrir mão de determinadas concessões – no gasoduto terá sempre de abrir mais tarde ou mais cedo – Gusmão verá isso como uma janela de oportunidade para se requalificar com o seu CNRT e procurar ter o máximo de votação nas próximas eleições. Evidentemente que se as vencer e voltar a ser governo – certamente em coligação com o PD de Lasama – o descalabro vai continuar. Não esqueçamos que o CNRT é constituído por uma enorme “percentagem de malandragem”. A isso se referiu Mário Carrascalão em 2007 e não à AMP. Portanto, os inimigos de Timor Leste estão em grande percentagem no CNRT e à volta de Gusmão e não por muitos mais do espectro político timorense. Se o CNRT voltar a ser governo o saque continuará, os timorenses continuarão a ver afortunados de geração espontânea de um dia para o outro, como agora. Até talvez ainda pior. Enquanto que inexplicavelmente a maioria da população é vitima de todo o tipo de carências.
Pouco se importará Gillard se os timorenses passam fome ou se morrem por falta de cuidados médicos e outros considerados essenciais. O que ela quer é o campo de concentração em Timor Leste por fortes razões. Razões que nem vislumbramos na totalidade. A Xanana Gusmão interessa continuar a dominar o povo e o país porque lutou e de que se convenceu ter tirado patente quase exclusiva. Assim deve pensar.
Não se iludam os mais ingénuos ou ainda incondicionais confiantes no ex-guerrilheiro Xanana, porque a Austrália há-de ver sempre Timor Leste como a vaca das tetas de petróleo e gás e tudo fará para sugar o mais possível, sem escrúpulos e sempre mantendo a possibilidade de desestabilizar o país caso não lhe concedam determinados privilégios de propriedade e exploração. Para isso, por um punhado de dólares, terá sempre um punhado de traidores timorenses ao seu serviço. Nem que seja para se manterem no poder e no controlo do país sob o falso pretexto de quererem fomentar o melhor para os timorenses. Tem-se visto que não.
Por isso, só existe uma posição certa e que defende os interesses de Timor Leste. Dizer não ao centro de refugiados; não ao campo de concentração em território timorense. Gillard sabe muito bem até onde vai a ambição de Gusmão e dos que o rodeiam. Da desgraça de muitos, uns quantos têm tirado e querem continuar a tirar dividendos. Só não vê quem não quer.
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